Audição Pública na Comissão de Educação, Ciência, Juventude e Desporto
Por: José Carlos Gomes
O presidente da Federação Portuguesa
de Ciclismo, Delmino Pereira, ouvido pela Comissão de Educação, Ciência,
Juventude e Desporto da Assembleia da República, defendeu uma política pública
que crie incentivos para a retoma da atividade competitiva em todas as
categorias etárias.
Delmino Pereira explicou que o
regresso da atividade competitiva é essencial para que os jovens que se
afastaram do desporto, devido às medidas de confinamento, regressem à atividade
desportiva, com todas as vantagens em termos de saúde pública e de desenvolvimento
pessoal e social dos jovens. Quanto mais tempo estiver parado o desporto mais
difícil será voltar a atrair os jovens.
“É necessária a concretização, o
mais rapidamente possível, de um plano de retoma do desporto. Este plano terá
de garantir uma coerência de medidas sanitárias em todo o território, de modo a
que não haja decisões sanitárias diferentes em distintos locais.
Além disso, será essencial um fundo
de apoio à retoma da atividade competitiva, porque à crise sanitária vem
juntar-se uma crise económica que dificultará a realização de eventos. Estas
medidas são fundamentais para que o desporto possa avançar e darão um sinal
importante para a sociedade.
Até ao momento, a Assembleia da
República rejeitou as propostas que o setor do desporto foi apresentando. Essa
recusa é profundamente lesiva os interesses do desporto, porque legitima outras
entidades, como autarquias ou empresas, a alhear-se do desporto e a não
considerarem este setor prioritário”, considera Delmino Pereira.
O presidente da Federação
Portuguesa de Ciclismo reivindicou medidas de incentivo para os dirigentes
desportivos benévolos, pessoas que não são remuneradas pelo trabalho que
desenvolvem no desporto de base e que terão um papel de grande importância para
fazer regressar os jovens ao desporto, sobretudo num contexto de maior
exigência organizativa, também em termos sanitários.
Delmino Pereira apontou duas
medidas concretas, com as quais o Estado poderia reconhecer a relevância do
esforço dos dirigentes desportivos voluntários e não remunerados: uma
bonificação para efeitos de acesso à reforma antecipada e um benefício fiscal,
ambos em função do tempo despendido pelos dirigentes.
“Os dirigentes são uma força de
trabalho invisível, mas central para o desenvolvimento das modalidades desportivas.
A ausência de incentivos concretos afunda a motivação de uma comunidade que
trabalha de forma voluntária, constituindo a rede que sustenta o
desenvolvimento desportivo de base”, afirma o presidente da Federação.
Fonte: Federação Portuguesa Ciclismo
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