Ciclista da Deceuninck-QuickStep venceu a clássica belga em 2018 e 2019
Por: Lusa
Foto: EPA
O arco-íris brilhou esta
quarta-feira no Muro de Huy, com Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep) a
conquistar a sua terceira Flèche Wallonne, com uma exibição tática que anulou
um ataque mal calculado de Primoz Roglic (Jumbo-Visma).
Numa luta de titãs, entre três
'grandes' do pelotão, foi o francês a levar a melhor, para acrescentar uma nova
página de glória ao seu palmarés e ao seu reinado como campeão mundial:
vencedor da clássica belga em 2018 e 2019, Alaphilippe soube esperar pelo
momento certo para responder ao estreante Roglic, que se precipitou ao atacar a
300 metros do alto, e festejar diante do esloveno, com o recordista e veterano
Alejandro Valverde (Movistar) a ser terceiro.
"Desde o início da época
não ganhei muitas vezes, mas isso não me impediu de desfrutar. Tinha vontade de
voltar a erguer os braços numa prova tão dura como a Flèche. Sentia alguma
pressão, mas estou contente por ter regressado aos triunfos", resumiu
'Loulou', após ter-se tornado no segundo portador da camisola arco-íris a
vencer a Flèche Wallonne nos últimos 35 anos - o outro foi o australiano Cadel Evans,
em 2010.
Aos 28 anos, o ciclista da
Deceuninck-QuickStep promete ser um sério candidato a destronar Valverde como o
mais vitorioso na prova belga, na qual também foi segundo atrás do espanhol em
2015 e 2016.
O calculismo dos favoritos
adiou a decisão para os 300 metros finais dos 193,6 quilómetros entre Charleroi
e o Muro de Huy, com Roglic a arrancar em força, mas demasiado cedo - talvez
por desconhecimento da subida - e a ser superado sobre a meta, terminando com
as mesmas 04:36.25 horas do vencedor, que, desta vez, foi cauteloso a erguer os
braços.
"Hesitei, porque não
queria levantar os braços demasiado cedo", confessou no final, numa
referência à Liège-Bastogne-Liège do ano passado, em que perdeu a vitória para
Roglic por ter festejado antes do tempo.
Atrás deles, a seis segundos,
chegou o veterano da Movistar, que soma cinco triunfos na Flèche Wallonne, e
que esta quarta-feira, a quatro dias de cumprir 41 anos, admitiu a
possibilidade de adiar a reforma por mais uma época.
Os três primeiros eclipsaram
outros nomes sonantes do pelotão, como Michael Woods (Israel Start-Up Nation),
Warren Barguil (Arkéa-Samsic), Thomas Pidcock (INEOS), David Gaudu
(Groupama-FDJ), Esteban Chaves (BikeExchange), Richard Carapaz (INEOS) e
Maximilian Schachmann (Bora-Hansgrohe), que completaram o top 10.
Antes deste desfecho, oito
homens chegaram a sonhar com a vitória, após uma união bem-sucedida que
conheceu o seu derradeiro suspiro a dois quilómetros do final: Alex Howes
(Education First-Nippo), Sander Armée (Qhubeka Assos), Julian Mertens (Sport
Vlaanderen-Baloise), Diego Rosa (Arkéa-Samsic), Louis Vervaeke (Alpecin-Fenix),
Simone Velasco (Gazprom-Rusvelo), Sylvain Moniquet (Lotto-Soudal) e Maurits
Lammertink (Intermarché-Wanty-Gobert), o último a ser alcançado, saltaram para
a frente a 155 quilómetros da meta, mas não sobreviveram à perseguição do
pelotão.
No grupo de favoritos, o
primeiro a denunciar a sua ambição vitoriosa foi o sempre combativo Tim Wellens
(Lotto-Soudal), que tentou, primeiro, a 30 quilómetros da meta e, depois, a 11,
para resposta pronta de Carapaz. Cauteloso, o pelotão anulou as tentativas de
ambos, apanhou Lammertink e guardou todas as decisões para a última ascensão ao
mítico muro de Huy, que coroou Alaphilippe.
A vitória do francês, que esta
temporada ainda só tinha vencido uma etapa no Tirreno-Adriático, ganha especial
relevância uma vez que, horas antes, na corrida feminina, também Anna van der
Breggen tinha vencido com a camisola arco-íris - é a primeira vez que ambos os
campeões mundiais em título vencem uma das grandes clássicas desde a Volta a
Flandres de 2016.
Fonte: Record on-line
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