quinta-feira, 6 de novembro de 2025

“Vasco Vilaça e as águas do Sena em Paris'2024: «Nunca passei tão mal»”


Triatleta português ficou doente devido à poluição do rio da capital francesa

 

Por: Lusa

Foto: World Triathlon

Vasco Vilaça sentiu-se aliviado quando subiu ao pódio do Mundial de triatlo, por não ter falhado "no fim", com o seu terceiro lugar a coroar "longos nove meses sob pressão".

Quase três semanas depois de ter acabado o Campeonato do Mundo em terceiro, o triatleta português de 25 anos já absorveu o momento, revelando agora à agência Lusa que a sua "nunca foi exatamente uma medalha segura".

Em Wollongong, na Austrália, Vilaça entrou mal na natação, teve de trabalhar "muito no ciclismo para tentar chegar mais perto da frente" e, na corrida, a sua especialidade, conseguiu recuperar, garantindo o bronze após uma prova em que "foi tudo a acontecer até à última hora" e teve a ajuda dos compatriotas Ricardo Batista e Miguel Tiago Silva.

Enquanto disputava a finalíssima, na qual foi quinto, o luso ia tentando controlar os seus adversários na luta pelo pódio no Mundial, conquistado pelo australiano Matthew Hauser, com 4.250 pontos.

"Não tentei fazer muitas contas, porque acho que é mais importante focar-me em ter a melhor prova possível, porque quando começo a pensar, a fazer contas, [a ver] onde é que está quem, estou a perder energia que podia usar", explicou.

Assim, revela, só depois de passar a meta, é que soube que o bronze era seu - somou 3.690,12 pontos, ficando perto do segundo classificado, o brasileiro Miguel Hidalgo (3.769,95).

Instado a eleger entre o pódio do Mundial e o quinto lugar nos Jogos Olímpicos Paris'2024, Vilaça hesita: "Boa pergunta. São momentos diferentes, porque este pódio acaba por ser uma época inteira sob bastante pressão. Os Jogos Olímpicos é um momento de bastante pressão, mas diria mais curto".

"O Campeonato do Mundo, como é feito em oito etapas durante o ano, foi desde fevereiro até outubro sob pressão. A partir do momento em que fiz terceiro logo na primeira prova, [tinha pressão] para manter-me e fazer pódio, atrás de pódio, contar os pontos que os outros estavam a fazer, [escolher] que provas é que vamos fazer", recordou.

O triatleta nacional iniciou o Mundial com um terceiro lugar em Abu Dhabi e, depois, foi segundo nas etapas de Yokohama, Hamburgo e Riviera Francesa.

"Foram uns longos nove meses sob pressão e, de certa forma, o alívio de que não falhei no fim. Já tinha feito isso [falhado] noutras épocas. Não é não aguentar a pressão na última prova, mas são muitas provas, são muitas viagens, muito treino e o corpo já está fraco, e eram doenças ou lesões. [Por] conseguir ir até o fim, com a ajuda ainda por cima destes colegas com quem cresci tanto tempo, acho que senti uma felicidade incrível no pódio", descreveu.

No entanto, "em termos emocionais", o quinto lugar em Paris'2024, onde fez uma prova de trás para a frente, tal como Ricardo Batista, que foi sexto, "foi mais forte".

"Foi um momento tão novo, tantas coisas a acontecerem, não só o meu resultado, mas também o de Ricardo... mas acabei a prova e ainda tínhamos uma prova de estafetas a seguir. Ou seja, não tive aquele alívio, aquele momento para saborear, como tive agora", pontuou.

Da capital francesa trouxe dois diplomas olímpicos - participou na estafeta mista que também foi quinta - e recordações menos boas, depois de ter ficado doente devido à poluição das águas do Sena, onde decorreram os segmentos de natação.

"Não quero voltar a nadar naquela água, de certeza absoluta. Sei que foi investido muito dinheiro supostamente para limpar a água, mas nunca passei tão mal como passei, doente depois da prova de estafetas. Felizmente, foi depois das provas, mas passei umas boas duas semanas doente em casa, até tive que cancelar o voo de volta de Paris, que mal conseguia levantar-me da cama, foi horroroso", revelou.

Esse percalço não o deixou "saborear tudo o que foram os Jogos Olímpicos". "Não tive aquele espaço para absorver o momento, porque estava a passar um momento tão mau e, de certa forma, faltou-me isso ali nos Jogos", admitiu.

Fonte: Record on-line

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