sábado, 1 de novembro de 2025

“Resultados Koppenbergcross Masculino 2025: Thibau Nys esmaga na estreia da época, Cameron Mason soberbo em segundo”


Por: Miguel Marques

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Thibau Nys regressou ao ciclocrosse de forma enfática nos pavês de Koppenberg, alcançando uma vitória dominante na sua primeira corrida da época e conquistando a sua segunda vitória da carreira nesta lendária subida. O campeão europeu superou Cameron Mason depois de uma intensa batalha inicial, acabando por se impor nas icónicas encostas para celebrar muito antes da meta.

A corrida começou de forma caótica, com as pedras escorregadias e os campos encharcados a forçarem imediatamente os erros. Enquanto Victor Van de Putte e Wout Janssen arrancaram sem problemas, os favoritos, incluindo Nys, Michael Vanthourenhout e Toon Aerts, foram forçados a perseguir os adversários após um início confuso. Aerts escorregou cedo, voltando a montar atrás de Nys, enquanto os favoritos perseguiam a frente.

Pim Ronhaar fez a primeira tentativa séria antes de o campeão britânico Mason acelerar no Koppenberg, apenas para Nys contra-atacar com autoridade. A partir desse momento, o duelo estava definido: Mason a perseguir, Nys a dançar sobre os pavês, pedalando com a fluência e a compostura de um ciclista que prospera nesta subida.

A meio da corrida, Nys embateu num poste, mas manteve-se de pé - um lampejo de drama antes de atacar novamente e abrir caminho. Mason lutou por breves instantes, mas acabou por sofrer uma forte queda na descida da rampa, perdendo terreno que nunca mais recuperaria. Atrás, Ronhaar instalou-se em terceiro, enquanto problemas mecânicos arruinaram o prometedor início de Jente Michels. Vanthourenhout abandonou; Nieuwenhuis e Vandeputte tiveram tardes difíceis.

A duas voltas do fim, o destino da corrida estava traçado. Nys continuou a aumentar a sua diferença, subindo a parede de paralelepípedos com uma força suave e sem se levantar da bicicleta, enquanto Mason lutava corajosamente para limitar a margem. Ao toque da campainha, o belga já parecia garantido, e confirmou-o em grande estilo - percorrendo a última subida sozinho, saudando o público quando cruzou a linha.

Foi a segunda vitória de Nys no Koppenbergcross, prova integrada no Troféu X2O, igualando Lars van der Haar e Mario De Clercq. Apenas um homem tem mais vitórias - o seu pai, Sven Nys, que continua sozinho com nove vitórias.

Mason garantiu um brilhante segundo lugar naquela que foi, sem dúvida, a melhor prova da sua carreira de elite no Ciclocrosse, enquanto Ronhaar completou o pódio.

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“"O capacete salvou-me a vida" Zoe Backstedt hospitalizada após ter sofrido um acidente durante um treino”


Por: Carlos Silva

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Um final de outubro assustador obrigou a estrela britânica Zoe Backstedt a fazer uma pausa na sua campanha de ciclocrosse antes mesmo desta começar, depois de ter sofrido um acidente enquanto treinava, ter deixado a ciclista com duas pequenas fracturas na mão e no pulso. A jovem de 21 anos usou o Instagram para revelar o incidente e sublinhou a importância do seu capacete, que foi crucial para evitar um resultado muito mais grave.

A ciclista da Canyon//SRAM Zondacrypto escreveu que tinha desfrutado de "um mês perfeito de treinos e 'férias'" antes do acidente, descrevendo-o como "uma pena ter este desfecho e perder as primeiras corridas da época". A atleta fez também um apelo aos fãs sobre segurança, depois de agradecer ao fornecedor do seu equipamento: "Uma coisa tenho a certeza, o meu capacete salvou-me a vida... Usem um capacete, por favor".

 

Um revés para uma campanha de inverno promissora

 

A pausa forçada de Backstedt é uma frustração precoce para uma ciclista que fez a transição do outono para o inverno parecer fácil nos últimos anos. A jovem galesa chegou ao final de 2025 com grande ímpeto: campeã mundial sub-23 de contrarrelógio, campeã nacional britânica de contrarrelógio e vencedora da classificação geral da Baloise Ladies Tour na sua época de estrada mais completa até à data. Na pista e no ciclocrosse, já conquistou vários títulos mundiais de sub-23 e, no inverno passado, desempenhou um papel fundamental no sucesso da equipa britânica no campeonato do mundo de estafetas mistas de elite.

Esses feitos - além de uma vitória numa etapa do WorldTour no Simac Ladies Tour em 2024 e outra vitória numa etapa de contrarrelógio em setembro - posicionaram-na como uma das jovens promessas mais versáteis do ciclismo, a caminho da temporada de ciclocrosse. No entanto, estando a contas com duas fracturas, o primeiro bloco de corridas vai agora passar-lhe ao lado.

Ainda assim, esta é uma atleta que fez da resiliência parte da sua reputação. O post de Backstedt no Instagram terminou com determinação e não com decepção: ela prometeu aos fãs que, com o tempo, "voltará mais forte".

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“Resultados Koppenbergcross Feminino 2025: Lucinda Brand vence e Célia Gery surpreendente na estreia”


Por: Carlos Silva

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Lucinda Brand conquistou finalmente a sua primeira vitória no Koppenbergcross, superando as condições traiçoeiras da lama, os paralelepípedos e o forte desafio da jovem promessa francesa Célia Gery. A líder da Baloise Trek foi imbatível nas últimas voltas, ultrapassando Gery para garantir uma vitória muito merecida na primeira ronda do Troféu X2O Badkamers, numa das provas mais desafiantes do ciclocrosse.

A corrida começou de forma explosiva logo na primeira subida, mas o maior drama aconteceu pouco depois, quando a campeã mundial Fem van Empel, a grande favorita, abandonou a corrida a menos de uma volta do fim, com um gesto de frustração nas boxes, encerrando o seu dia de forma abrupta.

