Daniel Viegas e João Almeida são os juniores que vão representar a
Seleção Nacional/Liberty Seguros nos 28,9 quilómetros de contrarrelógio, a
disputar nesta terça-feira, em Doha, Catar.
O percurso é totalmente plano,
com poucas zonas técnicas e está colocado numa área onde o vento não costuma
ser o maior dos problemas. Mas o calor intenso, associado a uma humidade muito
elevada que faz subir os valores da sensação térmica, vai ser um obstáculo
difícil de contornar.
Para a manhã de terça-feira
esperam-se temperaturas entre os 32 e os 37 graus centígrados, com a sensação
térmica a oscilar entre os 34 e os 40 graus. O contrarrelógio inicia-se às 8h30
(menos duas horas em Portugal). Na hora local, Daniel Viegas parte às 9h11 e
João Almeida deixa a rampa de lançamento às 11h14.
Apesar de ser oriundo da
região mais quente de Portugal, o algarvio Daniel Viegas, se pudesse, optava
por outro clima. “Não gosto de calor,
prefiro correr com frio. No entanto, preparei-me bem e espero conseguir um bom
desempenho, até porque o percurso é bom para mim”, diz o ciclista.
João Almeida, 18.º na prova de
contrarrelógio do Campeonato da Europa, em França, no mês passado, vai partir
com a ambição de melhorar esse resultado, apesar de agora ter a concorrência de
ciclistas de todos os continentes. “O
percurso não é exatamente para as minhas caraterísticas, mas defendo-me a rolar
e tentarei ficar mais à frente do que no Europeu. Normalmente dou-me bem com o
calor, mas a humidade muito elevada pode complicar tudo”, teme o natural
das Caldas da Rainha.
Consciente da necessidade de
intervir para minorar os efeitos do calor sobre a saúde e sobre o desempenho
dos ciclistas, o médico que acompanha a Seleção Nacional/Liberty Seguros,
Filipe Quintas, tem feito um trabalho profilático desde a chegada da comitiva
ao Catar. “A prevenção é a melhor arma para diminuir a probabilidade de
ocorrência de problemas decorrentes do calor”, assegura.
A alimentação e a hidratação
assumem um importante papel na criação de condições para o organismo resistir
melhor às elevadas temperatura e humidade. Por isso, os ciclistas portugueses
têm estado sujeitos a um regime alimentar que privilegia a ingestão de minerais,
fundamentais para a correta hidratação, que é mais do que a simples reposição
de líquidos.
Em termos de habituação ao
clima, tem havido um equilíbrio entre a necessidade de expor os corredores às
condições ambientais e a precaução de evitar um excessivo desgaste, cuja
recuperação se afigura difícil. “Fazer
esforços excessivos e ter uma excessiva exposição solar durante os treinos potenciam
a probabilidade de desidratação, cuja recuperação é difícil. Para avaliarmos se
o equilíbrio está a ser bem conseguido, pesamos e avaliamos clinicamente todos
os corredores diariamente”, descreve Filipe Quintas.
Em termos de reação ao clima, as sensações de Ivo
Oliveira, primeiro corredor da Seleção Nacional/Liberty
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