terça-feira, 25 de novembro de 2025

“Lenda colombiana pendura a bicicleta por falta de ofertas”


Por: Ivan Silva

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

Após 16 épocas no pelotão internacional, Esteban Chaves anunciou a sua retirada do ciclismo profissional aos 35 anos. O colombiano põe fim a uma carreira marcada pelo sucesso, pelo esforço constante e por uma personalidade que conquistou o afeto dos adeptos de todo o mundo. É um dos melhores ciclistas da história do país.

 

Um disco cheio de grandes momentos

 

Ao longo da sua carreira, Chaves conseguiu cinco vitórias em etapas de grandes voltas, ganhou o monumento Il Lombardia e subiu ao pódio final tanto na Volta a Itália como na Volta a Espanha. Conseguiu tudo isto em 2016, o melhor ano da sua carreira. Nunca conseguiu vencer uma etapa da Volta à França, apesar de ter competido quatro vezes.

Competidor incansável, destacou-se sempre pelo seu empenho, pelo seu carácter combativo e, sobretudo, por um sorriso que o acompanhava mesmo nos momentos mais difíceis. Encerra a sua carreira após 4 épocas na EF Education-EasyPost e após vários anos na Team Colombia e Orica GreenEDGE, Mitchelton-Scott e Team BikeExchange.

 

Um olhar sobre o futuro, dentro e fora da bicicleta

 

Para assinalar a sua despedida, a equipa lançou o novo documentário Still Dreaming, apresentado por Wahoo, no qual Chaves faz uma retrospetiva da sua carreira desportiva e abre uma janela para a nova fase que enfrenta como pai, marido e ser humano esperançoso.

O filme mostra a sua transição para fora da competição e os sonhos que ainda tem para além do ciclismo profissional. No total, alcançou 17 vitórias, a primeira em 2012, na etapa final da Vuelta a Burgos, com a clássica chegada às Lagunas de Neila, e a última na corrida em linha dos campeonatos nacionais colombianos em 2023.

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““As equipas só olham para os pontos UCI, esperava mais”: Fusão Lotto-Intermarché deixa carreira de ciclista italiano em perigo”


Por: Ivan Silva

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

Kevin Colleoni entra no inverno a treinar sem contrato, sem garantias e com uma avaliação brutalmente honesta de como o pelotão valoriza hoje os corredores. Enquanto a fusão entre Intermarché - Wanty e Lotto deixa dezenas de ciclistas à procura de lugar, o italiano de 26 anos tornou-se uma das vítimas inesperadas de um mercado de trabalho em retração.

Depois de cinco épocas consecutivas no World Tour, Colleoni admite em declarações ao Tutto Bici Web que acreditava que a sua experiência e perfil gerariam muito mais interesse do que aquele que enfrenta agora.

“A verdade é que neste momento tenho praticamente nada nas mãos. Entre fusões e equipas a fechar, há muito menos lugares no pelotão. E as equipas olham apenas para os pontos UCI que podes trazer. Claro que, após cinco anos no World Tour, esperava um pouco mais de interesse, mas é esta a situação.”

Com a Intermarché a optar por não renovar o seu vínculo antes da parceria com a Lotto em 2026, Colleoni foi empurrado para aquilo a que chama um inverno “faça você mesmo”, a treinar sem calendário, sem estágio e sem clareza sobre o que vem a seguir.

 

“Sei que não sou o corredor que se viu nestes últimos dois anos, posso dar muito mais”

 

O atual aperto de Colleoni nasce num ponto de viragem que poucos terão notado na altura: uma queda aparentemente banal na Coppa Agostoni de 2022. O que pareceu menor no dia acabou por ser o início de uma longa e frustrante espiral de dores nas costas, ajustes e terapia que desviou a sua trajectória.

“Essa queda deixou-me contra as cordas. Não consegui voltar a ser quem era. As sensações na bicicleta já não eram as mesmas. Tentei de tudo, mudar a posição na bicicleta, mudar o selim, fisioterapia, e este ano, feitas as contas, eu e o meu osteopata conseguimos encontrar um equilíbrio. Não posso dizer que estou como dantes, mas com trabalho de ginásio consigo conviver com isso e, por momentos este ano, reencontrei as sensações dos primeiros anos. No geral, porém, os últimos dois anos foram negativos. Não me diverti e agora procuro um projeto que me relance, que me ajude a voltar a ser quem era. Porque sei que não sou o corredor que se viu nestes dois anos, posso dar muito mais.”

É um contraste forte com o sub-23 que foi 3.º no Giro Next Gen, 2.º no GP Capodarco e no Trofeo San Vendemiano, e somou top-10 na Volta à República Checa, na Volta a Omã e na Volta à Hungria nas primeiras épocas como profissional.

Mas o mercado atual não perdoa. Colleoni não esconde que poderá ter de descer um escalão apenas para manter a carreira viva. “Estou disposto a ouvir todos e a descer de categoria, fazer um calendário mais pequeno e perseguir resultados para mostrar que ainda aqui estou. Claro que há um limite para tudo, não tenciono voltar a correr com amadores só para não ficar parado, nem fazer um calendário exclusivamente asiático, com todo o respeito. Preciso de me relançar e mostrar que consigo render a um certo nível.”

