Por:
Filipe Balreira
Foto:
Paulo Calado
RECORD
- Tem uma carreira ainda curta no triatlo. Considera que 2019 foi o seu melhor
a nível de resultados e surpreendeu-o?
FILIPE
MARQUES – Sim, este ano acabou por ser mais um rumo ao meu objetivo de tentar a
qualificação para os Jogos’2020 e o próximo será o derradeiro desafio. Em 2019,
tive alguns bons resultados e que até surpreenderam pela positiva, mas acredito
que em 2020 possa melhorar e desenvolver a minha qualidade de trabalho e
desempenho.
R -
Sendo que só começou no projeto olímpico do triatlo em 2018, considera que os
Jogos’2020 é um objetivo para ser alcançado no imediato ou perspetiva isso como
uma preparação já a pensar na qualificação para 2024?
FM –
Eu já estou há muitos anos no triatlo, mas só integrei o projeto exatamente a
partir desse ano. A qualificação este ano está complicada, pois a concorrência
também é muita, só que continuo a achar que ainda posso conseguir chegar ao
objetivo na primeira metade do ano que aí vem. Claro que se não conseguir a
qualificação já em 2020, o meu foco passa a ser em 2024, pois para aí ainda
tenho uma esperança maior. Espero passar por essa grande experiência.
R -
Que resultados terá de alcançar para conseguir já chegar a Tóquio’2020?
FM –
Existem três provas de qualificação a contar para o apuramento. Este ano, até
tive competições que não me correram tão bem, mas vou ter provas em julho ou
agosto que podem servir para melhorar a minha pontuação de forma a que consiga
o desejado apuramento.
R -
Em relação ao triatlo, como surgiu a sua entrada na modalidade? O que o
cativou?
FM -
Já pratico triatlo há mais ou menos oito ou nove anos, mas nem foi a primeira
modalidade que pratiquei, na verdade. Comecei cedo no futebol, mas não correu
bem nessa altura e passei para a natação. Na natação, uma pessoa – que até acabou
por ser o meu primeiro treinador no triatlo – levou a que fosse para o triatlo
e foi assim que tudo começou. Acabei por gostar ao experimentar e ele ajudou-me
muito.
R -
Era uma modalidade que já acompanhava quando era mais jovem ou até passou a gostar
depois da boa prestação da Vanessa Fernandes em 2008, nos Jogos Olímpicos de
Pequim?
FM -
Eu comecei creio que em 2011 e nem ligava muito à modalidade. Não conhecia
muito sobre ela, aliás. Conhecia a Vanessa por isso, mas acabava por ser uma
modalidade que, na altura, eu não acompanhava com grande atenção. Depois lá
gostei e passei a acompanhar muito mais.
R -
Ficou surpreendido com o triatlo quando experimentou?
FM -
Nessa altura, o meu treinador começou a falar comigo e aprendi basicamente o
que era o triatlo e fui-me adaptando aos poucos e aprendendo vários aspetos
importantes. Pensei basicamente que podia continuar naquele desporto por vários
anos ainda, o que aconteceu.
R -
Quais foram as principais dificuldades que teve na adaptação, sendo que fez uma
mudança da natação para o triatlo? Foi difícil ou acabou por ser gradual?
FM -
A adaptação nessa mudança foi gradual. Por exemplo, eu já tinha uma bicicleta,
mas era fraquinha e, pronto, lá tive de investir. Também o triatlo é um
desporto em que se tem de investir muito. Houve a necessidade de comprar uma
bicicleta nova e não só… o triatlo é um desporto muito exigente. Ora, nós temos
de treinar em três modalidades, conseguir ser bons ou eficientes em todas e
isso torna-se difícil. Assim, quando começamos a treinar mais e a evoluir,
torna-se mais fácil integrar esta modalidade.
R -
No seu caso específico, tem ‘pé cavo’. Em que medida é que isso dificultou a
forma de se integrar na modalidade e nas suas especificidades?
FM -
Sim, a minha limitação nesse sentido acaba por ser uma dificuldade maior para
mim na etapa de corrida. Ao início, não era uma grande limitação e quase nem se
notava, mas com o passar da idade, e mais na altura da adolescência, é que
começou a piorar, por assim dizer...
R -
E o facto de ter começado no projeto olímpico em 2018 acabou por prejudicá-lo a
nível de competição por iniciar mais tarde que alguns adversários seus ou não
sentiu isso dessa forma?
FM -
Acaba por ser mais difícil, sem dúvida. É uma desvantagem em relação a
adversários que começaram mais cedo nos seus projetos. Tive só um ano para
começar a aprender como tudo funcionava e tive de me superar, pois foi um
bocado difícil e ainda estou em aprendizagem, e nesse aspeto sinto um pouco,
sim.
R -
Nessa aprendizagem, quais foram os seus maiores apoios?
FM -
Nessa altura, a federação de triatlo foi um grande suporte para mim. De resto,
a federação tem-me ajudado muito, quer a nível financeiro, quer a nível de
equipamentos, tais como as bicicletas. E nunca me tem faltado nada.
Fonte:
Record on-line
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