segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

“Filipe Marques: «Tive só um ano para me superar»”

Aos 21 anos, o triatleta é uma das grandes esperanças lusas para os Jogos Paralímpicos e explica a carreira que teve como base passagens pelo futebol e natação

Por: Filipe Balreira

Foto: Paulo Calado

RECORD - Tem uma carreira ainda curta no triatlo. Considera que 2019 foi o seu melhor a nível de resultados e surpreendeu-o?

FILIPE MARQUES – Sim, este ano acabou por ser mais um rumo ao meu objetivo de tentar a qualificação para os Jogos’2020 e o próximo será o derradeiro desafio. Em 2019, tive alguns bons resultados e que até surpreenderam pela positiva, mas acredito que em 2020 possa melhorar e desenvolver a minha qualidade de trabalho e desempenho.

R - Sendo que só começou no projeto olímpico do triatlo em 2018, considera que os Jogos’2020 é um objetivo para ser alcançado no imediato ou perspetiva isso como uma preparação já a pensar na qualificação para 2024?

FM – Eu já estou há muitos anos no triatlo, mas só integrei o projeto exatamente a partir desse ano. A qualificação este ano está complicada, pois a concorrência também é muita, só que continuo a achar que ainda posso conseguir chegar ao objetivo na primeira metade do ano que aí vem. Claro que se não conseguir a qualificação já em 2020, o meu foco passa a ser em 2024, pois para aí ainda tenho uma esperança maior. Espero passar por essa grande experiência.

R - Que resultados terá de alcançar para conseguir já chegar a Tóquio’2020?

FM – Existem três provas de qualificação a contar para o apuramento. Este ano, até tive competições que não me correram tão bem, mas vou ter provas em julho ou agosto que podem servir para melhorar a minha pontuação de forma a que consiga o desejado apuramento.

R - Em relação ao triatlo, como surgiu a sua entrada na modalidade? O que o cativou?

FM - Já pratico triatlo há mais ou menos oito ou nove anos, mas nem foi a primeira modalidade que pratiquei, na verdade. Comecei cedo no futebol, mas não correu bem nessa altura e passei para a natação. Na natação, uma pessoa – que até acabou por ser o meu primeiro treinador no triatlo – levou a que fosse para o triatlo e foi assim que tudo começou. Acabei por gostar ao experimentar e ele ajudou-me muito.

R - Era uma modalidade que já acompanhava quando era mais jovem ou até passou a gostar depois da boa prestação da Vanessa Fernandes em 2008, nos Jogos Olímpicos de Pequim?

FM - Eu comecei creio que em 2011 e nem ligava muito à modalidade. Não conhecia muito sobre ela, aliás. Conhecia a Vanessa por isso, mas acabava por ser uma modalidade que, na altura, eu não acompanhava com grande atenção. Depois lá gostei e passei a acompanhar muito mais.

R - Ficou surpreendido com o triatlo quando experimentou?

FM - Nessa altura, o meu treinador começou a falar comigo e aprendi basicamente o que era o triatlo e fui-me adaptando aos poucos e aprendendo vários aspetos importantes. Pensei basicamente que podia continuar naquele desporto por vários anos ainda, o que aconteceu.

R - Quais foram as principais dificuldades que teve na adaptação, sendo que fez uma mudança da natação para o triatlo? Foi difícil ou acabou por ser gradual?

FM - A adaptação nessa mudança foi gradual. Por exemplo, eu já tinha uma bicicleta, mas era fraquinha e, pronto, lá tive de investir. Também o triatlo é um desporto em que se tem de investir muito. Houve a necessidade de comprar uma bicicleta nova e não só… o triatlo é um desporto muito exigente. Ora, nós temos de treinar em três modalidades, conseguir ser bons ou eficientes em todas e isso torna-se difícil. Assim, quando começamos a treinar mais e a evoluir, torna-se mais fácil integrar esta modalidade.

R - No seu caso específico, tem ‘pé cavo’. Em que medida é que isso dificultou a forma de se integrar na modalidade e nas suas especificidades?

FM - Sim, a minha limitação nesse sentido acaba por ser uma dificuldade maior para mim na etapa de corrida. Ao início, não era uma grande limitação e quase nem se notava, mas com o passar da idade, e mais na altura da adolescência, é que começou a piorar, por assim dizer...

R - E o facto de ter começado no projeto olímpico em 2018 acabou por prejudicá-lo a nível de competição por iniciar mais tarde que alguns adversários seus ou não sentiu isso dessa forma?

FM - Acaba por ser mais difícil, sem dúvida. É uma desvantagem em relação a adversários que começaram mais cedo nos seus projetos. Tive só um ano para começar a aprender como tudo funcionava e tive de me superar, pois foi um bocado difícil e ainda estou em aprendizagem, e nesse aspeto sinto um pouco, sim.

R - Nessa aprendizagem, quais foram os seus maiores apoios?

FM - Nessa altura, a federação de triatlo foi um grande suporte para mim. De resto, a federação tem-me ajudado muito, quer a nível financeiro, quer a nível de equipamentos, tais como as bicicletas. E nunca me tem faltado nada.

Fonte: Record on-line

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