 

“Não posso dizer que estou tranquilo, mas também não estou a viver isto assim tão mal”

 

Com as equipas a reunir-se agora para os estágios de pré-época, Colleoni prepara-se sozinho, tentando manter um ritmo profissional na esperança de que surja a proposta certa antes do final do ano.

“Não posso dizer que estou tranquilo, mas também não estou a viver isto assim tão mal. Recomecei a pedalar como se tivesse equipa e mais à frente vou ter apoio de um treinador. Mentalmente é mais difícil, mas gere-se. Dou-me até ao final do ano, depois acho que vou puxar um pouco o travão…. Plano B? Estou a pensar nisso, mas preferia que não. A minha prioridade é continuar a ser corredor.”

Para já, o futuro de Colleoni depende de aparecer uma equipa disposta a olhar para lá dos pontos UCI e a ver o potencial ainda por explorar de um ciclista que, há pouco tempo, era apontado como um dos melhores trepadores italianos da nova geração. O relógio não pára, mas a determinação mantém-se intacta.

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“A época de Melanie Santos: um mergulho para renascer”


A época de 2025 de Melanie Santos pode resumir-se numa palavra: imprevisível. Um ano que começou com incertezas, atravessou dores, exigiu cirurgias, testou limites e, ainda assim, devolveu à triatleta a certeza de que sabe recomeçar, mesmo quando tudo parece desmoronar.

O primeiro sinal de esperança surgiu num momento simples, quase banal, mas que carregava o peso de meses de dúvidas: o dia em que conseguiu completar um conjunto de exercícios sem que o ombro protestasse, depois de tanto tempo de lesão. Pela primeira vez, pensou: “Ok, isto está mesmo a correr bem.” Era pouco para o mundo exterior, mas enorme para quem viveu cada passo da recuperação.

Mas nem tudo foram vitórias silenciosas. Houve dias duros, como no estágio de altitude em Font-Romeu, “num daqueles dias em que tudo dói, o empeno entra pelos ossos e o ombro decide não colaborar.” Nesses dias, o desejo de largar tudo e fugir para um pastel de nata era mais que real. Vários, de preferência.

E ficou uma prova atravessada: Hamburgo. No dia do seu aniversário, esperava mais, ela e o corpo. A vontade estava lá, mas o resultado não apareceu. Ficou guardada, como ela diz, “para um acerto de contas futuro”.

Entre altos e baixos, 2025 ensinou-lhe mais do que qualquer pódio: “Que não tenho medo de começar do zero. Que sou muito mais teimosa do que pensava. E que a pausa não me tira valor e às vezes até me devolve força”, recorda Melanie.

Depois da melhor prova da época, a primeira mensagem seguiu para o João, “não só por estar sempre presente, mas porque ele sabia, talvez melhor do que ninguém, o significado real daquele dia.”

Se esta época tivesse uma banda sonora, seria “Dive”, de Olivia Dean, uma música sobre mergulhar de cabeça, sobre voltar aos riscos depois de uma queda, sobre confiar no salto. E foi exatamente isso que Melanie fez ao regressar após a lesão.

Houve também espaço para leveza. O momento mais divertido do ano surgiu longe dos treinos, longe dos pódios: uma viagem a Ibiza, sem planos, sem estrutura, só amigas e gargalhadas. A liberdade rara de respirar sem pressa.

Mas houve lágrimas também. O dia em que o médico disse “tens de operar foi um murro no estômago: tristeza, medo, e, paradoxalmente, um alívio: finalmente havia um caminho claro.

Quanto a excentricidades, o snack mais bizarro do ano foi arroz com ketchup, que para ela é estranho, mas para o Vasco Vilaça é praticamente alta gastronomia.

Se pudesse trocar de corpo com outro triatleta por um dia, escolheria o Ricardo Batista, para poder viver na lua por umas horas, conhecer o mundo que ele habita quando fica a olhar o infinito, tão no seu próprio mundo.

No final, o gesto que mais a tocou foi o apoio da seleção e da Federação de Triatlo de Portugal após a lesão em Hamburgo. Nos momentos em que o chão parece desaparecer, perceber que não se cai sozinha faz toda a diferença.

2025 não foi a época mais linear, nem a mais fácil. Mas foi, sem dúvida, uma das mais transformadoras: um ano em que Melanie Santos voltou a mergulhar, renascer e descobrir que, mesmo entre turbulências, continua a saber exactamente quem é.

 

Texto elaborado com base num questionário com as seguintes perguntas:

 

1 Como descreves esta época numa palavra?

2. Qual foi o momento em que pensaste: “Ok, isto está mesmo a correr bem”?

3. E o momento em que só te apetecia largar tudo e ir comer um pastel de nata?

4. Há alguma prova que tenha ficado atravessada, aquela que ainda hoje pensas “eu merecia mais ali”?

5.O que é que mais aprendeste sobre ti nesta época?

6. Quem foi o primeiro a receber uma mensagem depois da melhor prova da época?

7. Se a tua época tivesse uma banda sonora, que música seria?

8. Qual foi o momento mais divertido da época, dentro ou fora da competição?

9. E aquele momento em que quase choraste (de raiva, cansaço ou alegria)?

10. Qual foi o snack mais bizarro que comeste, este ano, antes ou depois de competir?

11. Se pudesses trocar de corpo com outro triatleta por um dia, quem escolhias e porquê?

12. Há alguma pessoa ou gesto que te tenha tocado particularmente durante a época?

Fonte: Federação Triatlo Portugal

Ficha Técnica

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