Por: Sérgio Magalhães
Foto: Reuters
Lance Armstrong tem estado
debaixo dos holofotes da imprensa internacional devido à série documental
'Lance', sobre a vida pessoal e profissional do ciclista norte-americano que
ficou mundialmente conhecido por ter vencido a Volta a França por sete ocasiões
consecutivas, de 1999 a 2005.
Em 'Lance', o ex-ciclista
revelou como a sua 'relação íntima' com o doping apareceu na sua carreira, em
que momento e como deixou que percorresse todo o seu percurso enquanto
profissional de ciclismo.
"Comecei a dopar-me com
essa idade [21 anos], quando fui campeão do Mundo. Mas só com cortisona e
estimulantes. Sempre soube o que colocava em mim. Questionava-me sempre sobre o
que iam injetar e sempre tomei essa decisão. Não aguentava os médicos que me
diziam 'Não perguntes'. Informei-me sobre doping, sabia o que me injetavam e
aceitei. Em 1993, os rumores de EPO [eritropoietina] no pelotão eram muitos. O
EPO percorreu todo o pelotão como um fogo selvagem e incontrolável",
confessou Lance Armstrong.
Falsificou documentos para
participar num triatlo jovem
A obsessão por vencer foi algo
que Lance Armstrong absorveu do pai, Terry, que assumiu 'mea culpa' na forma
como educou o filho durante o seu crescimento, admitindo que tratou-o
"como um animal" muitas das vezes.
"Entendo que os requisitos
sobre a idade correspondam a possíveis resposabilidades. Ia nadar num lago,
correr e andar de bicicleta, significava muito para ele. Lance não seria o
campeão que é sem mim. Tratei-o como um verdadeiro animal. É a única coisa da
qual me arrependo. Se me excedi para ganhar a todo o custo? Era como um chefe
para ele, não o abracei o suficiente nem disse-lhe o que devia. Estava sempre
com ele nos treinos, mas não demonstrei o amor que devia ter demonstrado",
explico Terry Armstrong, em declarações à série documental.
"Doping principal causa
pelo aparecimento do cancro? Não sei."
Lance Armstrong não sabe se o
facto de ter injetado substâncias para o seu organismo despoletou o
aparecimento do cancro de que foi alvo em 1996. "Se o doping foi a
principal causa para o aparecimento do meu cancro no verão de 1996? Não sei.
Não conheço a resposta a essa pergunta. Não posso dizer que não porque
realmente não sei. Mas lembro-me que a única vez que em toda a minha vida tomei
hormonas de crescimento foi na temporada de 199 e na minha cabeça só me vinha a
ideia de que as hormonas só faziam crescer coisas boas dentro do meu organismo,
se calhar também fazia crescer as más", concluiu.
Fonte: Record on-line
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