Fotos: Getty Images Sport
Hoje, 13 anos depois da
primeira das suas 31 vitórias no Tour, venceu e está já apenas a três do
recorde de Eddy Merckx
O ‘renascimento’ da lenda Mark
Cavendish foi hoje saudado por colegas e rivais, com o ciclista britânico da
Deceuninck-QuickStep a querer que a sua história sirva de inspiração para todos
aqueles que estão "no fundo".
“Cinco anos… passou muito
tempo. Mas estou de volta. Tendo ganhado em 2015 em Fougères, é verdadeiramente
um regresso incrível. É verdade que o ano passado foi difícil. Ainda bem que as
pessoas me apoiaram quando eu estava no fundo. Espero que a minha história
sirva para aumentar a esperança das pessoas na mesma situação. Podemos sempre
recuperar, não devemos desistir”, declarou, em conferência de imprensa.
Depois de ter falhado as
últimas duas edições da ‘Grande Boucle’ e de, no final do ano passado, ter
admitido colocar um ponto final na sua carreira, Cavendish regressou à
Deceuninck-Quickstep, equipa que já tinha representado entre 2013 e 2015, e
reencontrou-se com os triunfos, tendo em abril, na Volta à Turquia, posto fim a
uma série de 1.159 dias sem vencer.
Há três semanas, o corredor de
36 anos “nem sonhava” em ser selecionado pela Deceuninck-Quickstep para estar
no Tour, pois a presença entre os pré-convocados do irlandês Sam Bennett,
vencedor da camisola da regularidade na última edição da ‘Grande Boucle’ e que
ficou de fora por alegadamente estar lesionado, significava que “não tinha
lugar” na equipa nesta edição.
A inclusão de ‘Cav’ no ‘oito’
da formação belga foi ainda mais surpreendente uma vez que, no início de junho,
o ‘patrão’ da equipa, Patrick Lefevere, disse que a prova francesa seria
“demasiado difícil” para o ‘sprinter’ britânico, umas declarações
posteriormente justificadas pelo belga como um gesto de confiança em Bennett.
“Juntar-me a esta equipa de
super profissionais funcionou. Precisava de alguém que me conhecesse como
pessoa, e esse alguém era o Patrick Lefevere. Vivi os dias mais felizes da
minha carreira quando estive aqui e foi por isso que assinei. Quando vejo o
campeão do Mundo [Julian Alaphilippe] dar tudo o que tem e sacrificar-se… e o
Michael Morkov é o melhor lançador”, destacou.
Hoje, 13 anos depois da
primeira das suas 31 vitórias no Tour – está já apenas a três do recorde de
Eddy Merckx – e cinco anos depois da última, o segundo ciclista mais vitorioso
da história da Volta a França e o terceiro em grandes Voltas - com 49 triunfos,
situa-se apenas atrás de Merckx (64) e de Mario Cipollini (57) – viu o seu
‘renascimento’ ser aplaudido transversalmente por todo o pelotão, em
declarações ou ‘tweets’.
“O Mark é uma lenda e sinto-me
muito orgulhoso por poder correr com ele e trazê-lo de volta ao nível dele. Ele
nem estava nos ‘bastidores’ quando a equipa foi selecionada, entrou no último
momento e demonstrou hoje que é um verdadeiro profissional que está preparado
mesmo quando não era suposto estar a correr”, elogiou Morkov.
Já Alaphilippe, segundo
classificado da geral, que hoje desempenhou um papel crucial na preparação do
‘sprint’ e cedeu a camisola verde a Cavendish, descreveu o seu companheiro como
“simplesmente fantástico”.
“Estou tão feliz por ele e
pela equipa. Acreditávamos mesmo nele para esta etapa, conhecíamos o final. É
uma vitória tão emocional para ele, mas também para todos nós. Ele estava tão
motivado, como um neo-profissional. Continua a ser um dos melhores ‘sprinters’
do mundo e demonstrou-o outra vez hoje”, disse o francês.
Geraint Thomas, vencedor do
Tour2018, revelou ter ficado surpreendido com o triunfo do seu antigo
companheiro de equipa (na Sky, em 2012): “É ótimo vê-lo ganhar. Fiquei um pouco
surpreso - espero que ele não me ouça dizer isso. Pensei sempre que ele tinha uma
hipótese, mas ter vencido hoje é ótimo para ele”.
Fonte: Sapo on-line
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