Rachel
McKinnon venceu a prova de sprint feminino de masters 35-44 nos Campeonatos do
Mundo de Masters da UCI. D.R.
A
canadiana Rachel McKinnon tornou-se na primeira mulher transgénero a conquistar
um título mundial nos Campeonatos do Mundo de Masters da UCI no passado
domingo, mas o seu triunfo gerou alguma contestação, especialmente por parte
das concorrentes.
Em
Los Angeles, Rachel McKinnon venceu o sprint feminino de masters 35-44 e
conquistou a camisola arco-íris com uma forte contestação de algumas
concorrentes, nomeadamente a terceira classificada na prova Jennifer Wagner.
Acérrima
defensora dos seus direitos, Rachel McKinnon nasceu como um homem biológico mas
identifica-se como transexual e por isso concorre como atleta transgénero em
ciclismo de pista e de estrada. No final da prova de sprint feminino de masters
35-44, a terceira classificada Jennifer Wagner não escondeu a sua insatisfação
e considerou que há efectivamente uma diferença que tem de ser analisada pelos
responsáveis da modalidade.
"Rachel
ganhou 11 das 13 corridas que disputámo e existe entre nós uma grande diferença
que tem de ser analisada por quem de direito. Não somos contra a sua
participação, mas deveria existir uma classificação diferente para estes
casos", afirmou Jennifer Wagner.
Rachel
McKinnon reagiu entretanto às palavras de Jennifer Wagner e acusa a concorrente
de descriminação.
"Quando
vencemos é porque somos transgéneros e é injusto, quando perdemos ninguém
percebe porque somos assim. Parece que têm repulsa contra os transexuais ou
transgéneros", atirou Rachel McKinnon.
Recorde-se
que os atletas transgéneros estão autorizados a competir nos Jogos Olímpicos
desde 2004, mas com algumas exigências, nomeadamente passar por uma
redesignação sexual e submissão a terapia hormonal por dois anos.
Já
em 2016, o Comité Olímpico internacional alterou as regras, eliminando a
obrigatoriedade de cirurgia, mas exigindo aos atletas transgénero a
demonstração de que os seus níveis de testosterona masculina no sangue são
inferiores a 10 nanomoles por litro, pelo menos um ano antes de competir. Em
relação a atletas que transitem do género feminino para o masculino estas
restrições não se impõe.
Fonte:
Sapo on-line
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