 

A Luta Pela Vitória: Brand versus Gery

 

Brand seguiu em frente sem se deixar abalar, enfrentando uma competição feroz logo desde o início. A ciclista holandesa teve de lidar com a presença de Sara Casasola e Anais Fouquenet, até que as condições se tornaram ainda mais exigentes. Uma curva traiçoeira fez com que Casasola caísse, deixando Brand a lutar sozinha contra Gery, que mostrava um desempenho impressionante, digno da sua crescente reputação.

A jovem de 19 anos manteve-se firmemente na roda de Brand, recuperando rapidamente de um escorregão e continuando a desafiar a holandesa nas rampas mais íngremes. Brand, com a sua experiência, foi gradualmente ganhando vantagem, atacando cada trecho de paralelepípedos e trechos mais difíceis com precisão e determinação. A cada volta, a diferença foi aumentando até que, na última subida, Gery não conseguiu aguentar o ritmo e foi forçada a ceder.

Atrás, Casasola estava em luta pelo terceiro lugar, distanciando-se de Clauzel, enquanto o campeão belga Marion Norbert Riberolle teve um início de corrida difícil, não conseguindo lutar pelo pódio, mas recuperando algumas posições.

Gery ainda tentou reagir no circuito final, reduzindo a diferença para Brand com uma linha ousada numa descida escorregadia. No entanto, Brand manteve-se impecável e, após uma última mudança de bicicleta nas boxes, confirmou o seu controle da corrida. A ciclista da Baloise Trek ultrapassou os paralelepípedos com autoridade, cruzando a linha de chegada com uma vantagem de oito segundos.

Gery, com um desempenho magnífico, garantiu o segundo lugar, uma prova da sua grande forma e um indicativo claro do seu potencial para o futuro do ciclocrosse.

 

Uma vitória histórica para Lucinda Brand

 

Com esta vitória, Lucinda Brand conquista finalmente o tão desejado título no Koppenbergcross, uma das mais duras provas do calendário de ciclocrosse. Para Célia Gery, o segundo lugar marca o início de uma brilhante carreira, enquanto Brand demonstra, mais uma vez, o seu domínio na modalidade e a sua posição de topo no ciclismo feminino.

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"É uma hora de luta contra si próprio" - Thibau Nys dá continuidade ao legado do seu pai com mais uma vitória de classe no Koppenbergcross”


Por: Miguel Marques

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Thibau Nys está a forjar um caminho único no mundo do ciclocrosse, e foi no mítico Koppenberg, o local onde o seu pai, Sven, solidificou o seu estatuto de lenda, que o jovem de 22 anos brilhou mais uma vez. Com uma exibição dominadora, Nys conquistou o seu segundo título no Koppenbergcross, provando que o peso do famoso apelido não é um fardo, mas uma motivação para continuar o legado familiar e até superá-lo.

Após uma corrida controlada e impiedosa pelos paralelepípedos lamacentos, Nys reconheceu que a vitória não foi tão simples quanto parecia à primeira vista.

"Talvez tenha parecido fácil, mas sofri imenso", confessou depois. "São cerca de 60 minutos de luta contra si próprio. Sentia-me em controlo, mas não se pode perder a concentração, é aí que os erros acontecem".

A vitória de Nys raramente foi colocada em dúvida, com o campeão europeu a liderar de forma destacada. O britânico Cameron Mason foi o único a conseguir manter-se perto, mas uma queda tardia comprometeu o seu ímpeto. Mesmo assim, Nys manteve a concentração em condições traiçoeiras, optando por potência em vez de elegância nas subidas mais exigentes.

"Vencer o Koppenbergcross era um dos meus principais objetivos para esta temporada", afirmou. "É uma excelente forma de começar o ano. Fiz o que tinha de fazer".

Com esta vitória, Thibau Nys iguala Lars van der Haar e Mario De Clercq, ambos com duas vitórias na icónica prova. Embora ainda distante do recorde de nove triunfos de Sven Nys, este é, sem dúvida, o início de uma nova dinastia na colina mais exigente do ciclocrosse.

Agora, as atenções voltam-se para os Campeonatos Europeus do próximo fim de semana, em Middelkerke, onde Thibau tentará defender o título conquistado no ano passado. O belga não hesitou em admitir as áreas que ainda necessita de aprimorar.

"Provavelmente devia passar mais tempo na areia, as minhas habilidades nesse terreno ainda não são as melhores", admitiu, sorrindo. "Mesmo com a forma que estou a mostrar, vai ser difícil voltar a ganhar".

Se o Koppenbergcross foi uma declaração de intenções, foi uma declaração feita com calma, controlo e uma força silenciosa. O apelido pesa, mas Thibau Nys parece mais do que preparado para carregá-lo com honra e determinação.

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“João Almeida e o "ídolo" Rui Costa: «Não seria o ciclista do presente se não tivesses influenciado o meu passado»”


Vice-campeão da Vuelta'2025 enaltece classe do poveiro, que deixou o ciclismo

 

Por: Lusa

Foto: Instagram/João Almeida

João Almeida agradeceu este sábado ao "ídolo" Rui Costa por ter mudado a sua mentalidade, com o vice-campeão da Vuelta'2025 a enaltecer a classe do poveiro, que, na sexta-feira, anunciou a retirada do ciclismo.

"Obrigado por seres um ídolo e por tanto nos teres dado! Aprendi muito contigo. Deste-me valores tanto para o ciclismo como para a vida. Mudaste a minha mentalidade e não seria o ciclista do presente se não tivesses influenciado o meu passado", escreveu o melhor voltista português da atualidade e segundo melhor de sempre nas suas contas nas redes sociais.

Único português a sagrar-se campeão mundial de fundo, em Florença2013, Rui Costa, que conta com 33 triunfos no currículo, entre os quais três etapas na Volta a França e uma na Vuelta2023, anunciou na sexta-feira o fim da sua carreira como ciclista profissional, aos 39 anos.

"És muito mais do que o Rui Costa, campeão do mundo de 2013 e vencedor de tantas corridas. Classe é o que melhor te define, assim como disciplina e sacrifício. Um orgulho poder afirmar que tive o Rui Costa como colega de equipa e mentor. Levo comigo bons momentos que sempre saberão a pouco", destacou Almeida.

O terceiro classificado do Giro2023 e quarto do Tour2024, Vuelta'2022 e Giro'2020 teve o poveiro como colega de equipa na UAE Emirates em 2022 e ambos coincidiram na seleção ainda há um mês, nos Europeus de estrada.

