A
Câmara Municipal de Viseu apresentou hoje o MUV – Mobilidade Urbana de Viseu,
um sistema integrado de mobilidade do qual fazem parte os transportes públicos,
o estacionamento e os modos suaves, como a bicicleta as trotinetas. O MUV
representa um investimento de cerca de 30 milhões de euros e irá entrar em
funcionamento já no próximo mês de abril.
Em
declarações à Transportes em Revista, o presidente da Câmara Municipal de
Viseu, Almeida Henriques, referiu que «o MUV é uma nova forma de olhar para a
mobilidade, não só na cidade de Viseu, como em todo o concelho. É uma inovação
muito grande, porque a cidade não tinha transportes urbanos e agora vai passar
a ter seis minibuses a fazer o circuito urbano e dois autocarros elétricos a
realizar o circuito do centro histórico.
Vamos
também reforçar as ligações interurbanas, com a criação de 23 linhas, que farão
a ligação entre as diferentes freguesias do concelho e o centro de mobilidade
de Viseu. Vamos também apostar no transporte a pedido, beneficiando os territórios
de baixa densidade, através do serviço “telebus”. Depois também quisemos
integrar no sistema a chamada mobilidade suave, através da criação de um
sistema de bicicletas partilhadas e trotinetas».
O
MUV está assim assente em cinco componentes e áreas de atuação: Transportes
Públicos; Estacionamento Integrado, uma nova Central de Mobilidade de Viseu com
sistema de gestão integrado e inteligente; uma rede de Transporte a pedido para
as freguesias de baixa densidade; e uma rede urbana de ciclovias, o MUV Bike.
Na
área dos transportes públicos, a operação dos transportes urbanos (MUV
Transportes) e do transporte a pedido (Telebus) será realizada pela empresa
Berrelhas, que venceu o concurso público para a concessão do serviço e que irá
investir 6,5 milhões de euros. No Telebus serão utilizados táxis com capacidade
para transportar até quatro pessoas, com a vantagem de «que vamos buscar as
pessoas às horas que elas definirem», disse Almeida Henriques.
A
gestão do estacionamento, que se chama MUV Parque, ficará a cargo da empresa
SABA e representa um investimento privado de 10,5 milhões de euros. Já a nova
Central de Mobilidade tem um investimento de 4,5 milhões de euros, obra que foi
cofinanciada em 85% pelo PEDU - Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano.
Em
relação ao MUV Bike, Almeida Henriques salientou que «estamos a credenciar as
trotinetas e vamos impor algumas condições, como a não circulação a mais de 25
Km/h nos passeios, a criação de ilhas de estacionamento entre outras. E vamos
ter o mesmo procedimento para a concessão das bicicletas, criando uma rede de
ciclovias na cidade».
Para
o autarca, «a plataforma do MUV deverá estar concluída em meados de
setembro/outubro. Vai permitir saber os tempos de espera dos autocarros,
permitirá comprar o bilhete ou o passe e validá-lo. Ou, por exemplo, comprar um
bilhete e reservar uma bicicleta. Irá, inclusive, permitir saber se na rua para
onde vou tenho um lugar de estacionamento, porque o MUV Parque irá ter 1700
lugares com sensores. Iremos ter passes para famílias, empresas, seniores,
estudantes e um passe social. Como autoridade de transportes, quisemos
estimular a adesão das pessoas ao sistema de mobilidade, criando conforto».
Todo
o sistema será integrado num único sistema de bilhética permitindo aceder a
todos os modos de mobilidade com recurso a apenas um cartão. Segundo o edil
viseense, «houve a preocupação de termos uma visão integrada e encontrar um
sistema que não fosse muito pesado financeiramente para a autarquia e
permitisse algum equilíbrio na sua sustentabilidade.
Para
além dos investimentos privados, a bilhética também foi financiada por fundos
comunitários e as vias cicláveis pelo PEDU. A Câmara também irá alocar meio
milhão de euros por ano para o funcionamento do sistema, porque entende que as
redes urbanas e o transporte a pedido não vão ser autossustentáveis.
Por
outro lado, também iremos ter um veículo autónomo a circular, o Viriato, que
irá substituir o funicular e que nos irá permitir poupar cerca de 80 mil euros
por ano. E o Viriato também fará parte deste investimento».
Fonte: Transportes em revista on-line
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