Ciclista australiano foi o vencedor da terceira etapa da Volta a França.
O infortúnio da Lotto Soudal
acabou em Sisteron, com Caleb Ewan a esgueirar-se entre os ‘sprinters’ para
demonstrar que as pernas contam mais do que a equipa, ao vencer a terceira
etapa da Volta a França em bicicleta.
Reduzida a seis elementos
antes mesmo do início da segunda tirada do Tour, após o abandono do belga Philippe
Gilbert, com uma fratura de rótula, e a exclusão do alemão John Degenkolb
(chegou fora de controlo na primeira etapa na sequência de uma queda), que
seria o lançador do pequeno australiano, a equipa belga voltou hoje a sorrir
graças ao ‘sprint’ inteligente de Ewan, que descobriu um espaço entre os homens
que seguiam lançados na frente e ‘roubou’ o triunfo certo ao irlandês Sam
Bennett (Deceuninck-QuickStep) sobre a meta.
“No último quilómetro, estava demasiado na
frente, então recuei para ficar na roda, o que me deu tempo para descansar as
pernas um pouco antes do último esforço. Descobri o meu caminho entre as rodas
– vir de trás é um pouco arriscado –, encontrei espaço ao longo das barreiras,
apareci com muita velocidade e resultou”, descreveu o ciclista de 26 anos, que
se impôs com o tempo de 05:17.42 horas, diante de Bennett e do campeão europeu,
o italiano Giacomo Nizzolo (NTT), que foi terceiro.
Tão importante como ganhar
numa das raras chegadas ao ‘sprint’ da 107.ª edição da ‘Grande Boucle’, foi,
segundo Ewan, provar que as três etapas conquistadas no ano passado, inclusive
a última em plenos Campos Elísios, não foram “um mero acaso”.
Antes da chegada vitoriosa do
homem da Lotto Soudal a Sisteron, o protagonismo da jornada de 198 quilómetros,
com partida em Nice, coube a um trio, composto por Anthony Perez (Cofidis),
Benoît Cosnefroy (AG2R-La Mondiale) e Jérôme Cousin (Total Direct Energie), que
saltou para a frente de corrida logo no primeiro quilómetro, apostado em
amealhar pontos nas três contagens de montanha de terceira categoria e uma de
quarta do dia.
Empatados na classificação da
montanha, Cosnefroy, ao ataque pelo terceiro dia consecutivo, e Perez travaram
uma batalha pelos pontos, com o segundo a assumir-se como ‘dono’ virtual da
camisola às bolinhas vermelhas até que uma queda o afastou do Tour – o francês
furou e, de seguida, embateu num carro da Cofidis, abandonando a prova com uma
clavícula partida.
Alheio a essa disputa, Jérôme
Cousin isolou-se na frente ao quilómetro 71, ambicionando repetir o feito
alcançado há dois anos no Paris-Nice, quando fugiu para a vitória em Sisteron.
O ciclista, que passou a quarentena imposta pela covid-19 em Loulé (entre março
e finais de junho), ao lado da sua namorada inglesa que reside naquela cidade,
e ocupou o tempo livre a ajudar um vizinho em trabalhos de demolição, reviveu
aqueles meses, empreendendo uma aventura em solitário, semelhante à que viveu
por cá.
Se em Portugal, Cousin
percorreu 1.152 quilómetros, numa versão cicloturista, ao lado da namorada,
para conhecer o país, andou fugido ao pelotão, liderado por uma
Deceuninck-QuickStep permissiva, até aos 16 quilómetros finais, momento em que
os ‘comboios’ dos homens velozes se começaram a perfilar, desenhando um
‘sprint’ que culminou com o triunfo de Ewan.
No pelotão, com o mesmo tempo
do vencedor, chegou o camisola amarela Julian Alaphilippe
(Deceuninck-QuickStep), assim como todos os candidatos à geral final ou o
português Nelson Oliveira (Movistar), 47.ª na etapa e agora 61.º na geral, a
08.56 minutos do líder.
Assim, o francês irá partiu
para a difícil quarta etapa, uma ligação de 160,5 quilómetros entre Sisteron e
Orcières-Merlette, onde está instalada uma contagem de primeira categoria,
coincidente com a primeira de quatro chegadas em alto, com quatro segundos de
vantagem sobre o britânico Adam Yates (Mitchelton-Scott) e sete sobre o suíço
Marc Hirschi (Sunweb), respetivamente segundo e terceiro na geral individual.
Fonte: Sapo on-line
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