Profissional desde 2007, Costa, que representava atualmente a EF Education-EasyPost, esteve em três Jogos Olímpicos (Londres2012, Rio2016 e Paris2024), foi três vezes campeão nacional de fundo (2015, 2020 e 2024) e outras duas de contrarrelógio (2010 e 2013).

Além de se ter destacado nas mais prestigiadas clássicas, vencendo o Grande Prémio de Montreal em 2011, conquistou três edições consecutivas da Volta à Suíça (2012-2014).

Fonte: Record on-line

“Campeão olímpico Rui Oliveira destaca importância do "ídolo" Rui Costa na sua carreira”


Ciclista prestou também homenagem ao antigo campeão mundial de estrada, que anunciou a sua retirada

 

Por: Lusa

Foto: Rui Oliveira / Instagram

O campeão olímpico Rui Oliveira lembrou Rui Costa, que esta 6.ª feira anunciou a sua retirada do ciclismo, como uma das pessoas que mais impacto teve na sua carreira profissional, unindo-se aos elogios feitos por vários desportistas nacionais.

"Um ídolo desde sempre, um companheiro de equipa e principalmente um amigo retira-se do ciclismo profissional hoje. Provavelmente das pessoas que mais impacto teve desde que entrei no WorldTour, ajudou-me a adaptar num mundo novo e deu-me sempre os melhores conselhos que me levaram a ser melhor pessoa e melhor atleta", escreveu o campeão olímpico de madison na rede social Instagram.

Rui Oliveira, que conquistou o ouro em Paris'2024 ao lado de Iúri Leitão, faz parte da história ciclismo português - foram os primeiros desportistas nacionais fora do atletismo a sagrarem-se campeões olímpicos - tal como Rui Costa, único luso a sagrar-se campeão mundial de fundo na estrada.

"Tenho um orgulho enorme de poder ter partilhado tantos momentos contigo durante estes anos. Deste muito ao ciclismo português e vais ficar na história como um dos melhores de sempre. Um campeão do mundo dentro e fora da bicicleta", destacou o ciclista da UAE Emirates, numa publicação ilustrada com fotos de ambos.

Os dois coincidiram na equipa dos Emirados entre 2019 e 2022, bem depois de Nelson Oliveira e Costa terem sido colegas na Lampre-Merida (2014 e 2015), numa parceria bem-sucedida que transferiram para a seleção e que os fez serem os dois eleitos para as provas de estrada de Paris2024.

"Obrigado por tudo. Compartilhámos bons e alguns maus momentos. Foste e és um exemplo para muitos", escreveu o português com mais presenças em grandes Voltas em resposta à publicação onde o poveiro anunciou o final da carreira.

O campeão mundial de fundo de 2013, que conta com 33 triunfos no currículo, anunciou hoje a sua retirada aos 39 anos, assumindo-se "abençoado" por ter vivido um sonho que o levou a vencer três etapas na Volta a França e outra na Vuelta2023.

Às dezenas de publicações do mundo do ciclismo, nacionais, como Afonso Eulálio, António Morgado ou Maria Martins, e internacionais, juntaram-se outros desportistas como a retirada judoca Telma Monteiro, bronze nos Jogos Olímpicos Rio'2016, Miguel Oliveira, único piloto luso no MotoGP, ou o canoísta Fernando Pimenta, o duas vezes medalhado olímpico que se mostrou incrédulo e triste com a notícia.

"Hoje fechas um capítulo incrível da tua vida, escrito com esforço, talento e paixão pelo ciclismo. O que conquistaste permanecerá como inspiração para todos nós", escreveu o antigo futebolista internacional Pepe, que recentemente se converteu à modalidade e até pedalou com Rui Costa.

Profissional desde 2007, o poveiro, que representava atualmente a EF Education-EasyPost, esteve em três Jogos Olímpicos (Londres'2012, Rio'2016 e Paris'2024), foi três vezes campeão nacional de fundo (2015, 2020 e 2024) e outras duas de contrarrelógio (2010 e 2013), além de ter conquistado três edições consecutivas da Volta à Suíça (2012-2014).

Fonte: Record on-line

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

“Movistar e Red Bull - BORA reagem à suspensão de Lazkano, equipa espanhola abalada por 2 casos em apenas dois dias”


Por: Carlos Silva

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O anúncio da suspensão de Oier Lazkano pela União Ciclista Internacional (UCI) não apanhou o pelotão totalmente de surpresa, mas as consequências foram imediatas e significativas para todas as partes envolvidas. O ciclista espanhol foi dispensado pela Red Bull - BORA - hansgrohe, que teve de reagir publicamente, enquanto a Movistar Team também se viu obrigada a emitir um comunicado, já que as anomalias detetadas no passaporte biológico dizem respeito aos anos em que Lazkano correu na equipa de Unzué.

A Movistar foi, de facto, quem mais explicação teve de dar. As irregularidades nos valores sanguíneos de Lazkano foram registadas entre 2022 e 2024, precisamente as três temporadas em que o espanhol vestiu as cores da equipa. Nenhum registo anómalo foi identificado fora desse período. “Durante as três temporadas de relação contratual com o Sr. Lazkano (das cinco a que se refere o estudo da UCI), todos os controlos a que foi submetido pelos diferentes organismos nacionais e internacionais, bem como os internos da própria equipa, deram resultado negativo”, afirmou a Abarca Sports, empresa proprietária da Movistar Team, num comunicado oficial.

Os detalhes do caso permanecem pouco claros e não é conhecido o motivo pelo qual a suspensão provisória só foi aplicada agora, tendo em conta que as anomalias datam de há mais de três anos. A Movistar insiste, contudo, que não tinha qualquer conhecimento prévio da situação. “Em virtude disso, era materialmente impossível conhecer, ou sequer intuir, qualquer anomalia como a que agora se apresenta no processo aberto pela União Ciclista Internacional”, acrescentou a estrutura espanhola.

