Nem
tudo são ausências nos 1.626,7 quilómetros do percurso da 79.ª edição, hoje
apresentado, no Teatro Thalia, em Lisboa, mas é nelas que os olhos se centram
quando calcorreiam o mapa do país, que será cruzado por um pelotão de 20
modestas equipas, no pico do verão nacional.
É
certo que a caravana vai voltar a mergulhar, depois de quase uma década de
ausência, no Alentejo profundo, e que o palco da consagração foi deslocado da
mais comedida capital para a sempre calorosa cidade de Viseu, e que até há 30
prémios de montanha a testar as pernas dos candidatos e um contrarrelógio mais
curto, incapaz de diferenças tão pronunciadas no último dia, mas é, outra vez,
a inexistência de uma meta na Torre que mais se destaca nesta viagem de
celebração da prova que nasceu em 1927.
Após
três anos consecutivos a receber o final da competição, Lisboa vai assistir,
desta vez, à ‘Grande Partida’, com o prólogo do primeiro dia a percorrer 5,4
quilómetros espraiados junto ao Rio Tejo, entre a Avenida da Índia e a Praça do
Império.
No
sábado, 5 de agosto, o pelotão ruma a Vila Franca de Xira, de onde vai sair
para atravessar oito municípios ribatejanos e cumprir 203 quilómetros até
Setúbal, numa jornada maioritariamente plana, interrompida bruscamente pela
desnivelada Serra da Arrábida.
Num
domingo que se antevê quente, os bravos do asfalto terão as altas temperaturas
como principal adversário na longa tirada de 214,7 quilómetros, que une
Reguengos de Monsaraz a Castelo Branco e que marca o regresso do muito
reclamado Alentejo profundo ao percurso da prova rainha do calendário
velocipédico nacional, depois de oito anos de ausência.
A
terceira etapa vai prolongar a incursão no interior do país, com a ligação de
162,1 quilómetros entre Figueira de Castelo Rodrigo e Bragança a propor um
percurso extremamente sinuoso, que terá no calor e na travessia da Serra de
Bornes os principais obstáculos.
E
é ao quinto dia, numa terça-feira, 08 de agosto, que chega o momento mais
esperado pelos amantes da modalidade: na ausência de uma chegada à Torre, é a
Senhora da Graça a tomar-lhe o relevo, aparecendo esplendorosa e árida no seu
topo, depois de 152,7 quilómetros a pedalar desde Macedo de Cavaleiros.
Ainda
mal refeitos da exigente quarta etapa, os candidatos terão novo teste, no final
dos 179,6 quilómetros desde Boticas, com o Santuário de Santa Luzia, em Viana
do Castelo, a ser um tradicional palco de escaramuças entre os homens da geral.
Na
véspera do dia de descanso, o pelotão vai ver culminada a sequência de tiradas
complicadas, com o ‘carrossel’ de 182,7 quilómetros entre Braga e Fafe a manter
o famoso troço de terra do Rali de Portugal, o Salto da Pedra Sentada, que
tanto deu que falar na edição passada, e a inovar, com a inclusão do difícil
Monte do Viso, uma contagem de montanha de primeira categoria, situada a cerca
de 50 quilómetros da meta.
Depois
do único dia de descanso da 79.ª edição, os resistentes retomam a marcha em
Lousada, rumando na direção de Santo Tirso, mais precisamente da Senhora da
Assunção, duro ponto final de uma travessia de 161,9 quilómetros.
Com
a discussão pela geral a entrar na reta final, a oitava etapa vai servir como
balão de oxigénio para os favoritos, com a ligação de 159,8 quilómetros entre
Gondomar e Oliveira de Azeméis a terminar numa longa reta da meta com alguma
inclinação.
Para
o penúltimo dia ficou reservada a etapa rainha: apesar de ausente como meta, a
Torre, ponto mais alto de Portugal continental e único prémio de categoria
especial do percurso, terá uma palavra a dizer nos penosos 184,1 quilómetros
entre Lousã e a Guarda, que contemplam seis contagens de montanha
Mas
só a 15 de agosto, depois do contrarrelógio de 20,1 quilómetros, percorrido no
coração e nas rotundas de Viseu, é que será conhecido o sucessor definitivo do
português Rui Vinhas (W52-FC Porto) no historial de vencedores da ‘Grandíssima’.
Fonte:
Sapo on-line
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