Ricardo
Batista subiu ao mais alto lugar do pódio do Campeonato do Mundo de Juniores
2019
Realizou-se
hoje, 30 de agosto, em Lausanne, na Suíça, a Finalíssima do Campeonato do Mundo
de Juniores, onde participaram também Alexandre Montez e José Pedro Vieira.
Batista
tem demonstrado estar em excelente forma, com resultados relevantes na presente
época, como o segundo lugar na Taça da Europa em Quarteira, Algarve, que se
realizou em abril de 2019 ou mais recentemente, em junho deste ano, no
Campeonato da Europa de Weert, Holanda, onde conquistou a terceira posição.
Com
a sua participação na Final do Campeonato do Mundo, era um forte candidato aos
lugares cimeiros; Batista esteve de facto na disputa da prova desde a primeira
transição da natação para o ciclismo, demonstrando a sua consistência e
talento. Aliás, todos os atletas que conquistaram o top 4 no Campeonato da
Europa de Juniores 2019 conseguiram integrar-se nos primeiros cinco atletas, o
que demonstra o nível extremamente elevado do Campeonato da Europa.
O
primeiro atleta a sair da água foi o inglês Marcus Dey, mas atrás dele, nos 30
segundos seguintes, formou-se um grupo de cerca de 30 atletas, demonstrando o
nível elevado e simultaneamente semelhante dos atletas juniores. Mas sendo o
triatlo uma modalidade que exige estratégia e depende de muitas condicionantes,
com três modalidades diferentes e duas transições, a gestão de esforço dos
triatletas e respetiva integração de grupos, principalmente no ciclismo, é
fundamental para alcançar uma boa posição.
Desta
forma, o Batista saiu da água em 34º, fez uma excelente transição e iniciou o
ciclismo de quatro voltas num grupo muito numeroso de ciclistas, num percurso
extremamente exigente fisicamente, com duas subidas acentuadas. «Estava com um
pouco receio do ciclismo porque o grupo era enorme e tudo podia acontecer», diz
Ricardo Batista. Na verdade com a formação de um grupo tão grande a pedalar,
era necessário posicionar-se o mais na frente possível, pois seria previsível a
divisão em pequenos grupos, e quem não se integrasse no primeiro grupo teria
também perdido a possibilidade de alcançar uma boa posição. Foi o que aconteceu
a Alexandre Montez, também ele muito bom atleta, com a 5ª posição no Campeonato
da Europa de Weert, que seguia no primeiro grupo de ciclismo.
Com
uma prova espetacular, Batista mostrou a sua excelente condição física ao longo
do percurso de ciclismo onde destacamos as duas subidas acentuadas de 10% e 12%
de inclinação. O triatleta nacional soube gerir este segmento exigente,
posicionando-se sempre a pedalar na zona da frente do grupo.
Na
corrida, Ricardo Batista foi extremamente consistente, integrando-se num grupo
de sete atletas que se dividiu a determinada altura, em que Batista assumiu a
liderança em conjunto com mais dois atletas. Foi na última volta do terceiro
segmento que tudo se decidiu. Mostrando uma forma física extraordinária, com
uma corrida de outro mundo depois de uma natação dura e de um percurso de
ciclismo muito massacrante, o triatleta
nacional passou para a frente da prova, deixando para trás Lorcan Redmond, da
Áustria e Sergio Baxter Cabrera, de Espanha. O português ainda se enganou no
último retorno, avançando um pouco mais do que era necessário, mas passou a
meta com uns confortáveis sete segundos de vantagem, conquistando o título de
Campeão do Mundo Junior.
«Estou
extremamente satisfeito com este título, tenho pouca experiência em Campeonatos
do Mundo, mas correu bem, gostei muito da prova!»
Batista fez uma prova extraordinária, com destaque para o
segmento da corrida onde assumiu a liderança
O
triatleta nacional Ricardo Batista foi medalha de ouro com 00:55:05, seguido do
austríaco Lorcan Redmond que ficou na segunda posição com 00:55:12 e do
espanhol Sergio Baxter que fechou o pódio com 00:55:16.
O
presidente da Federação de Triatlo de Portugal, Vasco Rodrigues, que ontem
tinha afirmado que o objetivo seria uma medalha, afirma, já com a sua meta
alcançada no primeiro dia: «Esta é uma seleção que me enche de orgulho, pela
forma como todos se empenham, aplicam e perspetivam sempre resultados de excelência.»
O dirigente refere que numa prova com tantas variantes, as possibilidade de
acontecerem problemas é muito grande. «É pena que a prova tenha corrido menos
bem a alguns atletas juniores, envolvidos em quedas, problemas mecânicos ou
problemas na natação.» O presidente refere-se à prova de Ricardo Batista como
inexcedível, considerando que é um excelente pronuncio para as provas
restantes. «Aproveito este momento para congratular a dedicação de treinadores
e atletas, pois só assim se atingem estes resultados. O triatlo nacional e as
pessoas envolvidas estão de Parabéns!» remata Vasco Rodrigues.
Alexandre Montez ficou na 26ª posição e José Vieira foi DNF
Na
Finalíssima do Campeonato do Mundo de Juniores Femininas, Gabriela Ribeiro foi
a segunda atleta a sair da água, colada à primeira, mas por ainda não ter
treino consistente e de qualidade devido a lesão entretanto superada, acabou
por desistir no ciclismo, não estando ao nível a que nos habituámos. Maria Tomé
ficou na 42ª posição e Mariana Vargem em 50º , com problemas mecânicos.
Nesta
prova, Itália foi a nação mais forte, conquistado o primeiro e segundo lugares
com Beatrice Mallozzi, com 01:00:41 e Costanza Arpinelli, com 01:00:42. A francesa Jessica Fullagar, que veio sempre
na frente da competição, perdeu a liderança na última parte da corrida, ficando
na terceira posição com 01:00:53.
Fonte:
FTP