Foto: ERIC FEFERBERG / AFP
O antigo ídolo do ciclismo belga defende que o 'doping mecânico' é a
"forma mais descarada e grave de batota".
O belga Eddy Merckx, um dos
maiores ciclistas da história, defendeu que os corredores que usem dopagem
mecânica devem ser irradiados do desporto, uma vez que, na sua opinião, este
delito é pior do que a dopagem comum.
“Para mim, têm de irradiá-los.
Pelo que vi na televisão, não foi a primeira vez que aconteceu. Isto é o pior
que se pode fazer, é o mesmo que ir de mota”, disse Merckx ao site
especializado Cyclingnews, na sequência da investigação iniciada pela União
Ciclista Internacional (UCI) à sub-23 belga Femke Van den Driessche por fraude
tecnológica.
No sábado dia 30 de janeiro,
durante os Mundiais de ciclocrosse, os comissários da UCI detetaram um pequeno
motor na bicicleta da corredora, que ironicamente tinha desistido da prova por
problemas mecânicos.
Para o ciclista mais laureado da história,
o doping mecânico constitui uma forma mais descarada e grave de batota do que a
dopagem química, pelo que a sanção a aplicar aos prevaricadores deve ser mais
dura.
“Para mim é pior que a dopagem.
Proporciona-lhes mais 50 watts, ou até 100, depende. Isso não tem nada a ver
com ciclismo, é motociclismo. Deveriam ir competir com o Valentino Rossi”,
sustentou.
Questionado sobre se o caso de Van
den Driessche é simplesmente a ponta do iceberg, Merckx retirou importância aos
rumores de que esta é uma prática comum no pelotão profissional, considerando
que este é um incidente isolado.
“Não acredito que haja muitos
[ciclistas] tão estúpidos para fazer algo do género. Isto só pode acontecer com
corredores sem experiência. O que aconteceu é muito mal para o ciclismo”,
reforçou.
Segundo os
regulamentos da UCI, a jovem belga arrisca uma suspensão mínima de seis meses.
Fonte: SAPO Desporto c/ Lusa
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