Guilherme
Mota, 16.º classificado, foi o melhor português na prova de fundo para juniores
do Campeonato do Mundo de Estrada, hoje disputada ao longo de 131,8
quilómetros, entre Kufstein e Innsbruck, Áustria. Afonso Silva foi o 70.º.
A
corrida foi disputada a uma velocidade alucinante, desde os quilómetros
iniciais, teoricamente mais fácies, por serem totalmente planos. As seleções da
Alemanha e da Bélgica, apostadas em fazer a seleção de valores desde o começo
da prova, impuseram um ritmo avassalador, que foi dizimando o pelotão, tanto
devido à própria velocidade como às quedas que se sucederam.
Os
dois portugueses ficaram presos nas quedas, mas Guilherme Mota conseguiu desenvencilhar-se
com mais facilidade dos percalços. Afonso Silva comprometeu uma boa classificação
ficando preso numa grande queda coletiva, quando estavam percorridos cerca de
30 quilómetros.
A
primeira grande seleção aconteceu precisamente numa queda, a cerca de 70
quilómetros do fim. Este acidente aconteceu na frente do pelotão, que se partiu
definitivamente, a poucos quilómetros de iniciar-se a subida de Gnadenwald. O
belga Remco Evenepoel foi um dos corredores a experimentar a dureza do asfalto,
mas conseguiu fazer uma recuperação impressionante, chegando às duas voltas do
circuito final no grupo dos favoritos.
Na
primeira das duas subidas do circuito, a 40 quilómetros da chegada, o belga
atacou e destruiu o que restava do pelotão. Guilherme Mota encontrava-se, nessa
altura, entre os melhores. Na dianteira, Evenepoel fez uma corrida à parte, que
lhe daria a dobradinha, ou seja, o título de estrada, depois de conquistar o de
contrarrelógio.
Mais
atrás, Guilherme Mota lutou com todas as forças para chegar o mais na frente
possível. O corredor leiriense deixou para trás rivais atrás de rivais,
conseguindo entrar no sprint pelo 13.º lugar. Sendo o mais lento do grupo de
quatro em que se encontrava, fechou no 16.º posto, a 6m41s do vencedor.
Remco
Evenepoel impôs-se com classe, cumprindo a prova à impressionante média de
43,021 km/h. O segundo classificado, a 1m25s, foi o alemão Marius Mayrhofer,
que viu premiada com a medalha de prata a ousadia de ter sido o único a tentar
seguir Evenepoel na altura do ataque decisivo. O terceiro, a 1m38s, foi o
italiano Alessandro Fancellu.
Afonso
Silva teve a ambição limitada pela queda que o atrasou, ainda a 100 quilómetros
do final. Numa demonstração de abnegação e combatividade, concluiu a corrida,
no 70.º lugar, a 19m00s do primeiro.
“A
primeira parte da corrida, até à primeira subida, foi muito rápida. Houve duas
quedas e em ambas as ocasiões tive de recolar ao pelotão – e é um pelotão de
loucos. Nessa parte da corrida, a rolar a alta velocidade, não me ia a sentir
nada bem, porque sou muito leve. Depois entrámos nas três subidas do dia. Aí
senti-me espectacular. Tive pena de não estar no máximo, devido ao sofrimento
inicial, porque acho que poderia fazer um lugar ainda melhor”, considera
Guilherme Mota.
O
selecionador nacional, José Poeira, destaca a prestação de Guilherme Mota e
lamenta o infortúnio de Afonso Silva. “Numa corrida com esta dureza e disputada
a esta velocidade, só um corredor com grande qualidade consegue acabar no 16.º
lugar. Tenho pena que o Afonso tivesse ficado ‘cortado’ numa queda, porque
estou convencido que, se não fosse isso, poderíamos ter dois ciclistas nos 20
primeiros”, diz Poeira.
Sub-23 na sexta-feira
A
cerca de 100 quilómetros do fim entra-se no "circuito olímpico", que
inclui quatro escaladas a Patscherkofel, com 7,9 quilómetros de extensão. O
sobe e desce do circuito, contribuindo de forma decisiva para o acumulado de
2910 metros, vai dizimar o pelotão, antevendo-se uma corrida em que os
trepadores levarão a melhor.
A
sexta-feira está reservada para a prova de fundo de sub-23, que se inicia em
Kufstein, às 11h10 (hora de Portugal Continental), e termina em Innsbruck,
depois de percorridos 174,3 quilómetros. A fase final inclui quatro passagens
pelo circuito olímpico, que inclui a longa subida – 7,9 quilómetros de escalada
– em Patscherkofel.
A
Equipa Portugal conta com André Carvalho, Gonçalo Carvalho, João Almeida e
Tiago Antunes para tentar um bom resultado na corrida de sub-23.
Fonte:
FPC
Sem comentários:
Enviar um comentário