sábado, 20 de fevereiro de 2021

“Posso pedalar grávida? Esta e outras questões de uma mulher se lembra”


Por: José Morais/Com Skoda

Foto: Skoda

Se para os homens não há qualquer dúvida quanto aos benefícios de usar a bicicleta, seja para treinar ou como meio de transporte, neste campo a biologia prega uma rasteira às mulheres, quando se engravida, surge de imediato uma mão-cheia de mitos, ideias pré-concebidas, opiniões e, sobretudo, informação contraditória, afinal, é ou não seguro para a futura mãe e para o bebé continuar a pedalar?

Longe vão os tempos em que ver uma mulher andar de bicicleta era não só considerado imoral como perigoso, dada a sua “natureza delicada”, não só vivemos numa época em que o mais correto é promover a igualdade, como está mais do que comprovado que o uso da bicicleta, seja enquanto desporto ou como forma de locomoção, é uma prática salutar para o corpo e para a mente.

No entanto, a gravidez é, quer queiramos quer não, um momento de grandes mudanças no corpo de uma mulher, os comportamentos do dia-a-dia, os hábitos sociais e alimentares têm influência no desenvolvimento do feto, e a sociedade em geral tem sempre uma palavra a dizer acerca daquilo que uma mulher grávida pode e deve ou não fazer.

No entanto, qualquer mulher que goste de andar de bicicleta e que, entretanto, fique grávida é de repente assolada por estas dúvidas: “Será que é seguro? Será desconfortável? Não vou prejudicar o bebé? E até que altura posso andar de bicicleta?”


 

 

A pergunta certa é “porque não”?

 

Quando se preza um estilo de vida saudável, e quando a bicicleta já faz parte do nosso dia-a-dia, será justo privarmo-nos durante nove meses de algo que nos faz bem ao corpo e à mente? De acordo com as opiniões médicas em diversos estudos levados a cabo sobre este tema, andar de bicicleta quando se está grávida não é em si mesmo um risco.

Embora a mulher deva estar consciente do seu próprio estado de saúde, das suas capacidades e potenciais vulnerabilidades, o primeiro trimestre da gravidez, por exemplo, é um período bastante propenso a enjoos, tonturas e possível perda de equilíbrio.

É também um período em que a mulher está a aprender a lidar com mudanças hormonais intensas e, por isso, deve estar consciente de que essas alterações poderão influenciar toda a sua perceção e bem-estar geral, é, por isso, importante ouvir o nosso próprio corpo.

Claro que andar de bicicleta pode até contribuir para manter a forma física, espairecer, apanhar ar e relaxar numa altura de grandes mudanças emocionais, mas ao mínimo sinal de indisposição ou falta de equilíbrio, deve-se parar e sair da bicicleta, a fim de evitar estes problemas deve-se beber água, manter-se hidratada e não fazer esforços muito intensos na bicicleta.

 

 

Benefícios e riscos

 

Há, claro, muitos benefícios em continuar a pedalar, nomeadamente, a manutenção da forma física, evitar o excesso de peso e fortalecer os músculos de forma geral, caso não haja nenhuma questão de saúde impeditiva, nem qualquer contraindicação do médico que faz o acompanhamento, com as devidas cautelas pode-se pedalar durante toda a gravidez.

Isto, se já se pedalava regularmente antes de engravidar, se não se tem experiência nem o hábito de andar de bicicleta, talvez não seja agora a melhor altura de o começar a fazer, pois o stress de lidar com uma nova situação não te fará bem, nem ao bebé.

Portanto, pode ser até benéfico não quebrar com as rotinas e hábitos anteriores, a fim de manter o bem-estar emocional, fisicamente, pedalar pode mesmo ajudar a aliviar problemas tão comuns da gravidez como ter as pernas e os pés inchados.

Mas, há que ter em conta que no terceiro trimestre andar de bicicleta pode tornar-se mais complicado, não porque seja prejudicial para a criança, mas porque pode ser desconfortável para a mulher grávida pedalar com uma barriga enorme, o centro de gravidade é agora outro, pelo que manter o equilíbrio pode ser um desafio.

O risco de quedas é maior, pelo que se quiser continuar a pedalar num estado de gravidez avançado, deve-se redobrar a segurança e, se possível, evitar caminhos esburacados e/ou com muito trânsito, nesta fase, uma queda pode ser bastante prejudicial, pois um impacto no abdómen pode causar hemorragias e afetar a placenta, provocando traumas ao bebé.


 

 

Eis algumas recomendações, a fim de tornar as viagens de bicicleta mais confortáveis e seguras:

 

Adaptar a bicicleta para que possa sentar-se mais direita e ter espaço para a barriga que continua a crescer, se possível, instalar um guiador mais elevado, optar por um selim mais largo para ter mais apoio e se sentir mais confortável.

Se sente que o seu equilíbrio não é o mesmo, regule a altura do selim para que consiga pôr os pés no chão mais facilmente.

Optar por uma bicicleta com um quadro rebaixado, geralmente conhecidos como quadros de mulher, que não obriga a levantar muito a perna para subir para a bicicleta.

Se usa a bicicleta como meio de transporte, deve considerar alterar o seu percurso habitual, para que não tenha de passar por ruas com muito trânsito, se possível, optar por usar ciclovias.

Pedalar mais devagar e organizar os seus horários para poder demorar o teu tempo a chegar ao deu destino.

Se pedalar com chuva ou vento, tomar precauções extra para evitar quedas, se as condições meteorológicas forem mais agrestes, evitar pedalar de todo.

Não se esqueça de levar sempre água e uma bolsa com todas as suas informações médicas e contactos de emergência.

Acima de tudo, há que escutar o que o corpo nos diz, cada mulher e cada gravidez é diferente, e por muito que se goste de andar de bicicleta, deve prevalecer o bom-senso, se sente que é arriscado, coloque a bicicleta de lado até o bebé nascer, se se sente confortável e retirar benefícios de pedalar nem que seja uns minutos por dia, porque não?

Pedale sempre que se sinta confortável, mas em segurança.

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