Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
O Desafio Pogi, novo evento de
ciclismo realizado em Komenda, terra natal de Tadej Pogacar, promete afirmar-se
como uma tradição anual. A primeira edição, disputada no último domingo,
transformou-se numa verdadeira celebração do ciclismo e da popularidade global
do campeão mundial esloveno, poucos dias depois da sua quinta vitória
consecutiva na Il Lombardia.
“Tivemos uma sorte incrível em
ter alguém como o Tadej”, afirmou Tevž Ribič, líder do projeto, em declarações
ao Siol.net. “Só o facto de mencionar o seu nome foi suficiente para que tudo
arrancasse.”
Uma
estreia com alcance mundial
O evento, realizado nas
estradas que viram nascer o ciclista esloveno, reuniu 1.189 ciclistas de 36
países, cerca de 40% deles estrangeiros. O formato foi simples mas original:
todos os participantes partiram juntos, enquanto Pogacar iniciou a prova alguns
minutos depois, tentando alcançar o pelotão antes do topo da subida de 11
quilómetros até Krvavec.
Apesar de ter registado o
tempo mais rápido do dia e ultrapassado 1.188 ciclistas, o esloveno foi batido
pelo ciclista amador britânico Andrew Feather, especialista em subidas curtas e
explosivas.
A ideia nasceu no início do
ano pelas mãos de Simon Rožnik, diretor da agência desportiva Extrem, com o
propósito de criar algo autêntico em torno da ligação de Pogacar à comunidade
local. “Há já algum tempo que o Simon queria organizar algo especial para o
Tadej e para a sua família”, explicou Ribič. “Quando apresentámos a ideia à
família Pogacar, eles mostraram-se extremamente abertos. Foi aí que começámos a
desenvolvê-la seriamente, em janeiro.”
O percurso escolhido, entre
Komenda e Krvavec, tem um simbolismo profundo: foi ali que Pogacar conquistou a
sua primeira vitória em competição e é uma das suas rotas de treino habituais.
Ainda assim, o impacto do evento superou todas as expectativas. “Isto mostra a
força internacional do nome do Tadej”, destacou Ribič. “Não foi uma corrida
doméstica, tivemos ciclistas vindos de todo o mundo.”
Logística
e ambiente à altura de um campeão
Organizar o Pogi Challenge foi
o maior desafio logístico da equipa. Cerca de 150 pessoas estiveram envolvidas
na produção do evento, entre voluntários e membros da equipa Pogi. As condições
meteorológicas adversas quase ameaçaram a prova, com neve a cair de forma
inesperada em altitude, mas o tempo acabou por abrir no dia da corrida.
“Acreditei que o sol iria
aparecer e assim foi”, contou Ribič. “Krvavec é imprevisível. Durante a semana
esteve sol e 20 graus, no fim de semana tudo mudou. Mas no final, não houve
feridos nem incidentes, e tudo correu sem problemas. Não podíamos ter pedido
mais.”
O espírito festivo
prolongou-se para além da competição. A banda de rock eslovena Siddharta animou
a chegada e as bermas da estrada encheram-se de adeptos a apoiar tanto
profissionais como amadores.
Um futuro
em construção
Com a estreia concluída com
sucesso, os organizadores já pensam na continuidade do projeto. “Gostaríamos de
o tornar num evento tradicional”, confirmou Ribič. “Queremos que o Tadej se
sinta descontraído, que não seja uma corrida de contrarrelógio ou algo centrado
em métricas de desempenho. Trata-se de uma celebração do ciclismo, tanto para
os adeptos como para os ciclistas.”
O Desafio Pogi encerrou uma
temporada histórica para Pogacar: o esloveno tornou-se o primeiro ciclista a
terminar no pódio de todos os cinco monumentos no mesmo ano, defendendo ao
mesmo tempo os títulos de campeão do mundo e de vencedor da Volta a França.
Mas para os organizadores, o
sucesso da iniciativa transcende as vitórias do campeão. “Este evento é sobre a
ligação entre o ciclismo e as pessoas. Queremos construir algo duradouro,
significativo e aberto a todos. E isso começa aqui, em Komenda”, concluiu
Ribič.
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