A suspensão de Lazkano surge poucos dias depois da de outro ex-ciclista da Movistar, o brasileiro Vinicius Rangel, embora por razões diferentes. Face à sucessão de casos, a equipa espanhola procurou reafirmar a sua posição institucional: “A Abarca Sports reitera mais uma vez, com absoluta firmeza, o seu compromisso inabalável por um ciclismo limpo e transparente. Para tal, redobraremos com determinação todos os esforços, controlos e medidas que temos vindo a promover até à data.”

 

Red Bull - BORA - hansgrohe afasta o espanhol

 

Num comunicado separado, a Red Bull - BORA - hansgrohe confirmou a rescisão imediata do contrato com Oier Lazkano. A nota emitida pela equipa alemã foi breve e sem espaço para interpretações: “Confirmamos que Oier Lazkano não fará mais parte da nossa equipa. Esta decisão surge na sequência da suspensão provisória imposta pela UCI. O caso diz respeito às épocas 2022-2024, um período anterior à sua entrada na nossa equipa.”

Com a investigação em curso, o futuro de Oier Lazkano no ciclismo profissional permanece incerto. O caso, contudo, volta a colocar sob escrutínio o sistema de passaporte biológico e a forma como as equipas e as autoridades lidam com a detecção tardia de irregularidades.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/movistar-e-red-bull-bora-reagem-a-suspensao-de-lazkano-equipa-espanhola-abalada-por-2-casos-em-apenas-dois-dias

"Onde houver dinheiro, há batota" Cavendish recorda a doença, o renascimento e a nova era do ciclismo sem doping”


Por: Carlos Silva

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Mark Cavendish é um ciclista que atravessou várias gerações do pelotão e consolidou o seu nome entre os mais bem-sucedidos da história. Atualmente, detém o recorde absoluto de vitórias em etapas da Volta a França, um feito que o coloca num patamar reservado a poucos. Numa entrevista recente, o “Manx Missile” foi confrontado com o tema do doping, inevitável para alguém que viveu a transição do ciclismo dos tempos de Lance Armstrong para a era moderna, em que, segundo ele, muita coisa mudou.

“Normalmente tiramos uns meses de férias e recuperamos. A minha doença foi mal diagnosticada e acabou por me pôr de joelhos durante alguns anos”, explicou Cavendish, referindo-se ao vírus Epstein-Barr, numa conversa com a talkSPORT. Durante os anos em que perseguia o recorde de vitórias no Tour, o britânico viu a sua carreira quase ruir devido à doença, que o deixou afastado da alta competição e mergulhado na incerteza. Em 2023, assinou pela Astana Qazaqstan Team em busca de uma última grande vitória. Anunciou a retirada durante a Volta a Itália, mas acabou por voltar atrás, renovando por mais uma temporada e conquistando finalmente a vitória mítica que lhe faltava.

Ainda assim a sua carreira não pode ser descrita como um percurso linear. Lesões e problemas de saúde deixaram-lhe marcas profundas. “Penso que qualquer desportista, se não puder praticar o seu desporto a um nível elevado… é a sua vida, é como ganha a vida, é tudo o que é como pessoa. Se não o puder fazer, não vai ser fácil. Tive a sorte de ter uma família e uma rede de apoio à minha volta”, admitiu Cavendish.

O britânico referia-se sobretudo ao período de 2020, quando após uma época sem brilho ao serviço da Bahrain Victorious, o seu futuro parecia comprometido. “O mais difícil foi arranjar emprego. Não consegui arranjar emprego depois disso. Tinha feito tudo o que tinha feito, e havia pessoas que nunca tinham ganho uma corrida de bicicleta e provavelmente nunca iriam ganhar, a arranjar emprego antes de mim, que tinha ganho todas estas corridas, só porque eu tinha estado doente”, recordou.

Foi então que Patrick Lefevere lhe abriu as portas da Soudal - Quick-Step. Nessa estrutura, Cavendish renasceu. Voltou à Volta a França e escreveu uma das histórias mais emocionantes do ciclismo moderno, recuperando a confiança, o instinto e o sprint que o tornaram numa lenda viva do pelotão.

 

Mark Cavendish sobre o doping

 

O tema do doping voltou a estar em destaque esta semana, depois da suspensão de Oier Lazkano por irregularidades no passaporte biológico. Questionado sobre o assunto, Mark Cavendish - um ciclista que atravessou várias eras do pelotão - partilhou a sua visão sobre a evolução da modalidade e a forma como o ciclismo lida atualmente com o problema.

“Penso que sim. Nunca conseguiremos esquecer o nosso passado, mas o ciclismo dedica tempo, esforço e dinheiro à luta contra o doping. Continuará a haver pessoas que são apanhadas por fazer batota e coisas do género”, afirmou o britânico, reconhecendo que, embora o problema não tenha desaparecido, o esforço coletivo da modalidade é hoje muito mais sério e eficaz.

O nome de Lance Armstrong, uma figura incontornável e controversa, surgiu inevitavelmente na conversa. Cavendish, que mantém atualmente uma relação de amizade com o norte-americano, respondeu de forma cautelosa. “Sim, ele era um ídolo quando eu estava a crescer. O Lance foi muito bom para mim quando eu era jovem. Penso que, obviamente, o Lance ganhou muito mais do que qualquer outra pessoa no ciclismo. Da mesma forma, ele perdeu muito mais do que qualquer outra pessoa no ciclismo.”

Para Cavendish, o doping não é um fenómeno exclusivo do ciclismo, mas sim um reflexo das tentações associadas ao dinheiro, ao poder e ao sucesso em qualquer área de competição. “Não se trata de dizer: ‘Sou um batoteiro, por isso vou ser ciclista’. Não é assim que funciona. Acontece em todos os desportos. Acontece no entretenimento, nos negócios, em qualquer lugar onde haja dinheiro para ganhar as pessoas fazem batota. Se dedicarmos tempo, esforço e dinheiro para apanhar um batoteiro, vamos apanhá-lo. Foi isso que o ciclismo fez a um grande nível.”

O britânico acredita, contudo, que a realidade do pelotão actual é incomparavelmente mais limpa do que aquela que encontrou quando se tornou profissional. “Digo-vos que não poderia ter feito o que fiz neste desporto se o ciclismo fosse como era no passado”, assegurou. “Vinte anos depois, estou a responder a perguntas sobre o assunto, o que será sempre o caso. Mas é realmente bom poder falar sobre como o vejo e como o vivi.”

