quarta-feira, 10 de abril de 2019

“EMEL rescinde contrato com a Órbita e aprova o lançamento do concurso para a expansão da rede GIRA”

Por: Maria Teresa Loureiro
No interesse do serviço público de qualidade que a EMEL se comprometeu a prestar a quem vive e circula na cidade, a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa rescindiu hoje o contrato assinado com a Órbita, em novembro de 2016, para a aquisição, implementação e operação do Sistema de Bicicletas Públicas Partilhadas de Lisboa e aprovou simultaneamente o lançamento de um novo concurso para a expansão, operação e manutenção da rede GIRA.
A decisão de rescisão por parte da EMEL vem na sequência dos sucessivos incumprimentos contratuais por parte da Órbita, tendo o primeiro ocorrido logo em dezembro de 2017, três meses após o final da fase piloto (realizada entre 21 de junho e 7 de setembro), quando em vez das 43 estações contratadas, apenas 34 estavam em funcionamento, e das 409 bicicletas previstas (273 elétricas e 136 convencionas), o sistema apenas dispunha de 296 (191 elétricas e 105 convencionais).

Desde maio de 2018, as falhas da Órbita foram-se somando, tendo nos últimos oito meses a empresa revelado total incapacidade para prestar o serviço contratualizado.
Atualmente, a rede GIRA dispõe apenas de 92 estações, em vez das 140 previstas. Destas 92 estações, 74 estão em operação, 15, apesar de já se encontrarem instaladas no terreno, com as respetivas ligações elétricas da responsabilidade da EMEL, não podem entrar em operação por falta de bicicletas, e outras três estão inoperacionais por falta de componentes, sendo todas estas falhas da responsabilidade da Órbita.
No que respeita às bicicletas, a rede GIRA no último mês esteve a funcionar apenas com uma média de 500, das quais apenas 200 elétricas, quando deveriam estar em operação (para as 92 estações) 624 bicicletas elétricas e 311 convencionais
O concurso a ser lançado para a expansão, operação e manutenção da rede GIRA, prevê que sejam adicionadas ao sistema existente até ao total de 3.500 bicicletas, 80 por cento das quais elétricas, e até 350 estações, durante um período máximo de oito anos.

A EMEL garante a continuidade da operação do atual sistema, acautelando a compatibilidade entre as bicicletas e as docas de ambos os concursos, e pretende assim avançar para a expansão do Sistema de Bicicletas Partilhadas na cidade de Lisboa
Em relação ao contrato com a Órbita, perante os reiterados incumprimentos por parte da empresa, em julho de 2018 a EMEL aplicou, pela primeira vez, penalidades contratuais no valor de 650 mil euros, que não executou na tentativa de não inviabilizar o funcionamento do sistema.
Durante o segundo semestre, e consciente da sua incapacidade em cumprir o contratualizado, a Órbita foi dando nota à EMEL da eventual possibilidade de entrada de um acionista que iria permitir resolver a situação; no entanto tal não veio a concretizar-se.
Em dezembro do ano passado, a EMEL aplicou à Órbita penalidades contratuais no valor de dois milhões de euros e já este ano, no final do primeiro trimestre, penalidades contratuais no valor de mais dois milhões e seiscentos mil euros – as quais ainda não executou até ao momento.

Em resumo, apesar de muitas e continuadas tentativas realizadas por parte da EMEL, para permitir à Órbita cumprir com as suas obrigações contratuais, a estagnação da situação, verificada desde junho de 2018, impediu, até à data, a entrada em operação de novas estações e tem vido a originar queixas constantes por parte dos utilizadores da GIRA e a manifestação de alguma desconfiança na rede de bicicletas por parte de potenciais novos utilizadores, impedindo o crescimento da rede e colocando em causa um sistema de mobilidade suave/ativa tão importante para a cidade de Lisboa e que, desde o primeiro dia, se revelou um sucesso.
Na génese da criação da rede GIRA – Bicicletas de Lisboa esteve a preocupação com o bem-estar das pessoas e com a sustentabilidade da cidade, sendo os principais objetivos gerar valor na vida do dia-a-dia de todos e de todas e contribuir para uma maior fluidez da mobilidade urbana e para uma maior qualidade ambiental, através da redução da produção de ruído e das emissões de Gases com Efeito Estufa, tão nocivos para a saúde pública e que tanto contribuem para o desconforto de quem vive e circula em Lisboa.

Tendo a situação chegado a um ponto que, a continuar, colocaria em risco a continuidade do serviço prestado à população pela rede GIRA (já considerado parte integrante e indispensável na vida da cidade), e considerando que o sistema é propriedade da EMEL, a empresa decidiu rescindir o contrato com a Órbita, deixando a garantia que a GIRA veio para ficar e que a rede de Bicicletas de Lisboa irá servir as pessoas e Lisboa cada vez melhor.

Sobre a EMEL:

A EMEL tem como missão a gestão da mobilidade e do estacionamento em Lisboa, através da gestão e fiscalização de lugares na via pública, de parques, de Bairros Históricos e outros equipamentos e serviços de mobilidade, elevadores, escadas rolantes e bicicletas.
A sua atuação visa a melhoria da mobilidade urbana, garantindo mais bem-estar e segurança a todos os que vivem e circulam em Lisboa, através do desenvolvimento de ações de sensibilização e da introdução de soluções inovadoras de mobilidade e gestão do estacionamento, que contribuam para uma maior sustentabilidade ambiental.

Fonte: EMEL

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