Retorno "brutal"
poderia ser alcançado com 300 mil euros
Autor: Lusa
Foto: Filipe Farinha
A transmissão televisiva
internacional da Volta ao Algarve em bicicleta pode representar um retorno
económico "brutal" para a região, consideraram esta terça-feira
representantes do Turismo e da organização da prova, que reclamam apoio do
Estado para assegurar a transmissão. Para que a prova possa ser transmitida
pela televisão será necessário investir um montante de 200 a 300 mil euros,
explicou à Lusa o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), Desidério
Silva, verba que poderia ser reunida se houvesse um investimento concertado
entre agentes públicos e privados.
Segundo disse à Lusa o líder
da maior associação hoteleira da região, Elidérico Viegas, os seus associados
já se mostraram disponíveis para colaborar, criando contrapartidas que permitam
libertar verbas à organização, por exemplo, na área do alojamento, criando,
assim, condições para que a Volta ao Algarve possa promover a região na época
baixa.
O presidente da Associação dos
Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas,
acredita que a prova desportiva é um evento capaz de integrar a estratégia de
eventos que promovem o Algarve enquanto destino turístico, particularmente na
época baixa, combatendo a sazonalidade. Ao fim de 42 edições, a prova - que
terminou há uma semana -, tem vindo a ganhar espaço no calendário competitivo
europeu, atraindo ciclistas de alto nível para o Algarve, região que o
presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) descreve como "um dos
maiores segredos por desvendar" na Europa para a prática desportiva ao ar
livre.
"É óbvio que [a
transmissão televisiva] é um investimento que poderá ter um retorno brutal para
o Algarve, porque vai promover uma região turística de excelência que, no
inverno, tem um clima excelente para a prática desportiva, particularmente para
os desportos de ar livre", observou à Lusa o presidente daquela federação,
Delmino Pereira.
De acordo com aquele
responsável, o ciclismo "é uma das modalidades mais utilizadas para a
promoção territorial dos países e das regiões", razão pela qual a
recetividade demonstrada por canais televisivos para a transmissão da prova é
uma oportunidade a agarrar, mas que deverá contar com o investimento de agentes
públicos e privados.
Este ano, foram publicadas
mais de 500 notícias sobre a Volta ao Algarve, em 27 países, nomeadamente, na
África do Sul, Alemanha e nos Estados Unidos da América, de acordo com dados
publicados no portal eletrónico da prova.
Desidério Silva sublinhou que
tem vindo a alertar os secretários de Estado da Juventude e Desporto e do
Turismo para a necessidade de a prova ser transmitida e, para reforçar os seus
argumentos, até pediu à organização um estudo pormenorizado que relate a
dimensão e as mais-valias que a prova pode ter em termos desportivos,
turísticos e financeiros para a região e para país. "Estou convicto de que
estão reunidas as condições [para que a prova seja transmitida no próximo ano]
face à prova deste ano, face ao conjunto de ciclistas que lá estiveram e face à
mensagem e informação que passou e a qualidade das estradas, do clima e da
segurança da prova", afirmou.
Na passada semana, os deputados
do PSD eleitos pelo Algarve anunciaram que irão apresentar um conjunto de
propostas e questões ao Governo para aferir em que medida o Ministério da
Economia estará disponível para empenhar-se para que, nas próximas edições, se
garanta a transmissão televisiva internacional.
A última vez que a prova foi
transmitida na televisão por um canal internacional foi em 2012.
Fonte: Record on-line
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