Por: AMG // AJO
A palavra “caos” foi a mais
repetida pelos ciclistas no final da terceira etapa da Volta a França, com
Mathieu van der Poel a definir a chegada como perigosa e Julian Alaphilippe a
dizer que nunca viu nada assim.
“Os últimos quilómetros foram
perigosos e caóticos. Estava na frente do pelotão para evitar as quedas. Tinha
de tentar dosear o esforço, porque o Alaphilippe também estava na frente. Há
muita coisa em jogo, é a maior corrida, os candidatos à geral debatem-se com as
equipas dos ‘sprinters’… Este desporto é perigoso”, assumiu o camisola amarela.
Mathieu van der Poel entrou
nos últimos dois quilómetros na frente do pelotão, ajudando a lançar, “num
final muito tático”, o seu companheiro belga Tim Merlier, que sobreviveu às
quedas para impor-se em Pontivy, diante do seu colega e compatriota Jasper
Philipsen e do francês Nacer Bouhanni (Arkéa–Samsic), respetivamente segundo e
terceiro na meta.
“Stressou-me ter um corredor
como Mathieu van der Poel a lançar o meu ‘sprint’”, assumiu o vencedor, que
disse estar a viver um sonho depois de estrear-se a vencer na Volta a França.
O nervosismo da terceira
tirada, marcada por quedas sucessivas na aproximação à meta, em Pontivy, foi
também referido pelo francês Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep), segundo
da geral a oito segundos da amarela.
“Há sempre muito nervosismo
nas primeiras etapas do Tour, mas nunca vi nada assim. Estou contente por ter
chegado inteiro [ao final]. No final, tínhamos o Davide Ballerini bem colocado,
mas vi o [Peter] Sagan cair com o [Caleb] Ewan quando íamos a 70km/h e tive de
evitá-los. Foi uma jornada mentalmente desafiante, exigiu muita concentração.
Estou contente que tenha terminado”, desabafou.
Também o vencedor do Tour2020,
o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), que perdeu 26 segundos para o grupo de
Merlier, Van der Poel e Alaphilippe, confessou que “não foi um bom dia na
estrada”.
“Vimos demasiadas quedas e foi
realmente caótico. Quando cortei a meta, não sabia quanto tempo tinha perdido
ou se mantinha a camisola branca [da juventude]. Ouvi que alguns dos meus
rivais caíram e perderam tempo, mas não é isso que esperamos ver. Estes
primeiros dias têm sido muito stressantes e espero que isto acalme rápido”,
declarou o agora sexto classificado da geral, a 39 segundos de ‘VDP’.
Entre as principais ‘vítimas’
das quedas na fase final da tirada, que ligou Lorient a Pontivy na distância de
189,2 quilómetros, contam-se Primoz Roglic (Jumbo-Visma), que perdeu 01.21
minutos na meta, e desceu à 20.ª posição da geral, o australiano Jack Haig (Bahrain
Victorious), o sexto da geral que abandonou, e ainda o eslovaco Peter Sagan
(Bora-hansgrohe), que tem um hematoma na anca, e o australiano Caleb Ewan
(Lotto Soudal), que fraturou a clavícula.
Fonte: Lusa
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