Presidente da Associação de Municípios Cova da Beira projeta 6.ª edição da prova, que pode internacionalizar-se em 2025
Por: Ana Paula Marques e André
Antunes Pereira
Foto: João Fonseca
Photographer
RECORD - O ano passado já se
falou na possibilidade de a prova ser internacional, ir a Espanha. Este ano
voltou a falar desta possibilidade. Será em 2025?
RUI VENTURA – Estamos a
trabalhar no assunto, como disse esta Associação de Municípios trabalha há mais
de 20 anos a cooperação transfronteiriça e já transmitimos à Federação
Portuguesa de Ciclismo este nosso interesse de trabalhar um GRANDE PREMIO
INTERNACIONAL com a Real Federação Espanhola de Ciclismo por forma a termos na
estrada um GP Ibérico com etapas em Espanha, em Portugal, sobretudo na região
das Beiras e Serra da Estrela e Castilla y Leon. Isso obriga a uma logística e
a uma coordenação ímpar de articulação entre duas federações, policiamento e restante
logística. Ao captarmos para o nosso
território uma prova internacional que junta os melhores ciclistas do pelotão
internacional, vislumbram-se oportunidades de aprofundar e divulgar no contexto
nacional e europeu a região que conta com uma grande envolvência na relação
transfronteiriça com as comunidades autónomas espanholas, geograficamente
contígua, com mais de 2,5 milhões de habitantes, não só no plano desportivo,
como também no cultural, social e económico.
R - Esta internacionalização
pode também passar por captar o interesse das equipas mundiais a realizarem
estágios na região...
RV – Esse trabalho conjunto
tem de ser feito entre as duas federações de ciclismo, alguns sponsors
nacionais e internacionais, investidores, e posso dizer que estamos a trabalhar
nessa matéria. Nada estranho para nós, que lidamos com projetos Internacionais
e de cooperação transfronteiriça há mais de 20 anos, mas que obriga a que haja
um entendimento conjunto por um objetivo comum entre todas as instituições, e
claro que isso nem sempre é fácil. É preciso sermos persistentes e ter apoio
financeiro que nos permita multiplicar exponencialmente em retorno financeiro
para a região.
R - Slém do ciclismo, que
outras modalidades/eventos podem ser promovidas pela AMCB para a promoção do
turismo da região?
RV – O Turismo é um eixo
estratégico para a região e deste modo a AMCB assumiu a realização deste evento
que conjuga a prática do ciclismo e a promoção territorial, através de uma
prova de referência internacional cujo objetivo estratégico é de promover a
região sendo para isso fundamental os apoios regionais e nacionais bem como as
parcerias entretanto assumidas. Os
vários parceiros, nomeadamente os municípios, têm promovido a muito custo e por
vezes apenas com receitas próprias, eventos no seu território, com o intuito de
promoverem o que o seu município e a sua região têm de melhor. Continuo a dizer
que é bom que mantenham essa estratégia de promover o seu território, contudo,
enquanto presidente do Conselho Diretivo da AMCB entendo que, de forma conjunta
e congregando esforços de todos, podemos promover eventos que percorram o
território de todos os municípios, que tragam gente ao nosso território, e que
desfrutem das potencialidades desta região. E respondendo diretamente à sua
questão - sim, acredito que podemos promover o território, através de outras
modalidades. Esta experiência inicial das AMCB de promoção territorial, através
do ciclismo tratado cada vez mais com profissionalismo, está a dar os
"seus frutos", quero eu dizer, com resultados bastantes positivos, e
acredito que através da AMCB ou de outras entidades, com o ciclismo ou outras
modalidades, no futuro possam surgir outros eventos que agreguem os vários
Municípios, por um interesse comum, o TERRITORIO DAS BEIRAS E SERRA DA ESTRELA.
Fonte: Record on-line
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