O
selecionador nacional, José Poeira, visitou durante esta semana a região
inglesa de Yorkshire, avaliando no terreno os percursos das provas de fundo e
de contrarrelógio do Campeonato Mundial de Estrada, que vai disputar-se entre
21 e 29 de setembro. O diretor para a área das Seleções Nacionais, Sérgio
Sousa, também acompanhou a visita, dado que a mesma permitiu avaliar hipóteses
de alojamento para a Equipa Portugal.
Os
mundiais de setembro, a disputar numa região de grande paixão pela modalidade,
ficarão marcados pelas condições especiais de Yorkshire em termos orográficos e
meteorológicos, sendo de prever que a tipologia das estradas também seja um
ponto a ter em conta na definição das táticas e no desenrolar das corridas.
José
Poeira considera a visita desta semana muito produtiva para o trabalho tendo em
vista a competição de setembro. “Ter vindo aqui permitiu descobrir pormenores
que, olhando apenas para os gráficos, passariam despercebidos. Globalmente, não
desgosto dos percursos. Apesar de não serem dos mais adequados dos últimos anos
às caraterísticas dos nossos ciclistas, apresentam condições para que tentemos
bater-nos por bons resultados”, avança o selecionador nacional.
A
corrida mais esperada do programa, a prova de fundo para elite, vai realizar-se
no dia 29 de setembro, unindo Leeds à cidade-sede do Mundial Harrogate. Será
uma corrida com 285 quilómetros, com cerca de 190 a disputar em linha e os
restantes distribuídos por sete voltas ao circuito urbano de Harrogate. São
duas corridas distintas dentro da mesma aquilo que se prevê possa vir a ser
proporcionado pela fase inicial e pelo circuito.
“Durante
cerca de 100 quilómetros, a partir do quilómetro 60 de prova, os corredores vão
andar por estradas muito sinuosas, com subidas íngremes, curvas e viragens
muito técnicas. É necessário estar sempre bem colocado, havendo tensão
constante, o que vai aumentar o stress competitivo e provocar um desgaste muito
grande, antes mesmo do circuito final”, antecipa José Poeira.
Quanto
ao circuito final, comum a todas as provas de fundo, o selecionador nacional
entende que é “essencialmente urbano. As maiores dificuldades serão técnicas,
devido às curvas, viragens e descidas exigentes. Tem também alguns topos.
Acabará por ser duro porque os corredores vão ali chegar com quase 200
quilómetros e cada metro que se perca para a roda da frente numa curva ou
viragem custa muito a recuperar”.
O
contrarrelógio de elite terá 54 quilómetros e vai disputar-se no dia 25 de
setembro, entre Northallerton e Harrogate. “É um contrarrelógio que abre mais a
possibilidade de bons resultados aos corredores possantes que tiveram a vida
mais dificultada nos mundiais de Bergen e de Innsbruck. No entanto, acredito
que teremos possibilidade de fazer um bom resultado, especialmente com o Nelson
Oliveira. A prova vai obrigar a uma criteriosa escolha dos andamentos a
utilizar, porque exige muitas mudanças de ritmo, devido às subidas, mas também
às estradas estreitas e sinuosas”, avalia José Poeira.
O
selecionador nacional alerta para outra situação que terá de ser levada em
conta, tanto nos contrarrelógios como nas provas de fundo: “Aquela é uma região
muito marcada pelos ventos cruzados e as corridas passam zonas completamente
desabrigadas. Isto irá endurecer os contrarrelógios e pode provocar cortes no
pelotão nas provas de fundo”.
Fonte:
FPC
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