A
Equipa Portugal de elite cumpriu hoje o segundo dia de treino de conjunto na
Áustria, reconhecendo, mais uma vez, o circuito final da prova de fundo do
Campeonato Mundial de Estrada, que vai realizar-se neste domingo, entre
Kufstein e Innsbruck.
Nelson
Oliveira, Rúben Guerreiro, Riui Costa e Tiago Machado saíram à estrada,
seguidos pelo selecionador nacional, José Poeira, para avaliar aqueles que,
teoricamente, serão os pontos decisivos da corrida, de modo a finalizar todos
os detalhes, técnicos e até mecânicos para que Portugal possa lutar pelo
terceiro top 10 da história em provas de fundo de elite do Campeonato do Mundo.
Amanhã,
os corredores irão encontrar uma longa e dura prova, 252,9 quilómetros entre
Kufstein e Innsbruck, com partida às 8h40 (hora portuguesa). O início é
semelhante às provas de fundo de sub-23 e juniores, esperando-se uma primeira
seleção de valores para os 5 quilómetros da subida de Gnadenwald, ainda antes
da entrada no circuito olímpico, o que acontecerá quando estiverem percorridos
90 quilómetros.
Já
dentro de Innsbruck, a subida de 7,9 quilómetros (5,7 por cento de inclinação
média) até Patscherkofel será feita sete vezes. Na última volta, após aquela
dificuldade, os corredores vão subir para Gramartboden, um "muro" com
2,8 quilómetros de extensão e 11,5 por cento de inclinação média e rampas que
chegam aos 28 por cento de pendente. Do topo até à chegada são 8,5 quilómetros,
maioritariamente em descida e com curvas perigosas.
A
longa distância, um acumulado de subida de 4670 metros e a extrema dureza da
escalada mais próxima da meta são ingredientes que devem impedir Peter Sagan de
vencer o quarto Mundial consecutivo. Homens mais talhados para a montanha e
para as provas por etapas terão na Áustria a oportunidade de ouro para vestir a
camisola arco-íris. Os portugueses querem estar no lote restrito daqueles que
podem bater-se pelas posições cimeiras.
“A
corrida vai ser muito dura. A subida mais longa, que será passada sete vezes,
tem caraterísticas diferentes da subida curta e muito inclinada do final. Entre
uma e outra há uma descida que pode ser aproveitada para alguns corredores
tentarem surpreender adversários mais talhados para as últimas rampas. Será
necessário uma grande concentração e a escolha adequada de andamentos, além, naturalmente,
da capacidade física para discutir um dos mundiais mais difíceis de sempre.
Acredito na nossa equipa, composta por quatro corredores com provas dadas, o
que nos permite pensar numa classificação no top 10”, afiança José Poeira.
Tiago
Machado também destaca a qualidade do coletivo nacional. “Somos quatro bons
corredores, por isso estamos a representar o nosso país. Este é dos mundiais
mais adequados para as nossas caraterísticas. Resta saber, durante a prova,
qual o nosso real estado de forma. Pessoalmente, acho que recuperei bem da
Vuelta e gostava de ser útil à estratégia da equipa”, afirma o famalicense.
Rúben
Guerreiro deu boas indicações nas provas das últimas semanas e está confiante
para Innsbruck. “Espero fazer um bom mundial, num percurso duro que se enquadra
nas minhas caraterísticas. Quero corresponder às expectativas da Seleção e
estar com os mais fortes. Nas últimas provas consegui bons resultados e
acredito que poderei confirmar a boa forma nesta prova. Tentarei não ter falhas
e manter a condição física toda a prova”, promete o corredor.
Depois
do quinto lugar no contrarrelógio, Nelson Oliveira está galvanizado para a
prova de fundo. “Embora queiramos sempre mais e as duas provas serem totalmente
diferentes, ter estado bem no contrarrelógio motivo para as dificuldades da
corrida de fundo. Estes devem ser dos mundiais mais duros de sempre, mas
acredito que tudo correrá bem para a nossa Seleção”, diz o bairradino.
Rui
Costa, que rubricou os três melhores resultados lusos de sempre na prova de
fundo – vitória em 2013, nono lugar em 2015 e 11.º em 2012 – preparou com
afinco a corrida deste domingo e, apesar das dificuldades, vai estar atento a
uma oportunidade de brilhar.
“Fiz
tudo o que estava ao meu alcance para preparar esta corrida. O facto de não ter
corrida muito pode ser uma desvantagem, mas acredito que me encontro bem. Não
como estarão os adversários, mas espero estar com os melhores. A subida mais
longa é muito difícil na segunda metade. A última subida é qualquer coisa de
brutal. Vai ser muito complicada, de tal maneira que optei por usar um
andamento de 36 x 32. Vai ser complicado chegar ali com sete horas de corrida e
dar o máximo. Não é uma escalada que me seja favorável, pelo que, ao longo da
prova, terei de estudar uma tática que me favoreça. Este vai ser um Mundial que
se decide ao longo das voltas. Vai ser o culminar de estar bem, passar as
dificuldades, sofrer e tentar ter uma pontinha de sorte na parte final”,
explica Rui Costa.
Fonte:
FPC
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