E concluiu com convicção: “Sei que, fundamentalmente, acredito que corri num dos desportos mais limpos do mundo, se não o mais limpo, porque eles fazem o que é preciso para combater o doping.”

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“Tom Pidcock vence uma etapa na Nedbank Gravel Burn e adia regresso ao ciclocrosse”


Por: Carlos Silva

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É pouco provável que Tom Pidcock regresse ao ciclocrosse neste inverno. Depois de uma longa e bem-sucedida época na estrada, o britânico ainda não entrou totalmente em modo de descanso. Atualmente na África do Sul, o ciclista da Q36.5 Pro Cycling Team participa na Nedbank Gravel Burn - uma corrida por etapas de uma semana, disputando-a sobretudo de forma descontraída. No entanto, na 5ª etapa decidiu levar o dia a sério e acabou mesmo por vencer a jornada.

Pidcock deverá iniciar a sua temporada de 2026 mais tarde do que este ano. Sem mudanças de equipa nem alterações significativas no seu calendário, o britânico pode encarar o inverno com calma e uma mente mais tranquila. Há um ano, por esta altura, ainda representava a INEOS Grenadiers e só em dezembro se transferiu para a equipa suíça, que este inverno se reforçou com vários ciclistas oriundos do World Tour.

Depois de um final de temporada intenso, com um Top 10 na Il Lombardia e a presença no Campeonato do Mundo de Gravel, nos Países Baixos, Pidcock decidiu descansar, embora não tenha parado por completo. Vários dos melhores especialistas de BTT e gravel do mundo estão esta semana na África do Sul para disputar a Nedbank Gravel Burn, uma prova de sete dias, e o britânico quis juntar-se aos participantes. Pedalou em ritmo moderado nas primeiras etapas, sem procurar resultados, apenas para desfrutar do verão do hemisfério sul e da experiência em si.

A corrida conta com nomes de peso, como Matthew Beers, Andri Frischknecht e profissionais de estrada conhecidos como Simon Pellaud, Peter Stetina e Lawrence Naesen. Mas na 5ª etapa da prova com 137 quilómetros e final no topo do Swaershoek Pass, Pidcock decidiu testar as pernas. O perfil era acessível, mas o final exigente.

“Pareceu-me ser a etapa mais fácil, com apenas uma subida. Foi por isso que pensei em tentar”, explicou o britânico após a chegada. “Talvez tenha sido um caso único! Toda a gente me tem dito: ‘Devias tentar ganhar uma etapa’, mas a corrida é dura. Tenho sofrido o ano todo. Não quero sofrer aqui”, disse entre risos.

Com este triunfo simbólico, Pidcock encerra a época de forma descontraída, mantendo o instinto competitivo sem abdicar do prazer de pedalar. O regresso às corridas de estrada está previsto apenas para a primavera de 2026 e tudo indica que o ciclocrosse ficará novamente fora do seu calendário este inverno.

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“Campeão Nacional de Juniores Gonçalo Costa confirmado na Decathlon AG2R em 2026”


Por: Carlos Silva

Foto: Facebook Federação Portuguesa de Ciclismo

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O jovem ciclista português Gonçalo Costa, de 17 anos, vai juntar-se em 2026 à equipa da Decathlon AG2R La Mondiale Team Next Gen, estrutura francesa de desenvolvimento ligada ao WorldTour. Depois de uma temporada de grande consistência entre os juniores, o português dá assim um passo importante na sua progressão, confirmando o estatuto de uma das maiores promessas nacionais da sua geração.

Durante 2025 o ciclista natural de Vila Nova de Famalicão representou a Willebrord Wil Vooruit, formação neerlandesa com tradição no ciclismo de formação, onde assinou resultados de relevo tanto a nível nacional como internacional. A sua época foi marcada por regularidade, evidenciadas em provas por etapas e corridas de um dia de elevado nível competitivo.

Entre os destaques do seu calendário, sobressaem o título de campeão nacional júnior de fundo, conquistado no Sabugal, e o segundo lugar no contrarrelógio individual dos Campeonatos Nacionais de Portugal, ambos ao serviço da Academia Efapel de Ciclismo. Estes resultados confirmaram o seu talento, onde mostrou a capacidade de se adaptar tanto aos percursos exigentes como às provas em linha mais longas.

 

Volta a Portugal

 

Gonçalo Costa completou uma notável Volta a Portugal de Juniores, terminando no 4.º lugar da classificação geral, com vitórias e pódios em várias etapas - incluindo o triunfo na 3ª etapa (CRI Sabugal-Sabugal), um 2º lugar na 3ª etapa (Sabugal-Penamacor) e um 3.º lugar logo na tirada inaugural entre Covilhã e Fundão. O jovem português mostrou também consistência no exigente Giro della Lunigiana, terminando em 18.º na geral e 6.º entre os mais jovens, num pelotão repleto de talentos internacionais.

Além disso, marcou presença em provas de prestígio do calendário júnior europeu, como o Tour du Pays de Vaud, o Aubel-Thimister-Stavelot e as clássicas Liège-Bastogne-Liège e Gent-Wevelgem, acumulando experiência em corridas de alto nível e demonstrando um perfil de ciclista completo, com capacidade para ler A mudança para a Decathlon representa um salto de qualidade na carreira do jovem português, integrando uma estrutura reconhecida pela formação de talentos que mais tarde chegam ao WorldTour. A equipa francesa tem apostado em corredores com potencial de crescimento sustentado, e a chegada de Gonçalo Costa reforça essa estratégia de desenvolvimento internacional.

Com apenas 17 anos e um percurso consistente nas provas por etapas, Gonçalo Costa promete continuar a crescer sob um ambiente profissionalizado, onde poderá consolidar as suas qualidades e preparar a transição para o pelotão sub-23. A aposta da Decathlon é também um sinal claro do crescente reconhecimento internacional do ciclismo de formação português.

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“A campeã que calou as críticas: Ferrand-Prévot fala sobre o peso, o sucesso e o futuro!”


