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Bryan,
o mais desconhecido dos irmãos Alaphilippe, estreou-se esta segunda-feira a
vencer entre os profissionais na terceira etapa da 79.ª Volta a Portugal,
deixando o irmão Julian exultante de orgulho do feito do ciclista francês da
Armée de Terre.
Na
intrincada chegada a Bragança, o 'novato' correspondeu na perfeição ao trabalho
dos seus colegas e conquistou o seu primeiro triunfo como profissional e o
segundo da sua equipa nesta edição, na frente de um retalhado pelotão onde
estava o camisola amarela Raúl Alarcón (W52-FC Porto), assim como todos os favoritos,
muito cautelosos na véspera da ascensão à Senhora da Graça.
"Estou
muito contente, é a segunda vitória em etapas da equipa. É genial, um
verdadeiro bónus! Não estamos cá para a classificação geral, mas sim para somar
etapas e, até agora, está a correr super bem. Vim cá para tentar ganhar uma
etapa, e hoje sabia que era a minha última oportunidade. Correu bem",
resumiu Bryan Alaphilippe, de champanhe na mão, depois de ter cortado a meta
com o tempo de 4:06.08 horas.
A
incursão da 79.ª Volta a Portugal pelo nordeste transmontano iniciou-se em
Figueira de Castelo Rodrigo, onde os ecos da desistência de Edgar Pinto (LA
Alumínios-Metalusa-Blackjack) e da retirada do espanhol Alberto Contador
embalaram o pelotão para os 162,7 quilómetros da terceira tirada.
As
duas contagens de montanha de terceira categoria, em Vila Nova de Foz Côa e
Torre de Moncorvo, foram o pretexto ideal para que 16 corredores, entre os
quais estavam Domingos Gonçalves (RP-Boavista), terceiro da geral, o campeão em
título Rui Vinhas (W52-FC Porto), ou o combativo João Matias (LA
Alumínios-Metalusa-Blackjack), que assumiu a liderança da montanha, saltassem
do pelotão para atravessar, em fuga, a Serra de Bornes.
Mas
os fugitivos não conseguiram chegar isolados ao alto, cotado como de segunda
categoria, com a escapada a ser anulada ao quilómetro 85 graças ao trabalho do
Sporting-Tavira, que não meteu ninguém na fuga e queria defender o segundo
lugar de Alejandro Marque, e depois da W52-FC Porto, quando Vinhas foi
absorvido.
Com
muitos quilómetros ainda para percorrer até à meta, Guy Sagiv (Israel Cycling
Team), Antonio Di Sante (GM Europa Ovini) e Mikel Bizkarra (Euskadi-Murias)
voltaram a tentar agitar as águas, construindo uma vantagem que, a 25
quilómetros de Bragança, ainda era de dois minutos.
Mas,
quando o 'exército' francês, encabeçado por Damien Gaudin, o primeiro líder
desta edição, entrou ao serviço, a fuga acabou. No complicado circuito final,
povoado de curvas e contracurvas, os candidatos à etapa perfilaram-se na frente
-- a dado momento, parecia que o próprio camisola amarela iria tentar a sua
sorte -- e, na ligeiríssima inclinação final, foi o mais novo dos Alaphilippe a
impor-se, diante de letão Krists Neilands (Israel Cycling Academy) e do
português Daniel Mestre (Efapel).
Aos
21 anos, Bryan, cujo rosto (mas não o corpo, pequeno e entroncado) parece
copiado a papel químico do irmão Julian, estreou-se a vencer, no seu terceiro
ano na Armée de Terre, e encheu de vaidade aquele que é um dos mais promissores
ciclistas franceses (pelo menos nas clássicas).
"Feliz
e orgulhoso por ti, meu irmão pequeno, que conquistaste a tua primeira vitória
profissional na Volta a Portugal", escreveu, desde França, o vencedor da
Volta a Califórnia de 2016 e 'vice' da Liège-Bastogne-Liège (2015) e da Flèche
Wallone (2016 e 2015).
Alheios
às lutas pela etapa, ficaram os principais candidatos ao triunfo na 79.ª
edição, com todos a pouparem energias para o seu primeiro grande teste, os
152,7 quilómetros entre Macedo de Cavaleiros e o alto da Senhora da Graça
(Mondim de Basto).
Na
terça-feira, Alarcón vai partir para a quarta etapa com seis segundos de
vantagem sobre Alejandro Marque (Sporting-Tavira) e 12 sobre Domingos
Gonçalves, com o principal favorito, o bicampeão Gustavo Veloso (2014 e 2015) a
ocupar a quinta posição, a 17 segundos.
Fonte:
Record on-line
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