O português sagrou-se, esta quinta-feira, campeão de scratch nos Europeus de ciclismo de pista
Por: Lusa
Foto: EPA
O português
Iuri Leitão, que esta quinta-feira se sagrou campeão de scratch nos Europeus de
ciclismo de pista, disse à agência Lusa que está "muito feliz" e se
sente "realizado" com um ouro inédito para o país.
"Estou-me
a sentir realizado. Estou muito feliz, é uma sensação que nunca imaginei
sentir. É o culminar de um trabalho de meses, meu e da seleção. Fico muito
feliz de conseguir levar este ouro para Portugal. Espero deixar toda a gente
orgulhosa. O desenrolar da prova, o pódio, o hino... foi maravilhoso",
contou o ciclista português.
Leitão, de 22
anos, é o campeão nacional desta especialidade e conseguiu o título europeu, um
feito inédito para Portugal nestes campeonatos, ao dar uma volta de avanço ao
pelotão, o que contribuiu para o ouro.
O português
bateu o ucraniano Roman Gladysh, segundo classificado, e o britânico Oliver
Wood, terceiro, menos de uma hora antes de Maria Martins ganhar o bronze na
eliminação, elevando para três as medalhas portuguesas na prova em Plovdiv,
Bulgária.
Sobre a prova,
uma corrida de 60 voltas que pode ser decidida ao 'sprint', mas no qual um ou
mais ciclistas se podem destacar ao darem uma volta de avanço ao pelotão, o
português admite que a estratégia de 'dobrar' o grupo principal, a 25 voltas,
foi decisivo, mas nem por isso o acalmou.
"Na pista,
[25 voltas] é muita coisa. Por mais que soubesse que tinha uma boa vantagem,
tinha sempre receio que me acontecesse alguma, que um grupo conseguisse dar a
volta e não conseguisse responder. Nunca queremos acreditar, até ao final, com
medo de algum azar ou desilusão", revelou.
Neste "ano
muito atípico, sem competição durante vários meses", admitiu que esta
oportunidade, assim como os Europeus sub-23 em Itália, nos quais logrou três
medalhas de prata, eram "todo o foco" do que restava do ano.
"Foquei
todo o meu trabalho nisto, para estar aqui e mostrar o meu valor, tentar
mostrar quem sou. Tinha esperança que alguém visse e desse valor. Era a última
oportunidade de mostrar o que posso fazer, e aproveitei", atirou.
Na sexta-feira,
no omnium, "não há nenhum objetivo" definido. "Vou tentar ser
bastante regular e fazer o melhor que posso", disse o ciclista, que pode
completar um trio de medalhas, depois de já ter conquistado a prata na
eliminação na quarta-feira.
O ciclista de
Viana do Castelo explicou ainda que é "bastante importante" ter
conseguido um resultado de destaque para Portugal num ano em que, na pista,
Maria Martins se tornou a primeira portuguesa a chegar a uns Jogos Olímpicos
nesta modalidade, João Almeida foi quarto na Volta a Itália e Ruben Guerreiro
venceu a classificação da montanha desse Giro, outros três resultados inéditos
no ciclismo nacional.
"Este ano
está a ser inédito, muito bom para todos nós. Ver os portugueses brilhar e com
grandes resultados até nos dá mais motivação para trabalhar", comentou.
Citado pela
Federação Portuguesa de Ciclismo, o selecionador português, Gabriel Mendes,
falou em "um orgulho muito grande" na prova de Iuri Leitão, pela
"excelente gestão do esforço e uma fantástica leitura de corrida".
"Fez-se história", resumiu.
Já Maria
Martins explicou à Lusa que o bronze na eliminação, "depois do ano
complicado para todos", deixa-a "feliz", numa corrida
"muito especial".
"Tive um
ano muito complicado, com muito pouca corrida, e senti bastante a falta de
ritmo, ao contrário de algumas adversárias que chegaram aqui com outro
andamento, correram na estrada", lembrou.
Ainda assim,
este bronze sabe ainda melhor, explicou, por "poder vivenciar" o dia
em que Iuri Leitão foi campeão da Europa.
Depois de um
10.º lugar no scratch, na abertura do Europeu, numa especialidade em que já
tinha conseguido bronze no campeonato da Europa de 2019 e, no início de 2020,
nos Mundiais, a atleta apurada para Tóquio2020, adiado para 2021, explicou que
chegou a esta prova "sem grande pressão".
"As coisas
não correram como queria no scratch, mas a corrida é mesmo assim. (...) O
omnium [que vai disputar na sexta-feira] será diferente, com quatro provas. É
muito dura, vai ser corrida a corrida", explicou a atleta de 21 anos, que
dedicou o bronze a quem a apoiou em 2020.
'Tata', como é
conhecida no mundo do ciclismo, chegou à sétima medalha em Europeus, um registo
que se estende aos escalões juniores, e será, em Tóquio2020, a primeira
representante da história olímpica de Portugal no ciclismo de pista.
Os Europeus de
pista de Plovdiv prosseguem até domingo, com Leitão, Martins, e os irmãos Ivo e
Rui Oliveira em prova.
Fonte: Record
on-line
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