Há histórias que transcendem o desporto. Histórias que inspiram e lembram o verdadeiro significado de resiliência. A de Pedro Cardoso é uma dessas histórias uma jornada de 15 anos a lutar contra o cancro, que encontrou no triatlo não apenas um desporto, mas uma razão para continuar a acreditar que, como o próprio diz, “anything is possible”.
Tudo começou há 15 anos,
quando Pedro, por iniciativa própria, procurou um estomatologista devido a uma
lesão na gengiva. Durante meses, foi-lhe dito que não seria nada de especial.
Até ao momento em que uma segunda opinião e uma biópsia confirmaram o diagnóstico
de neoplasia.
“Ficamos
sem chão e marca para sempre a nossa vida. Jamais esquecemos o momento!”,
recorda.
“O foco foi na resolução do
problema e procurar reunir todas as forças e armas para superar esta fase.
Começava uma maratona, com muitos altos e baixos, rodeado sempre de medos e
muito desconhecimento sobre o futuro.”
A partir daí, Pedro iniciou
uma luta que viria a definir toda a sua vida uma batalha física, emocional e
mental.
Após uma grande cirurgia, 30
sessões de radioterapia, 2 de quimioterapia e uma perda de 20 quilos, Pedro
estava debilitado. Tentou regressar à bicicleta, mas as sensações foram más e,
em consulta, ouviu o que seria um dos momentos mais duros da sua vida.
“Foi-me dito que talvez umas
caminhadas à beira-rio fossem o limite da atividade física. Nesse momento
pensei de facto que a invalidez parecia ter chegado aos 35 anos. Logo após essa
primeira reação, não aceitei esta sentença para a vida! Nesse mesmo dia disse
que ia provar que eles estavam enganados.”
Foi esse compromisso consigo
próprio que marcou o início da sua verdadeira “guerra contra o cancro”.
O triatlo
como renascimento
O triatlo chegou por fases.
Pedro já praticava ciclismo, mas a admiração pela modalidade e o exemplo de
Vanessa Fernandes acenderam uma nova chama. Voltou a pedalar, começou a correr
com dificuldade e, mais tarde, decidiu aprender a nadar novamente.
“Foi um processo muito lento
devido a longos períodos em que o vigor e as sequelas da doença não me
permitiam fazer desporto. A única coisa que sabia é que não ia desistir. Um dos
momentos marcantes foi quando pude voltar a nadar sem limitações. Parecia uma
criança no recreio.”
Aos
poucos, o desporto tornou-se mais do que reabilitação: tornou-se cura
emocional.
“Sem dúvida que o desporto
salva vidas. O triatlo levou-me a patamares muito para além da minha zona de
conforto. A mente humana é capaz de coisas fantásticas. É importante querer,
acreditar e nunca desistir, mesmo nos momentos mais difíceis!”
Orgulhoso
por estar há mais de uma década federado na modalidade, Pedro sublinha que o
triatlo é um símbolo de resiliência.
“Os 10 anos significam um
marco face às adversidades que a doença me trouxe. A paixão pelo triatlo
permanece inalterada desde o primeiro momento. Aproveito para fazer um convite
a todos os aficionados para fazerem parte desta família cada vez maior e mais
forte.”
Uma
mensagem de esperança
Hoje, Pedro dedica-se também a
inspirar outros através do projeto Anything is Possible, onde partilha a sua
história e promove o valor do desporto como força transformadora.
“O cancro podia ter sido uma
sentença, mas o desporto foi o meu aliado. Mesmo em contextos difíceis, é
possível evoluir e acreditar sem desistir. A mensagem é para serem ativos,
lutar, acreditar, nunca desistir porque anything is possible!”
Pedro Cardoso é, hoje, mais do
que um triatleta. É um exemplo de coragem, determinação e amor pela vida.
A sua história é um testemunho
vivo de que, mesmo quando tudo parece perdido, o espírito humano e o triatlo
podem reacender a esperança.
“Quero passar esta mensagem de
esperança e acreditar que é possível, mesmo no meio do caos.”
Fonte: Federação Triatlo
Portugal

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