Por: Ivan Silva

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Pauline Ferrand-Prévot teve em 2025 o regresso ao ciclismo de estrada mais triunfal possível. A francesa da Team Visma | Lease a Bike não só venceu a Paris-Roubaix Femmes, como realizou uma Volta a França Feminina de sonho, conquistando a Camisola Amarela de forma dominadora e emocionando o público francês com uma vitória épica nas montanhas.

“Primeiro, o Paris-Roubaix foi fantástico, e depois ganhar a Volta a França, como sempre digo, foi um sonho. Por isso, sim, foi um ano fantástico e estou ansiosa pela próxima época para tentar fazer ainda melhor”, disse Ferrand-Prévot à Marca.

A atleta de 33 anos, já considerada uma das figuras mais completas da história do ciclismo feminino, voltou ao topo da estrada depois de anos dedicados ao BTT e ao ciclocrosse. Agora, com o novo calendário a incluir provas como a Milan-Sanremo Feminina, Ferrand-Prévot traça novas metas, procurando consolidar o seu nome também entre as grandes clássicas de estrada.

 

O ataque que decidiu o Tour

 

Na Volta a França Feminina 2025, Ferrand-Prévot partia como outsider, mas surpreendeu tudo e todos. No penúltimo dia, protagonizou uma subida memorável ao Col de la Madeleine, recuperando o atraso na classificação e assumindo a liderança da corrida.

“Foi uma loucura. Na última etapa, disse ao meu treinador que não precisava de ganhar outra vez, mas quando chegámos à última subida e a Demi [Vollering] atacou, senti-me forte”, recorda.

Com a geral praticamente assegurada, Ferrand-Prévot ainda encontrou energia para atacar nos últimos cinco quilómetros e fechar o seu Tour de sonho com mais uma vitória.

“Pensei ‘ok, vou atacar e ver o que acontece’. De repente, estava na frente, e disse para comigo: ‘não tenho nada a perder’. Dei tudo por tudo e valeu a pena. Ganhar duas etapas com a Camisola Amarela foi, sem dúvida, uma recordação inesquecível.”

 

O peso da polémica

 

Logo após a vitória, um tema paralelo tomou espaço nas manchetes: o peso de Ferrand-Prévot durante a prova. A francesa reconhece que a questão surgiu de forma injusta e descontextualizada.

“Sim, foi um tema importante durante e depois do Tour. Penso que foi um pouco injusto porque se falou muito do meu peso, mas eu preparei-me para a corrida o melhor que pude”, explicou.

Segundo Ferrand-Prévot, a conversa desviou a atenção do verdadeiro mérito desportivo.

“Nos desportos de resistência, é importante ser leve, especialmente em subidas como a Madeleine. É preciso estar em boa forma. Mas a discussão foi exagerada”, afirmou. “No ciclismo feminino, estas questões são mais discutidas, em parte por razões de saúde e também porque, como mulheres, temos de cuidar bem do nosso corpo.”

Mais do que o tema em si, o que a incomodou foi o momento em que surgiu:

“Achei injusto o facto de ter surgido logo após a minha vitória. O peso é importante, sim, mas é apenas um fator. Também é preciso treinar, recuperar e fazer tudo bem. É apenas um parâmetro, não é tudo. De qualquer forma, o meu peso já voltou ao normal, por isso está tudo bem.”

 

Olhar para 2026: novos sonhos, mesma ambição

 

A francesa entra em 2026 com foco total no ciclismo de estrada, deixando para trás o ciclocrosse e o BTT, modalidades nas quais também conquistou títulos mundiais.

“Para já, só o ciclismo de estrada. Acho que já não é possível combinar várias disciplinas ao mesmo tempo. Quero concentrar-me no ciclismo de estrada e preparar-me o melhor possível para ganhar mais corridas.”

O próximo grande objetivo é claro: voltar a vencer a Volta a França Feminina e acrescentar novos monumentos ao palmarés.

“Gostaria de ganhar mais monumentos, como a Liege-Bastogne-Liege, por exemplo. E, claro, gostaria de voltar a ganhar o Tour. Correr no meu próprio país e defender o título é algo muito especial.”

Para uma ciclista que já conquistou quase tudo o que havia para conquistar, a motivação continua intacta.

“Gosto muito do que faço. Quero continuar a correr durante pelo menos mais dois anos. Só quero ganhar o maior número possível de corridas e divertir-me com o que faço.”

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/a-campea-que-calou-as-criticas-ferrand-prevot-fala-sobre-o-peso-o-sucesso-e-o-futuro

“Surpresa no calendário 2026: Pogacar pede à UAE para abrir época no Tour Down Under”


Por: Carlos Silva

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

Tadej Pogacar poderá regressar ao ponto onde tudo começou. O esloveno fez a sua estreia com a UAE Team Emirates – XRG no Tour Down Under de 2019 e segundo informações recentes, poderá voltar à Austrália em janeiro de 2026 para abrir a nova temporada. Sete anos depois, o Campeão do Mundo parece inclinado a repetir a experiência e desta vez, com ambições mais altas.

Desde 2019, Pogacar só regressou à Austrália em 2022, para o Campeonato do Mundo, sem resultados de destaque. Agora, de acordo com o jornalista italiano Beppe Conti, da RAI Sport, o ciclista pediu à equipa para começar o próximo ano no Tour Down Under. “O Tadej Pogacar pediu à sua equipa para começar já em janeiro, ele quer ir para a Austrália e fazer o Tour Down Under. O resto do calendário será o mesmo”, revelou Conti.

Segundo o mesmo jornalista, Pogacar não deverá participar na Volta a Itália, prova onde brilhou em 2024, conquistando o título de forma dominante. A liderança da equipa no Giro deverá ficar a cargo do mexicano Isaac del Toro, que terminou em segundo lugar este ano, reforçando o estatuto de grande promessa da formação da Emirates.

A escolha da Austrália representaria uma pequena revolução no planeamento do esloveno, que nos últimos anos tem seguido um calendário bem definido. Ainda assim, Pogacar tem procurado, cada vez mais, introduzir variações na preparação anual, evitando a monotonia e explorando novos contextos competitivos.

 

Novamente a Austrália?

 

Em 2020, iniciou a época na Volta à Comunidade Valenciana, entre 2021 e 2022, e novamente em 2025, começou no UAE Tour, em 2023 abriu o ano na Clásica Jaén Paraíso Interior e em 2024, saltou directamente para a Strade Bianche, que venceu de forma esmagadora.

