Pelo segundo dia consecutivo, a organização teve de
recorrer ao ‘photo finish’ para apurar o que o olho humano não conseguiu
deslindar.
O
ciclista alemão Marcel Kittel 'estilhaçou' hoje o sonho do francês Bryan
Coquard, com o ‘photo finish’ a atribuir o nono triunfo em etapas da Volta a
França ao corredor germânico.
Pelo
segundo dia consecutivo, a organização teve de recorrer ao ‘photo finish’ para
apurar o que o olho humano não conseguiu deslindar e o veredito foi claro:
apesar do impulso final do francês da Direct Énergie, que veio de trás, a
vitória na quarta etapa pertenceu ao ‘sprinter’ da Etixx-QuickStep.
“Vi
a imagem, só cabia um cabelo ali [entre as rodas de bicicleta]. É nada depois
de 237,5 quilómetros. Foi um ‘sprint’ apertado, muito duro. A 150 metros do
final, pensei que as minhas veias iam explodir. Não tinha a mínima ideia que
tinha vencido. Sabia que ia ser tão apertado que estava concentrado em atirar-me
para a linha.
Tenho
1,90 metros, braços compridos e isso fez a diferença no final”, assumiu um
exultante Kittel, que, quando cortou a meta, se sentou à espera do desfecho,
antes de 'explodir' num grito libertador.
Depois
de um ano desastroso, em que um vírus o afastou da prova na qual tinha sido o
‘rei’ dos ‘sprints’ nas duas edições anteriores (com quatro vitórias em cada),
o alemão, de 28 anos, contrariou todos os prognósticos – a chegada, com uma
ligeira inclinação, teoricamente ‘excluía-o’ – para voltar às vitórias no Tour.
“Estou
mega contente. Tive de lutar, de regressar, o que não é fácil. O meu objetivo
era conquistar a amarela na primeira etapa. Correu pior do que o esperado, mas
a minha equipa apoiou-me, foi muito eficaz. Queria muito ganhar uma etapa”,
reconheceu após cortar a linha de meta, no final dos 237,5 quilómetros, entre
Saumur e Limoges, com o tempo de 5:28.30 horas.
E
Kittel bem pode agradecer à sua Etixx-QuickStep pelo trabalho realizado na
perseguição à fuga do dia, iniciada aos 21 quilómetros por sete homens, dos
quais ‘sobreviveram’ Alexis Gougeard (AG2R-La Mondiale), Markel Irizar
(Trek-Segafredo), Oliver Naesen (IAM Cycling) e Andreas Schillinger
(Bora-Argon18).
O
quarteto aguentou mais de 200 quilómetros na frente, chegou a ter seis minutos
de avanço sobre o pelotão, mas não resistiu à investida final das equipas dos
‘sprinters’, que contaram com a preciosa ajuda de Astana, Movistar e BMC.
Talvez
a pensar na complicada aproximação à meta – troços de pavé, estrada estreita,
separadores centrais e uma curta inclinação -, as formações dos candidatos à
geral posicionaram-se na frente, mas, depois de fortemente criticadas na
véspera, cederam o seu lugar aos ‘sprinters’ na longa reta (inclinada) da meta.
Sem
pernas para alcançar os dois homens mais rápidos do dia, o camisola amarela
Peter Sagan (Tinkoff) lutou pelo terceiro lugar, conquistando assim quatro
segundos de bonificação, que lhe permitiram reforçar a liderança na geral: tem
o francês Julian Alaphilippe (Etixx-QuickStep), a 12 segundos, e o espanhol
Alejandro Valverde (Movistar), a 14.
“Teria
sido melhor se tivesse ganhado, mas não me queixo. Continuo de amarelo e somei
pontos para a camisola verde”, resumiu o campeão do mundo, vencedor da
regularidade nas últimas quatro edições.
Num
dia tranquilo para os candidatos ao pódio final em Paris – chegaram todos no
pelotão -, Nelson Oliveira perdeu tempo (6.28 minutos), depois de ter
trabalhado na frente em nome dos líderes da Movistar.
Assim,
enquanto Rui Costa (Lampre-Merida) continua no ‘top 20’, a 18 segundos de
Sagan, o atual tricampeão nacional de contrarrelógio desceu ao 153.º posto da
geral, tendo uma desvantagem de 9.38 minutos para o camisola amarela.
Na quinta-feira, Oliveira (e restantes gregários) vão
ter ainda mais trabalho, nos acidentados 216 quilómetros entre Limoges e Le
Lioran, que incluem cinco contagens de montanha (duas de segunda, três de
terceira) nos últimos 75 quilómetros.
Fonte: SAPO Desporto c/Lusa
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