Ciclista francês desistiu da prova após a 13.ª etapa, na sequência de uma queda
Por: Lusa
Romain Bardet não apresentava
sinais clínicos alarmantes após a queda que sofreu na 13.ª etapa da Volta a
França, esclareceram este sábado os serviços médicos da prova à AFP, horas
depois de o ciclista francês desistir com uma comoção cerebral.
"Tudo o que importa para
os ciclistas é voltarem a subir para a bicicleta [depois de uma queda] e
regressarem à corrida. Se eles são capazes de o fazer, eliminamos imediatamente
a existência de um traumatismo craniano grave", explicou hoje o
responsável pelos serviços médicos do Tour à agência France-Presse, antes do
início da 14.ª etapa, em Clermont-Ferrand.
Florence Pommerie precisou que
o protocolo interno da sua equipa estabelece que os médicos devem 'seguir' o
ciclista após este ter sofrido uma queda e revelou que, no caso de Romain
Bardet, não houve perda de consciência inicial e o exame realizado no final da
13.ª tirada, em Puy Mary, nada detetou.
"Ele reintegrou o pelotão
e descaiu até ao carro do médico uns bons 20 minutos depois da sua queda. Ele
tinha um discurso coerente, pediu analgésicos, nomeando-os corretamente. São
elementos tranquilizadores num exame neurológico", sustentou Paul-Henri
Jost, o especialista em neurologia que acompanhou o ciclista da AG2R La
Mondiale depois da sua queda.
O francês, que era a maior
esperança nacional para vencer esta Volta a França, acabou a 13.ª etapa a mais
de 02.30 minutos do camisola amarela, o esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma),
falou com os jornalistas e só quando já estava no carro rumo ao hotel é que
começou a evidenciar sinais alarmantes.
"No carro, quando
descíamos na direção de Clermont, ele pediu para pararmos e vomitou. Já
tínhamos prevista uma radiografia e dirigimo-nos diretamente ao hospital. Ele
não estava bem, estava mais lento do que o habitual", contou hoje o patrão
da AGR2 La Mondiale, Vincent Lavenu.´
Bardet, que era quarto
classificado na geral antes da sua queda e que saiu do 'top 10' no final da
13.ª etapa, abandonou a Volta a França na noite de sexta-feira.
"Romain sofreu uma
comoção cerebral que se intensificou no final da etapa, o que obrigou a nossa
equipa médica a insistir que se submetesse a um exame no Hospital Universitário
de Clermont Ferrand", explicou a AG2R La Mondiale em comunicado na noite
de sexta-feira.
De acordo com a equipa, o
exame radiológico "não revelou lesões", mas "Romain Bardet deve
interromper todas as suas atividades desportivas neste momento", pelo que
abandonou a 'Grande Boucle' -- foi apenas a quinta vez na sua carreira que o
francês de 29 anos desistiu de uma prova.
"Não podia ter acontecido
mais nada de mal hoje. Um ciclista perdeu o controlo diante de mim, consegui
evitá-lo, mas caí a 65 km/h. Bati com a cabeça, tive dificuldades em recuperar.
A queda deixou-me também com mazelas na perna e nádega direitas. Perdi todas as
minhas sensações [para a etapa] depois da queda", detalhou Bardet, no final
da 13.ª tirada.
O francês caiu numa descida, a
cerca de 100 quilómetros da meta, e ficou atordoado no chão, tendo todos os
seus companheiros da AG2R La Mondiale aguardado pelo seu líder, reintegrando-o
no pelotão pouco depois, ainda antes da grande dificuldade da jornada, a subida
a Puy Mary, onde estava instalada uma contagem de montanha de primeira
categoria coincidente com a meta.
Segundo classificado do Tour
em 2016 e terceiro no ano seguinte, o ciclista de 29 anos era quarto
classificado à partida para a etapa de sexta-feira, mas perdeu 02.30 minutos
para Primoz Roglic (Jumbo-Visma) e caiu para a 11.ª posição da geral, a
precisamente três minutos do camisola amarela.
Fonte: Record on-line
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