BMW 328 reforça núcleo da marca alemã do Museu do Caramulo
Por: Tatiana Ferreira
Fotos: Stéphane Abrantes
O Museu do Caramulo viu a sua
colecção permanente de automóveis reforçada com um extraordinário BMW 328 de
1937. Este modelo junta-se agora ao BMW 327 Cabriolet da colecção do Museu do
Caramulo, criando assim um interessante e raro núcleo da marca da Baviera de um
dos períodos dourados do automobilismo.
A ascensão da BMW ao restrito clube de automóveis desportivos de excepção foi rutilante. Em 1928 iniciou a produção do Austin Seven – o Dixi – e em 1936 produziu um dos melhores desportivos de todos os tempos. Levou apenas oito anos a produzir uma obra-prima da técnica, que mudou o rumo da história.
Depois do Dixi, a BMW lançou,
em 1933, o seu primeiro automóvel com motor de seis cilindros, já que, os
modestos 1200cc do 303 não permitiam grandes veleidades desportivas. Mais
importante foi a contratação de Fritz Fiedler, responsável técnico na Horch.
Fiedler teve um papel fundamental, tendo-lhe sido confiada a evolução do motor
de seis cilindros, que iria acompanhar até à Segunda Guerra Mundial. Os 315 e
319, de 1,5 litros, beneficiaram com a sua intervenção, mas o 328 foi o ponto
alto dessa associação. Apresentado em 1936, tinha um renovado motor de dois
litros de capacidade.
A carroçaria, assente num
chassis de longarinas longitudinais com secções tubulares, era moderna e bem
proporcionada, com os faróis embutidos, característica que passou a ser
obrigatória dez anos depois. A suspensão dianteira independente, pouco comum na
época, e o bem guiado eixo rígido, permitiam explorar com eficiência germânica
os 80cv do motor de série, para os menos de 800 kg de peso. Com estas
características, o BMW era o melhor desportivo da categoria até dois litros,
como ficou provado pelos seus inúmeros sucessos desportivos.
Apenas dois 328 foram produzidos em 1936, com onze a serem terminados em 1940, ano em que cessou o seu fabrico, após 461 exemplares, quando toda a produção de automóveis particulares na Alemanha foi proibida, devido ao esforço de guerra. Mas a herança do exemplar modelo alemão prolongou-se muito para além dessa data.
Depois de 1945, a fabricante
britânica de aviões Bristol, recebeu, a título de indemnização de guerra, a
utilização da patente do motor de seis cilindros BMW. Até 1960, o que era um
conceito de meados dos anos 30, continuou a motorizar tanto a recém-inaugurada
série dos Bristol de estrada – do modelo 400, de 1946, ao 406, de 1960 – como
um vasto conjunto de automóveis desportivos e de competição. E um olhar atento
para o Jaguar XK120, considerado um dos mais progressistas automóveis dos anos
50 em termos estéticos, revela com facilidade a influência que o BMW 328 teve
nesse inovador conceito.
Sobre o
Museu do Caramulo
Com mais de 60 anos de
existência e visitado por mais de um milhão e meio de pessoas, o Museu do
Caramulo alberga no seu espólio uma colecção de arte, uma colecção de
automóveis, motos e bicicletas e uma colecção de brinquedos antigos. O Museu do
Caramulo produz ainda, de forma regular, exposições temáticas e temporárias, e
organiza vários eventos como o Salão Motorclássico, o Caramulo Motorfestival ou
o Rider – Passeio de Motos Clássicas.
Mais informação em www.museudocaramulo.pt
Fonte: Museu Caramulo/Parceria
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