Diretor recorda receios e preocupações no dia em que a prova chega ao fim
Por: Lusa
O diretor da Volta a França
sublinhou este domingo que é já uma vitória a prova chegar a Paris, num contexto
de pandemia de covid-19, elogiando o comportamento dos ciclistas e das equipas
durante a 107.ª edição.
"Todos os anos, os
jornalistas perguntam-me, no final do Tour, se estou aliviado. Este ano,
respondo que sim. É já uma vitória chegar a Paris. Tivemos medo que tal não
acontecesse nas horas antes da partida, em Nice, uma vez que dois casos
positivos de covid-19 significavam a exclusão de uma equipa. Hoje, digo que foi
essa regra que nos permitiu chegar ao fim", analisou Christian Prudhomme.
Em declarações aos
jornalistas, horas antes de o pelotão cumprir a 21.ª e última etapa desta
edição e de os Campos Elísios consagrarem o esloveno Tadej Pogacar (UAE
Emirates) como vencedor, o diretor do Tour considerou que "as equipas
apertaram ainda mais a 'bolha'" perante o protocolo particularmente severo
da prova, que previa a exclusão de uma formação que tivesse dois casos
positivos entre os seus elementos, incluindo corredores e 'staff', no espaço de
sete dias.
"O trabalho foi feito. As
medidas foram tomadas para que houvesse a corrida, para que pudéssemos todos
trabalhar, tudo isso foi assimilado na cabeça de todos", completou.
Christian Prudhomme, que esteve afastado durante uma semana da Volta a França por ter dado positivo para a covid-19 num teste realizado no primeiro dia de descanso da competição, defendeu que, assim que a prova começou, em 29 de agosto, a temática do novo coronavírus foi quase completamente esquecida.
"Nos dias precedentes,
não me colocaram uma única questão sobre a vertente desportiva. No sábado [da
partida], foi a chuva, a estrada deslizante, o gelo no verão. No dia seguinte,
foi a vitória de Julian Alaphilippe, a camisola amarela, o sol esplendoroso, a
beleza das paisagens, o público na berma da estrada, com 90 a 95% das pessoas de
máscara. Neste Tour, estávamos em setembro e, como é obvio, havia menos gente
na estrada do que em julho, mas fiquei espantado com a resposta na estrada, as
cidades decoradas, o público", enumerou.
Ainda assim, o diretor do Tour
reconheceu que a 107.ª edição não foi tão entusiasmante como a do ano passado,
marcada por "exibições de excelência de ciclistas franceses".
"Em Nice, por um momento,
sonhámos [com um triunfo francês], mas as quedas desempenharam um papel
determinante. Thibaut Pinot, embora ainda esteja em prova, foi quase eliminado.
O Romain Bardet [que desistiu com uma comoção cerebral], o Nairo Quintana... e,
depois, o Egan Bernal [campeão em título], a maior de todas as surpresas. Não
esperava a sua espetacular quebra de forma", pontuou, referindo-se à
desistência do colombiano da INEOS.
Contudo, Prudhomme destacou a
luta pela camisola verde entre Sam Bennett (Deceuninck-QuickStep) e Peter Sagan
(Bora-hansgrohe), em que o primeiro levou a melhor sobre o recordista de
vitórias na classificação da regularidade (sete), classificando-a como
"uma das mais belas desde há muito tempo".
Fonte: Record on-line
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