Um regresso ao Tour Down Under seria também uma forma de aproximar a equipa da sua base comercial global, já que a UAE Team Emirates – XRG continua a expandir a sua presença internacional. Apesar da pressão dos patrocinadores para que Pogacar alinhe novamente no UAE Tour, a equipa dispõe de alternativas sólidas para essa prova, como Isaac del Toro, João Almeida e Adam Yates, todos capazes de lutar pela vitória.

Se o plano se confirmar, Pogacar voltará a competir em janeiro pela primeira vez nesta década, antes de regressar à Europa para preparar um início de época mais tradicional, centrado na Strade Bianche e nas clássicas de primavera. O Tour Down Under poderá, assim, ser o ponto de partida simbólico de mais uma temporada de conquistas para o Campeão do Mundo

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/surpresa-no-calendario-2026-pogacar-pede-a-uae-para-abrir-epoca-no-tour-down-under


“Rui Costa despede-se aos 39 anos no adeus de um 'mestre' ao ciclismo: "A paixão nunca acabará..."


Rui Costa, aquele que foi o único ciclista português campeão mundial de fundo, anunciou o seu adeus aos 39 anos

 

Foto: AFP or licensors

Foi através das redes sociais que Rui Costa confirmou, esta sexta-feira, o fim de uma enorme carreira enquanto ciclista aos 39 anos.

O ciclista deixou uma mensagem de agradecimento a todos os amantes da modalidade, aproveitando para agradecer a todos aqueles que contribuíram para o sucesso do seu percurso.

«O ciclismo fez-me tão feliz. Chegou a hora de me retirar. De usufruir da companhia dos meus, de estar presente nos pequenos grandes momentos e de viver com calma o que tantas vezes ficou adiado. Fui abençoado por viver o meu sonho, por vencer, por cair e levantar, e por ter sempre o meu anjinho da guarda comigo em cada curva da estrada», pode ler-se.

Com um percurso invejável ao nível de palmarés, tanto a nível nacional como internacional, Rui Costa fez história por ter sido o único ciclista português a sagrar-se campeão do mundo de estrada. Foi assim o primeiro luso a vestir a mítica camisola arco-íris de campeão do mundo.

Em 2013, numa prova decidida ao sprint, Rui Costa foi mais forte que Joaquim Rodríguez, com final memorável, que ainda é um 'osso preso' na garganta na rivalidade ibérica. Isto anos depois de Sérgio Paulinho ter obtido a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas.

A vitória pode-se que foi um ponto de viragem no ciclismo nacional, depois da era dourada de Joaquim Agostinho nos anos 70 e 80. "Mudou a mentalidade dos ciclistas portugueses, demonstrando que o ciclista português pode e deve ter a ambição de vencer", afirmou Delmiro Pereira, antigo presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, em declarações a Renascença em 2023.

Características: Rui Costa deu nas vistas pela capacidade de se destacar em corridas de uma semana ou provas de um dia. A versatilidade permitiu-lhe atingir grandes resultados. Eficaz nos contrarrelógios, resistente na montanha, adaptava-se a vários terrenos. Tinha muitas vezes a capacidade para atacar muito antes da meta, desgastando assim os adversários, e surpreender com várias vitórias. Inteligente na forma como geria as corridas, evidenciou-se também nas clássicas como o Grande Prémio de Montreal que venceu em 2011.

Diz adeus aos 39 anos, ao serviço da EFEducation-EasyPost, tendo como melhor resultado em 2025 um segundo lugar na quarta etapa da Volta a Burgos.

Venceu de forma consecutiva a volta a Suíça, em 2012, 2013 e 2014. Juntou ao currículo os triunfos na Tour de Abu Dhabi (2017) e da Volta à Comunidade Valenciana (2023).

Aos 13 anos abraça pela primeira vez o ciclismo, ao serviço da equipa do "Guilhabreu" em Vila do Conde. Seguiu-se o Santa Maria da Feira. Em 2007 assina o primeiro contrato ao serviço do Benfica, onde permaneceu dois anos, antes de se mudar para a equipa Caisse d'Epargne e daí para o Movistar.

Foi nos espanhóis que viveu os melhores momentos da carreira. Em 2013 venceu duas etapas no tour: (Etapa 16: De Vaison-la-Romaine a Gap e De Bourg-d'Oisans a Le Grand-Bornand), repetindo assim o feito de 2011, onde tinha obtido a vitória na 10.ª etapa entre Saint-Gaudens a Plateau de Beille.

Em 2013, mudou-se para a Lampre-Merida, que é hoje a UAE Team Emirates. Representou a formação onde milita durante João Almeida durante seis temporadas, tendo ainda feito parte da equipa da Intermarché-Circus-Wanty em 2023. Foi nesse ano que teve a última grande vitória na carreira, com o triunfo numa etapa da Vuelta, conseguido novamente com uma arrancada eletrizante.

O poveiro é, sem sombra para dúvida, um dos melhores ciclistas portugueses de sempre, tendo ainda juntado ao seu currículo três títulos de campeão nacional de fundo (2015, 2020 e 2024) e outras dois de contrarrelógio (2010 e 2013). Marcou presença por três vezes nos Jogos Olímpicos - Londres-2012, Rio-2016 e Paris-2024 - tendo como melhor posição o 10.º lugar na prova de fundo na cidade da garota de Ipanema.

"Hoje fecho um capítulo. Mas a paixão pelas duas rodas… essa nunca acabará", termina na sua mensagem.

Fonte: Sapo on-line

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

“Os vencedores da Volta a França, Tadej Pogacar e Pauline Ferrand-Prévot, compõem o pelotão do BeKING Monaco que se realiza no dia 23 de novembro”


Por: Carlos Silva

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

A temporada de 2025 pode ter terminado, mas as bicicletas ainda não foram encostadas para descanso. No próximo domingo, dia 23 de novembro, o Principado do Mónaco volta a receber o BeKING Monaco, o criterium de final de época que reúne campeões do mundo, vencedores da Volta a França e ídolos locais para um dia de ciclismo diferente.

