Por:
Ana Paula Marques
Ainda
com o caso Chris Froome na ordem do dia, André Cardoso quebrou o silêncio sobre
em que situação se encontra o seu caso de doping, sensivelmente um ano depois
de ter sido impedido de se estrear no Tour, precisamente por ter tido um
controlo positivo a EPO. Só que a amostra B revelou um resultado diferente da
A, inconclusiva, ou seja, não se comprovou o uso de substância dopante.
Segundo
o regulamento da Agência Mundial Anti-Dopagem (AMA), quando a amostra B é
negativa, ela sobrepõe-se à amostra A, resultando na ilibação do ciclista. Mas
não foi isso que aconteceu, pois o laboratório que realizou a análise
classificou-a como "descoberta atípica", levando a que tanto a UCI,
como a AMA, insistam na suspensão do ciclista português, que tenta provar a
todo o custo a sua inocência, levando o caso a arrastar-se de tribunal em
tribunal.
Em
declarações ao Velonews, André Cardoso, então ciclista da Trek, confessou-se desiludido pelo arrastar do
caso, que o impediu de continuar a carreira no pelotão mundial, sendo agora
guia turístico em Portugal. "Sinto que agora não é sobre doping, é sobre
política. A UCI sabe que não sou uma estrela, que não sou um milionário. Não
tenho dinheiro para lutar com eles. Não querem admitir o erro do laboratório,
porque simplesmente é mais fácil colocarem-me fora do desporto", disse.
O
ciclista pode pois avançar com o processo para outras instâncias, mas esbarra,
segundo ele, nos elevados custos.
"Eu não tenho dinheiro para levar o caso ao TAS [Tribunal Arbitral
do Desporto]. Já coloquei tudo nesse caso. No momento em que vi a UCI avançar
contra mim, com cinco especialistas e um grande advogado, achei logo que era um
mau sinal."
Fonte:
Record on-line
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