Foram várias as figuras do
pelotão nacional que marcaram as principais fases da evolução do ciclismo
português, e das quais nos iremos ocupar neste capítulo, desde as proezas de
José Bento Pessoa, nos finais do Século XVIII, aos inesquecíveis José Maria Nicolau
e Alfredo Trindade, até aos históricos Alves Barbosa, Joaquim Agostinho e Marco
Chagas.
Pelo meio ficaram Ribeiro da
Silva, a dinastia dominadora do FC Porto (dos Moreira, Dias Santos, Sousa
Cardoso, Mário Silva, José Pacheco, entre outros), os dois José Martins (o do
Benfica e o da Coelima), José Albuquerque (o popular “Faísca”), o “leão” João
Roque e os benfiquistas Peixoto Alves, Fernando Mendes e Francisco Valada, para
terminar em Joaquim Gomes, Fernando Carvalho, Jorge Silva, Orlando Rodrigues, Vítor
Gamito, Nuno Ribeiro e José Azevedo.
Todos eles estão envolvidos na
reconstituição, que a seguir fazemos, das breves biografias daqueles que
elegemos como principais marcos históricos da evolução do ciclismo português
JOSÉ MARIA
NICOLAU
Nascimento: 15 de Outubro de
1908 Naturalidade: Cartaxo Equipas: Carcavelos (1928) e Benfica (1929 a 1939)
Volta a Portugal: 1º + 8 etapas + 14 dias de líder em 1931; 2º + 4 etapas + 7 dias
de líder; desistiu em 1933 + 1 etapa + 1 dia de líder; 1º + 3 etapas + 10 dias
de líder, em 1934; desistiu em 1935. Vestiu a camisola amarela 24 vezes.
Terminou a carreira: 24/09/1939 faleceu: 25 de Agosto de 1969, vítima de
acidente de viação.
DEU ASAS AO
BENFICA
José Maria Nicolau, foi um dos
mais populares ciclistas portugueses dos anos 30, que, depois de se ter
evidenciado nas fileiras do Carcavelos, ingressou no Benfica, em 1929, ao
serviço do qual venceu a Volta a Portugal em Bicicleta em 1931 e 1934, em
animados despiques com o seu conterrâneo e grande rival, Alfredo Trindade, o
qual, antes de chegar ao Sporting, se revelou nas fileiras do União Clube Rio
de Janeiro, popular colectividade do Bairro Alto, da cidade de Lisboa.
Durante a década de 1930 os
dois corredores, ribatejanos da mesma terra, da mesma idade (separava-os apenas
cinco meses) e de clubes rivais, mas muito amigos, fizeram vibrar de entusiasmo
os desportistas portugueses com os seus empolgantes duelos, dando assim
decisiva contribuição para a popularidade e expansão, a nível nacional, do
ciclismo e dos dois grandes clubes lisboetas.
Nicolau impressionava pela sua
compleição física e robustez (80 kg), em contraste com a franzina silhueta de
Trindade (50 kg), mas eram iguais pelo seu espírito de lutadores.
PRINCIPAIS
VITÓRIAS:
Nicolau não se limitou a
ganhar duas Voltas a Portugal. Com o mesmo brio e tenacidade bateu-se por
outros sucessos, tendo ganho, sempre ao serviço do Benfica:
100 Km da Golegã (1930)
Golegã-V. Franca-Benavente
(1930)
Lisboa-Coimbra (1930, 31 e 32)
Campeonato Nacional de Fundo
(1931, 1932, 1933)
Taça Olímpica – CRI (1930,
1931, 1932, 1933)
GP Outono (1931)
Volta a Lisboa (1931)
Porto-Vigo (1931)
Taça da União e a Volta a
Lisboa (1931 e 1932)
Lisboa-Sintra (1932-1933)
Lisboa-Ericeira-Mafra-Malveira-Lisboa
(1932)
Porto-Lisboa (1932, 1934 e
1935)
Lisboa-Bombarral-Lisboa (1933)
Tábua-Coimbra-Tábua (1934).
Fonte: FPC
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