Por: Filipe Lima Quintas - Diretor Clínico das Seleções Nacionais de Ciclismo
O treino em altitudes baixas a
moderadas (1.600-2.400 m) é uma prática corrente para atletas de endurance de
forma a potenciar o rendimento cardiopulmonar e metabólico. Esta abordagem visa
proporcionar um estímulo adicional ao treino, antecipando melhorias no
desempenho com base na altitude em relação ao nível do mar.
Apesar dos avanços científicos
no impacto das alterações fisiológicas relacionadas com a nutrição e
intervenções em altitudes elevadas (>3000 m), a influência da nutrição e
suplementos na otimização das adaptações hipóxicas em altitudes mais baixas a
moderadas é um tema emergente.
Destacam-se na área da
nutrição temas importantes como a disponibilidade energética, ferro,
carboidratos, hidratação, antioxidantes e vários níveis de suplementação de
micronutrientes.
Em termos médico-desportivos é
crucial dar especial atenção ao risco de baixa disponibilidade energética e
aumento das necessidades de ferro nas altitudes comuns para atletas de elite
(1600-2400 m). Este fator pode interferir nas adaptações ideais do treino, bem
como no estado de preservação de saúde do atleta.
Recomenda-se o consumo de
alimentos ricos em antioxidantes como principal estratégia para lidar com o
stress oxidativo relacionado com a exposição à altitude, em detrimento de altas
doses de suplementos antioxidantes.
Todavia, persistem várias
questões importantes por responder no que diz respeito à nutrição e treino em
altitude. No contexto desportivo de elite, onde as diferenças no desempenho
desportivo são marginais, a implementação estratégica de intervenções
nutricionais para melhorar as adaptações ao treino em altitude é essencial na
busca do desempenho ideal preservando condições de saúde.
A harmonização cuidadosa entre
nutrição e as exigências do treino em altitude é fundamental para os atletas
alcançarem os seus objetivos de forma eficaz e saudável. Para definir a
estratégia correta de harmonização entre o treino em altitude e as necessidades
nutricionais o praticante deve procurar acompanhamento de profissional clínico
especializado.
Fonte: Federação Portuguesa
Ciclismo
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