quarta-feira, 1 de maio de 2024

“Rui Ventura e o GP Beiras e Serra da Estrela: «Queremos uma prova que dê destaque ao território»”


Presidente da Associação de Municípios Cova da Beira enaltece realização da 6.ª edição, que estará na estrada entre sexta-feira e domingo

 Por: Ana Paula Marques e André Antunes Pereira

Foto: João Fonseca Photographer

Record - Que balanço faz das cinco edições anteriores? A prova tem correspondido às expectativas?

 

RUI VENTURA – Tem vindo a crescer de ano para ano, contudo a pandemia veio obrigar-nos a suspender a mesma durante dois anos, mas isso fez com sentíssemos ainda mais a necessidade de realizar este GP Beiras e Serra da Estrela, por se tratar de uma prova com cada vez mais adeptos e por ser uma marca da região nas estradas do interior. Por outro lado, esta pausa permitiu-nos aperfeiçoar situações menos alinhadas e melhorar a estratégia organizativa. Queremos uma prova que dê destaque ao território e ao que temos de melhor, mas também queremos uma prova competitiva, que independentemente das características dos atletas, todos tenham oportunidade e possibilidade de se destacaram. Queremos uma prova que traga para as estradas a emoção e o espetáculo do ciclismo.

 

R - O que esperar da edição deste ano? Quais as principais novidades ou pontos a destacar?

 

RV - Como sabe, o território em que vivemos, devido as suas características, torna-nos mais resilientes e é um pouco essa mensagem que queremos passar também com o ciclismo. É de gente resiliente num território com potencial, mas com diferenciação de meios em relação às grandes metrópoles. E com base nessas características que desenhamos três etapas distintas para que os ciclistas com diferentes características possam dar espetáculo e criar emoção. Em três dias, creio que vai ser possível às equipas alinhar e testar estratégias à movimentação e leitura implacável dos movimentos do pelotão e aos ciclistas perceberem se estão preparados para dar espetáculo e testarem a sua resiliência inabalável e condição física. Entendemos que durante estas três etapas, estão reunidas as condições orográficas para que os ciclistas e as suas equipas possam por à prova a suas forças e estratégias, competitividade e claro fair play contribuindo para o crescimento do ciclismo na região bem como para a promoção do território... em três etapas todos vão ter oportunidade de se destacarem, vamos ter etapa dura, etapa longa e etapa mediana, num cenário idílico, que até os ciclistas vão desfrutar. São precisas provas duras e competitivas que ponham à prova a capacidade dos profissionais. Também vamos ter, durante os três dias, com o apoio da Federação Portuguesa de Ciclismo, o programa ‘Ciclismo vai à escola’ que visa potenciar o uso regular da bicicleta, junto de jovens em idade escolar. Através desta iniciativa que se associa ao GP Beiras e Serra da Estrela vamos passar a mensagem da importância da utilização da bicicleta e estilos de vida ativos e saudáveis, sensibilizar para a cidadania rodoviária e para a mobilidade ativa e incrementar a prática do ciclismo.

 

R - O ciclismo é um bom veículo para publicitar a região?

 

RV – Esta será a 6.ª edição disputada em todo o território das Beiras e Serra da Estrela e mais uma vez o objetivo principal é a promoção regional e a projeção desta região, que como devem ter constatado em edições anteriores, tem enormes potencialidades naturais e diversificado património natural, cultural e gastronómico, enquanto destino turístico sustentável, durante todo o ano, pelo que entendemos que nunca é demais reunir esforços com objetivo comum, que é passar a mensagem de um território ímpar com turismo sustentável. E vamos fazê-lo através do ciclismo.

 

R - A prova manteve os três dias, mas menos uma etapa.

 

RV – O nosso objetivo maior é promover o território através do ciclismo e pensamos que quer para os atletas quer em termos de logística as três etapas nos três dias é melhor para todos, se bem que não está descartada a situação de organizar um Grande Prémio com mais dias e como também já também referi, com Espanha. Os três dias de prova com três etapas foram estrategicamente desenhadas para que a prova percorra todo o território emblemático dos 16 municípios envolvidos no evento.

 

R - Mais dias de competição é então possível, está em equação?

 

RV – Isso obriga a mais sponsors e um envolvimento maior dos patrocinadores. Pensamos que é possível, contudo obriga a uma maior envolvimento e esforço financeiro por parte dos patrocinadores bem como das autoridades governativas e da própria Federação Portuguesa de Ciclismo. Esta prova é o reflexo de empenho da equipa organizadora que quer sempre mais e melhores equipas no evento, para porem à prova as suas capacidades e darem espetáculo neste território resiliente e sustentável. Este GP está a um nível bastante conceituado e por isso o nosso objetivo é trabalhar para que a prova passe para o nível superior seguinte, por forma a projetar a prova e o território para a Europa e para o mundo. A equipa organizadora está empenhada nessas tarefas e nesse desafio. Temos vindo a aprender muito com as edições anteriores e certamente que com esta edição vamos aprender ainda mais, e por isso não descartamos nunca a possibilidade de por em prova uma prova com mais dias, contudo, saliento que isso obriga a um envolvimento e uma dinâmica, que assumimos já estarmos preparados, se nos derem condições.

 

R - O que tem esta prova de diferente das outras que se disputam em Portugal? Como e porquê se diferencia?

 

RV – Desde logo a envolvência de 16 municípios que desde a primeira edição apoiam a organização com um objetivo comum - conjugar a prática do ciclismo e a promoção territorial.  Por outro lado, a "parceria chave" constituída por várias instituições nomeadamente pela AMCB, ENERAREA, TURISMO DO CENTRO e CIM Beiras e Serra da Estrela que tem contribuído para um melhor planeamento na realização do evento bem como na promoção turística da região. Esta cooperação entre entidades tem-se traduzido num bom espírito de entendimento e estamos em crer que poderá ser considerado como motivador ao investimento bem como um maior envolvimento da comunidade. E salientar o que tenho referido, que é o custo sustentável da prova, ou seja, com um euro apenas por cidadão, conseguimos promover a prova, o ciclismo, e o que a região tem de melhor.

Fonte: Record on-line

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