Lutsenko tornou-se o segundo ciclista cazaque a vencer na Volta a França, graças a uma fuga bem-sucedida na sexta etapa.
O legado de Alexandre
Vinokourov encontrou um ‘herdeiro’ na Volta a França, depois de Alexey Lutsenko
se ter tornado hoje o segundo ciclista cazaque a vencer na prova francesa,
graças a uma fuga bem-sucedida na sexta etapa.
Vencedor de quatro etapas na
‘Grande Boucle’ e figura emblemática e controversa do pelotão na primeira
década do século XXI, o ‘patrão’ da Astana regozijou-se hoje com o triunfo,
após mais de 180 quilómetros em fuga, do seu pupilo, que se lhe juntou como
representante do Cazaquistão no palmarés do Tour.
“Esta vitória é muito
importante para mim, estamos na Volta a França! Para um ciclista, é qualquer
coisa de excecional. Para mim, é a mais bela vitória da minha carreira. Falámos
no autocarro desta etapa e o Alexandre Vinokourov disse-nos que tínhamos de
tentar algo hoje. O plano funcionou na perfeição”, revelou Lutsenko, que já
tinha uma etapa da Vuelta no currículo.
Dez anos após o último triunfo
de Vinokourov, e naquela que é a sua quinta participação na prova francesa, o
antigo campeão mundial de fundo de sub-23 (2012) superiorizou-se aos seus sete
companheiros de fuga na grande dificuldade do dia, a subida a La Lucette, e aguentou
a perseguição ‘suave’ do grupo de favoritos – preferiram, uma vez mais,
vigiar-se, sem ataques à amarela de Adam Yates ((Mitchelton-Scott) -,
impondo-se no final dos 191 quilómetros entre Le Teil e Mont Aigoual, em
04:32.34 horas.
Depois da apatia da véspera, e
das merecidas críticas ao seu comportamento, o pelotão surgiu hoje revigorado,
com uma numerosa fuga a formar-se aos nove quilómetros e logo com nomes
sonantes, como Nicolas Roche (Sunweb), um ‘habitué’ nas fugas (são 18 presenças
desde 2009), Edvald Boasson Hagen (NTT) ou o campeão olímpico Greg Van Avermaet
(CCC), aos quais se juntaram Neilson Powless (Education First), Daniel Oss
(Bora-Hansgrohe), Rémi Cavagna (Deceuninck-QuickStep), Jesús Herrada (Cofidis)
e Lutsenko.
Os oito aventureiros do dia
colaboraram ativamente e chegaram a superar os seis minutos de vantagem para os
perseguidores, com a diferença a reduzir drasticamente na primeira contagem de
terceira categoria da jornada, situada aos 146 quilómetros, em Cap de Coste,
uma realidade agravada na escala a Col de la Lucette, a grande dificuldade do
dia.
Na subida de primeira
categoria, cujo topo estava localizado a 13,5 quilómetros da meta, saltou do
pelotão Fabio Aru (UAE Emirates), tentando juntar-se ao à frente da corrida, já
entregue a Lutsenko, num momento em que o protocolo sanitário da ‘Grande
Boucle’ para a covid-19 foi ignorado – o público apareceu em massa em La
Lucette, sem máscara e sem distanciamento para os corredores.
O esforço do italiano foi
infrutífero, pois, lá à frente, o ciclista cazaque seguia a bom ritmo para a
sua primeira vitória no Tour, apesar do esforço de Herrada para o alcançar – o
espanhol teve de contentar-se com o segundo lugar, a 55 segundos, diante de Van
Avermaet (CCC), terceiro a 2.15 minutos.
O grupo de favoritos chegou
quase três minutos depois do vencedor, encabeçado por Julian Alaphilippe
(Deceuninck-QuickStep), que ganhou um segundo aos demais, naquele que pode ser
encarado como um gesto de força após o erro desnecessário que lhe custou a
amarela na véspera.
O líder do Tour, o britânico
Adam Yates ((Mitchelton-Scott), cortou a meta a 2.53 minutos do cazaque da
Astana, e manteve as diferenças para os seus mais diretos perseguidores na
geral: os eslovenos Primoz Roglic (Jumbo-Visma), segundo, a três segundos, e
Tadej Pogacar (UAE Emirates), terceiro, a sete.
Na sexta-feira, o pelotão
enfrenta 168 quilómetros entre Millau e Lavaur, numa sétima etapa propícia para
uma chegada ao ‘sprint’ e para a qual o português Nelson Oliveira (Movistar),
que hoje foi 63.º a 10.38 minutos, vai partir na 60.ª posição da geral, a 25.25
de Yates.
Fonte: Sapo on-line
Sem comentários:
Enviar um comentário