Por: José Morais
Fotos: Arquivo NP
Quando as feministas tiveram a
ousadia de andar de bicicleta nos finais do século XII, a sociedade da altura
teve um ataque de nervos, as mesmas na altura descobriram liberdade, um mundo
novo pela frente, e quando ainda descobriram que poderiam usar calção, ficou
aberta a polémica, e muitos foram contra essa ousadia.
Felizmente a mulher foi conquistando o terreno que até ali lhes era vedado, mas, poderia ser estranho que a bicicleta tivesse um grande desempenho no papel da emancipação feminina, e que será que aquela máquina maravilhosa de duas rodas sem motor, teve a ver com os direitos da mulher.
Se analisarmos bem, e no que penso da bicicleta, a mesma conseguiu mais pela emancipação da mulher, de outra coisa do mundo, dando assim ao sexo feminino, autoconfiança, e o sentimento da liberdade, e é com muito orgulho que cada vez se fica, sempre que se veja uma a pedalar, é sem dúvida a mulher sem limites, e livre, e esta afirmação saiu de Susan B. Anthony, a norte americana, um famosa feminista que reclamou os seus direitos e das mulheres, nos finais do século XIX, e conseguiu um papel muito importante na luta das mulheres pelo direito ao voto.
E é verdade, a emancipação das
mulheres foi conseguida também em cima da bicicleta, e quando apareceram e
começando a serem produzidas em massa, a mesma passou a tornar-se muito
popular, tanto na sua utilidade diária como meio de transporte da classe
operária, tanto no carater de ser uma novidade, sendo um brinquedo preferido
dos jovens das classes mais abastadas, fazendo proezas desportivas, quando se
falava de homens claro.
Antes da invenção da bicicleta de segurança, em caso algum uma mulher que tivesse o atrevimento de montar uma bicicleta, era imoral, e algo bem visto pela sociedade, mas ainda perigoso para a fragilidade da mulher a nível de saúde, já que era uma atividade perigosa, diziam as mentes mais puritanas na altura, das décadas de 1880 e1890, estando sempre dispostas a limitar o sexo feminino na sua liberdade.
Nessa altura, usualmente o que
era comum, e uma espécie de triciclo, um veiculo mais aceite na sociedade
conservadora, porem, caso alguma mulher mais audaz, mais atrevida usa-se uma
bicicleta, teria de o fazer sempre com a presença de hum homem, ele teria de a
proteger, era essa a sua responsabilidade, pelos perigos que lhe poderiam
surgir pela frente, e impedir assim que a mesma pedala-se sozinha por ai, algo
que era imoral no seio da sociedade.
As mudanças
nas rodas e na bicicleta
Mas, eis que seja a modernidade, novos modelos de bicicletas, tudo para acomodar as longas saias das Senhoras, com quadros rebaixados, esta revolução veio agitar os ânimos, e quando menos se esperava, as bicicletas que antes eram apenas utilizadas aos homens com espirito aventureiro, passaram a ser mais ergonómicas, práticas e muito fácil de utilizar, foi uma mudança extraordinária, já que as mulheres tinham então ao seu dispor de uma nova forma de mobilidade, onde lhes trouxe uma grande independência.
Com estas novidades na altura,
as mulheres mais destemidas encetavam assim as suas próprias viagens, tanto
pelo país como pelo mundo sempre de bicicleta, o cado da famosa Annie
Londonderry, mas na classe operária foi um tipo de passaporte para a mulher,
dava-lhe uma liberdade relativa, fora do seu espaço doméstico, podendo fazer
deslocações mais longas, no cado do trabalho poderia ser mais longe de casa, já
que passaram a deslocar-se para o mesmo de bicicleta, sem nunca terem de
recorrer à escolta do homem.
Os
calções escandalosos da mulher
Foi na revista norte-americana Munsey's Magazine que em 1896 foi publicado um artigo, onde no início a bicicleta era apenas um brinquedo para os homens, já que seria mais uma máquina a juntar-se à longa lista de aparelhos com que os mesmos lidavam nos tempos livres, ou no trabalho, no caso da mulher seria como um cavalo, onde as mesmas cavalgavam em direção a um mundo novo.
Mundo esse que foi de facto
que levou as mulheres a largarem as suas saias pesadas, como os seus corpetes
asfixiantes, passando a utilizar outras roupas, novas peças de vestuário que
facilitariam assim a utilização da bicicleta, onde poderiam pedalar muito mais
confortavelmente, e nessas inovações do novo vestuário das mulheres surgiam as
famosas bloomers, uma espécie de calção largo em cima do joelho e justo no
mesmo, que de imediato começou a ser muito popular, já que eram práticos e
discretos para usar com a bicicleta.
E qual a origem dos bloomers, os mesmos devem o seu nome a uma mulher norte-americana, uma ativista que lutou pelos direitos da mulher Amelia Bloomer, mas uma coisa foi certa na altura, a polémica foi instalada, já que esse vestuário era considerado vergonhoso, sendo um atentado à moral e bons costumes, ou mesmo pondo em causa da masculinidade do homem, já que muitos encararam que as mulheres se estavam a apropriar dos trajes masculinos.
Porem, as mulheres não
cruzaram os braços, e pedalavam já pelo seu próprio caminho, rumo à sua
independência, com a bicicleta a ser potencialmente a sua grande confiança e
tornarem-se membros mais ativos da sociedade, ao assumirem negócios, e poderem
também manifestar a sua opinião política.
Com estas atitudes, e através
de algo tão simples como a mobilidade, a bicicleta conseguiu acelerar mais os
direitos sociais, como ainda terem direito a voto, como a educadora e ativista
pelo direito do voto feminino Frances Willard, lutou, e afirmou ao dizer; “Comecei a sentir que eu junta com a bicicleta, eramos
iguais a mim, juntamente com o mundo”
Juntamos assim algumas imagens da época, como da atualidade, pela ousadia
das mulheres em andarem de bicicleta.
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