 

Pogacar em casa, rodeado de estrelas

 

A grande atração da edição deste ano será Tadej Pogacar, que termina um ano absolutamente histórico. O esloveno conquistou três Monumentos, venceu a Volta a França e somou os títulos europeu e mundial de estrada em 2025. Desta vez, alinhará praticamente à porta de casa, nas avenidas do Mónaco onde treina e reside.

O pelotão do evento contará também com nomes de peso como Jonathan Milan e Giulio Ciccone (Lidl-Trek), Davide Formolo (Movistar Team), Tim Wellens (UAE Team Emirates - XRG), Steven Kruijswijk (Team Visma | Lease a Bike) e Michael Matthews (Team Jayco AlUla). Os monegascos Victor Langellotti e Antoine Berlin completam o elenco, garantindo a habitual ligação entre o evento e os adeptos locais.

 

Ferrand-Prévot brilha no feminino

 

No pelotão feminino, o protagonismo pertence a Pauline Ferrand-Prévot, vencedora da Volta a França Feminina 2025, levando para casa a Camisola Amarela após uma exibição dominadora.

A francesa não terá tarefa fácil, com adversárias de luxo como Lorena Wiebes, Anna van der Breggen, Kasia Niewiadoma e Urska Zigart, além das italianas Vittoria Guazzini e Chiara Consonni. Um alinhamento de classe mundial que promete espetáculo e intensidade, mesmo fora do calendário oficial.

 

Um Critérium com propósito e glamour

 

Criado em 2021 pelo italiano Matteo Trentin, o BeKING Monaco consolidou-se como um dos eventos mais prestigiados do defeso. Combina corridas de elites com iniciativas de solidariedade e proximidade com a comunidade, revertendo parte das receitas para instituições de caridade.

Num ambiente mais descontraído, mas com o brilho típico de Monte Carlo, o evento oferece aos fãs uma última oportunidade para ver os protagonistas da época em ação, antes da pausa de inverno e da preparação para um novo ano de competição.

Com Pogacar e Ferrand-Prévot à cabeça, a edição de 2025 promete ser um desfile de talento, velocidade e espetáculo sob o sol do Mediterrâneo

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/os-vencedores-da-volta-a-franca-tadej-pogacar-e-pauline-ferrand-prevot-compoem-o-pelotao-do-beking-monaco-que-se-realiza-no-dia-23-de-novembro

"Todos os juniores com quem falo têm um manager" Director de desempenho da Visma preocupado com o rumo do ciclismo actual”


Por: Carlos Silva

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Enquanto o ciclismo se lança numa corrida desenfreada à procura do novo Remco Evenepoel ou Tadej Pogacar, surgem avisos vindos de dentro do próprio World Tour. Figuras de topo alertam para o ambiente cada vez mais agressivo na formação de jovens talentos, onde a pressão chega antes da maturidade.

Robbert de Groot, Diretor de Performance da Team Visma | Lease a Bike, descreve uma realidade em rápida mutação. “Todos os juniores com quem falo têm um manager. Não há quase nenhum júnior que tenha algum nível, que não tenha um”, afirmou em entrevista ao In de Waaier, refletindo sobre o impacto do novo modelo de desenvolvimento.

Segundo De Groot, essa transformação tem os seus custos. “Alguém recebe rapidamente o rótulo de talento e espera-se algo de dele. Isso cria automaticamente alguma pressão. O ambiente em volta dele muda e esperam-se coisas. Não me parece que isso seja sempre saudável”, defendeu.

 

Concorrência feroz e talentos holandeses a escapar

 

A procura pelos prodígios está a redesenhar por completo o mercado do desenvolvimento dos ciclistas mais jovens. As principais equipas do WorldTour lutam entre si para garantir os nomes mais promissores. “A Red Bull, a Trek, nós, a Decathlon... somos grandes rivais e a batalha é intensa”, explicou De Groot.

Essa guerra já teve consequências internas para a Visma. Dois jovens holandeses muito cotados, Michiel Mouris e Gijs Schoonvelde, optaram por assinar pela Red Bull - BORA - hansgrohe. “Gostaríamos certamente de ter ficado com um deles”, admitiu De Groot. “Cada um faz as suas próprias escolhas, mas estamos muito interessados em ter na equipa ciclistas holandeses.”

A luta pelos jovens talentos está, portanto, a internacionalizar-se, mas à custa das raízes locais e de um modelo mais sustentável.

 

“O homem não é uma máquina”: a experiência em risco

 

A obsessão pela juventude também começa a afetar os profissionais mais experientes. O belga Julien Vermote, em declarações ao Het Nieuwsblad, lançou um aviso: “Todos pensam que vão sentir falta do novo Pogacar ou Remco. Mas não há cinquenta deles a andar por aí assim.”

Para Vermote, a tendência está a afastar a intuição em favor da análise pura de dados. “Tudo é medido em watts e zonas de frequência cardíaca. O homem não é uma máquina e as pessoas parecem esquecer-se disso. A corrida não é um laboratório. Ganha-se com o coração, não com um algoritmo.”

O ciclista dá voz a um sentimento crescente dentro do pelotão: a tecnologia e a precocidade estão a moldar um desporto cada vez mais metódico, mas menos humano.

 

Uma corrida pelo talento e o preço a pagar

 

As equipas estão a investir cada vez mais cedo, a recrutar mais cedo e a transformar academias de formação em estruturas quase profissionais. O efeito é ambíguo: os jovens têm hoje acesso a melhores recursos, mas também a uma pressão que antes só se sentia quando se atingia o to po.

Enquanto isso, os ciclistas experientes veem as oportunidades a diminuir e o equilíbrio entre rendimento, crescimento e bem-estar torna-se mais frágil.

Para Robbert de Groot, o futuro dependerá da forma como as equipas gerem essa nova realidade. “Proteger os ciclistas será tão importante como descobri-los”, sublinha o holandês.

Num desporto onde o talento se mede cada vez mais cedo, a questão deixa de ser apenas quem é o próximo Pogacar, mas sim quem sobreviverá para lá chegar.

Pode visualizar este artigo em: https://ciclismoatual.com/ciclismo/todos-os-juniores-com-quem-falo-tem-um-manager-director-de-desempenho-da-visma-preocupado-com-o-rumo-do-ciclismo-actual

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