Foto: Lusa
Istvan
Varjas, o engenheiro húngaro considerado o cérebro da invenção do doping
mecânico, disse hoje acreditar que os ciclistas profissionais recorrem a essa
forma de ‘dopagem’ desde 1998.
Num
segmento do programa '60 Minutes', da cadeia norte-americana CBS, que irá para
o ar no domingo, Varjas revela que, em 1998, desenhou um motor para caber
dentro do quadro de uma bicicleta, que foi comprado por um anónimo por dois
milhões de dólares (cerca de 1,871 milhões de euros).
O
acordo, com o comprador anónimo, incluía também uma cláusula que obrigava o
engenheiro húngaro a não trabalhar em novos modelos de motores, falar sobre
eles ou vendê-los durante dez anos.
Varjas
reconheceu que pensa que a sua ‘criação’ foi usada para fazer “batota” em
provas de ciclismo, mas negou ter responsabilidade na disseminação do doping
mecânico.
No
mesmo programa, o norte-americano Greg LeMond, três vezes vencedor da Volta a
França, exigiu maior controlo por parte das entidades responsáveis do ciclismo.
“Isto
é curável, é solucionável. Não vou confiar até descobrirem como tirar o motor
da bicicleta. Não confiarei em qualquer vitória na Volta a França”, disse
LeMond.
Em
dezembro, em entrevista ao diário francês Le Monde, Varjas revelou que uma
grande investigação televisiva pode apresentar, em breve, mais detalhes sobre o
doping mecânico ou 'fraude tecnológica', como é apelidada pela União Ciclista
Internacional (UCI).
De acordo com o engenheiro húngaro, a investigação
poderia ser emitida em janeiro, com o diário francês a arriscar que as novas
revelações podem causar um ‘terramoto’ tão grande como o ‘affaire’ Festina, o
primeiro caso conhecido de um esquema de dopagem organizado, que ‘parou’ a
Volta a França de 1998.
Fonte: SAPO Desporto c/Lusa
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