Português revela que nem se sentiu a 100% na corrida
Por: Fábio Lima
Quinto colocado na prova de
triatlo olímpica, Vasco Vilaça estava naturalmente radiante pelo feito
alcançado em Paris. Aos jornalistas portugueses, depois de um pequeno susto que
o levou a ser transportado em cadeira de rodas para fora da zona de meta, o
português de 24 anos fala num dia incrível, em que curiosamente nem se sentiu
propriamente a 100%.
"Foi uma experiência
espectacular. Primeira vez nos Jogos, adorei a envolvência... Sem dúvida que
este é um dos sítios mais bonitos para competir. Estava cheio, cheio de gente.
Sempre que ia à transição ficava com um zumbido no ouvido de tanto barulho",
referiu o português, que também ouviu (e bem!) o apoio português: "Quando
ia com o Ricardo era impressionante o apoio que os portugueses deram aqui em
Paris".
Tudo isto com um dia de
atraso, em face da situação em torno da qualidade das águas do Sena. "Foi
uma prova com bastante dificuldades, começando com a incerteza de quando seria
feita. Ontem estávamos prontos, não pudemos; refizemos os planos e hoje não
sabíamos se íamos. Competimos a uma hora de mais calor. Mas adaptamo-nos para
tudo. Correu bastante bem e estou muito feliz por ter acabado a prova com o
Ricardo. Dois diplomas olímpicos para Portugal".
Apesar do feito alcançado, a
verdade é que o triatleta português assume que não estava propriamente com o
melhor dos 'feelings'. "Não me senti no meu melhor dia. Tive de ter mais
cuidado, gerir um pouco até ao fim, ser mais tático. Tentei não ir ao limite na
corrida no início. Levei o meu ritmo e a partir dos 5 quilómetros sabia 'é
agora ou nunca'. Foi dar tudo, tudo! Depois comecei no último quilómetro a
rebentar, como nós dizemos. Mas estou feliz, foi o melhor do que podia ter
feito".
Neste momento de glória,
Vilaça não esqueceu a atleta que colocou o triatlo em destaque no nosso país há
16 anos. "Sabe muito bem, principalmente continuando o que a Vanessa tem
feito. Não fizemos medalha. Mas não estaria cá se não fosse a Vanessa. Eu e o
Ricardo, provavelmente. É continuar uma história tão bonita que a Vanessa
escreveu há tantos anos", pontuou, aludindo essencialmente à prata
histórica conseguida pela ex-triatleta em Pequim'2008.
A fechar, um olhar à estafeta
de segunda-feira. "Estamos cá para dar o nosso melhor. Todos queremos uma
medalha, eu hoje queria uma medalha. Mas não se trata de medalha, mas sim de
dar o melhor que conseguimos. Hoje não saiu medalha, foram dois diplomas. Mas
fomos ao limite e representámos Portugal muito, muito bem", finalizou,
deixando depois um agradecimento aos portugueses pelo apoio que recebeu.
Temperatura subiu... em
demasia
A Record, Vasco Vilaça
explicou depois o susto que teve, que o obrigou a sair da zona de meta em
cadeira de rodas. "Foi um golpe de calor, um sobreaquecimento corporal. Eu
nos últimos cinco quilómetros, acreditei, era a última oportunidade de chegar à
frente e dei tudo no último quilómetro. Quando começo a rebentar, é exatamente
porque a temperatura do corpo subiu a uma temperatura que já não conseguia
descer e quando cheguei ao fim estava estoirado, estoirado, estoirado. Além de
não ter energia e de não ter água, estava com cerca de 40 graus de temperatura
no corpo. Precisei de algum tempo e de alguma ajuda médica para conseguir
recuperar."
Fonte: Record on-line
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