Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
O anúncio da suspensão de Oier
Lazkano pela União Ciclista Internacional (UCI) não apanhou o pelotão
totalmente de surpresa, mas as consequências foram imediatas e significativas
para todas as partes envolvidas. O ciclista espanhol foi dispensado pela Red
Bull - BORA - hansgrohe, que teve de reagir publicamente, enquanto a Movistar
Team também se viu obrigada a emitir um comunicado, já que as anomalias
detetadas no passaporte biológico dizem respeito aos anos em que Lazkano correu
na equipa de Unzué.
A Movistar foi, de facto, quem
mais explicação teve de dar. As irregularidades nos valores sanguíneos de
Lazkano foram registadas entre 2022 e 2024, precisamente as três temporadas em
que o espanhol vestiu as cores da equipa. Nenhum registo anómalo foi identificado
fora desse período. “Durante as três temporadas de relação contratual com o Sr.
Lazkano (das cinco a que se refere o estudo da UCI), todos os controlos a que
foi submetido pelos diferentes organismos nacionais e internacionais, bem como
os internos da própria equipa, deram resultado negativo”, afirmou a Abarca
Sports, empresa proprietária da Movistar Team, num comunicado oficial.
Os detalhes do caso permanecem
pouco claros e não é conhecido o motivo pelo qual a suspensão provisória só foi
aplicada agora, tendo em conta que as anomalias datam de há mais de três anos.
A Movistar insiste, contudo, que não tinha qualquer conhecimento prévio da
situação. “Em virtude disso, era materialmente impossível conhecer, ou sequer
intuir, qualquer anomalia como a que agora se apresenta no processo aberto pela
União Ciclista Internacional”, acrescentou a estrutura espanhola.
A suspensão de Lazkano surge
poucos dias depois da de outro ex-ciclista da Movistar, o brasileiro Vinicius
Rangel, embora por razões diferentes. Face à sucessão de casos, a equipa
espanhola procurou reafirmar a sua posição institucional: “A Abarca Sports
reitera mais uma vez, com absoluta firmeza, o seu compromisso inabalável por um
ciclismo limpo e transparente. Para tal, redobraremos com determinação todos os
esforços, controlos e medidas que temos vindo a promover até à data.”
Red Bull
- BORA - hansgrohe afasta o espanhol
Num comunicado separado, a Red
Bull - BORA - hansgrohe confirmou a rescisão imediata do contrato com Oier
Lazkano. A nota emitida pela equipa alemã foi breve e sem espaço para
interpretações: “Confirmamos que Oier Lazkano não fará mais parte da nossa equipa.
Esta decisão surge na sequência da suspensão provisória imposta pela UCI. O
caso diz respeito às épocas 2022-2024, um período anterior à sua entrada na
nossa equipa.”
Com a investigação em curso, o
futuro de Oier Lazkano no ciclismo profissional permanece incerto. O caso,
contudo, volta a colocar sob escrutínio o sistema de passaporte biológico e a
forma como as equipas e as autoridades lidam com a detecção tardia de irregularidades.
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