Presidente da Associação de Municípios Cova da Beira enaltece realização da 6.ª edição, que estará na estrada entre sexta-feira e domingo
Por: Ana Paula Marques e André Antunes Pereira
Foto: João Fonseca
Photographer
Record - Que balanço faz das
cinco edições anteriores? A prova tem correspondido às expectativas?
RUI VENTURA – Tem vindo a
crescer de ano para ano, contudo a pandemia veio obrigar-nos a suspender a
mesma durante dois anos, mas isso fez com sentíssemos ainda mais a necessidade
de realizar este GP Beiras e Serra da Estrela, por se tratar de uma prova com
cada vez mais adeptos e por ser uma marca da região nas estradas do interior.
Por outro lado, esta pausa permitiu-nos aperfeiçoar situações menos alinhadas e
melhorar a estratégia organizativa. Queremos uma prova que dê destaque ao
território e ao que temos de melhor, mas também queremos uma prova competitiva,
que independentemente das características dos atletas, todos tenham
oportunidade e possibilidade de se destacaram. Queremos uma prova que traga
para as estradas a emoção e o espetáculo do ciclismo.
R - O que esperar da edição
deste ano? Quais as principais novidades ou pontos a destacar?
RV - Como sabe, o território
em que vivemos, devido as suas características, torna-nos mais resilientes e é
um pouco essa mensagem que queremos passar também com o ciclismo. É de gente
resiliente num território com potencial, mas com diferenciação de meios em
relação às grandes metrópoles. E com base nessas características que desenhamos
três etapas distintas para que os ciclistas com diferentes características
possam dar espetáculo e criar emoção. Em três dias, creio que vai ser possível às
equipas alinhar e testar estratégias à movimentação e leitura implacável dos
movimentos do pelotão e aos ciclistas perceberem se estão preparados para dar
espetáculo e testarem a sua resiliência inabalável e condição física.
Entendemos que durante estas três etapas, estão reunidas as condições
orográficas para que os ciclistas e as suas equipas possam por à prova a suas
forças e estratégias, competitividade e claro fair play contribuindo para o
crescimento do ciclismo na região bem como para a promoção do território... em
três etapas todos vão ter oportunidade de se destacarem, vamos ter etapa dura,
etapa longa e etapa mediana, num cenário idílico, que até os ciclistas vão
desfrutar. São precisas provas duras e competitivas que ponham à prova a
capacidade dos profissionais. Também vamos ter, durante os três dias, com o
apoio da Federação Portuguesa de Ciclismo, o programa ‘Ciclismo vai à escola’
que visa potenciar o uso regular da bicicleta, junto de jovens em idade
escolar. Através desta iniciativa que se associa ao GP Beiras e Serra da
Estrela vamos passar a mensagem da importância da utilização da bicicleta e
estilos de vida ativos e saudáveis, sensibilizar para a cidadania rodoviária e
para a mobilidade ativa e incrementar a prática do ciclismo.
R - O ciclismo é um bom
veículo para publicitar a região?
RV – Esta será a 6.ª edição
disputada em todo o território das Beiras e Serra da Estrela e mais uma vez o
objetivo principal é a promoção regional e a projeção desta região, que como
devem ter constatado em edições anteriores, tem enormes potencialidades
naturais e diversificado património natural, cultural e gastronómico, enquanto
destino turístico sustentável, durante todo o ano, pelo que entendemos que
nunca é demais reunir esforços com objetivo comum, que é passar a mensagem de
um território ímpar com turismo sustentável. E vamos fazê-lo através do
ciclismo.
R - A prova manteve os três
dias, mas menos uma etapa.
RV – O nosso objetivo maior é
promover o território através do ciclismo e pensamos que quer para os atletas
quer em termos de logística as três etapas nos três dias é melhor para todos,
se bem que não está descartada a situação de organizar um Grande Prémio com
mais dias e como também já também referi, com Espanha. Os três dias de prova
com três etapas foram estrategicamente desenhadas para que a prova percorra
todo o território emblemático dos 16 municípios envolvidos no evento.
R - Mais dias de competição é
então possível, está em equação?
RV – Isso obriga a mais
sponsors e um envolvimento maior dos patrocinadores. Pensamos que é possível,
contudo obriga a uma maior envolvimento e esforço financeiro por parte dos
patrocinadores bem como das autoridades governativas e da própria Federação
Portuguesa de Ciclismo. Esta prova é o reflexo de empenho da equipa
organizadora que quer sempre mais e melhores equipas no evento, para porem à
prova as suas capacidades e darem espetáculo neste território resiliente e
sustentável. Este GP está a um nível bastante conceituado e por isso o nosso
objetivo é trabalhar para que a prova passe para o nível superior seguinte, por
forma a projetar a prova e o território para a Europa e para o mundo. A equipa
organizadora está empenhada nessas tarefas e nesse desafio. Temos vindo a
aprender muito com as edições anteriores e certamente que com esta edição vamos
aprender ainda mais, e por isso não descartamos nunca a possibilidade de por em
prova uma prova com mais dias, contudo, saliento que isso obriga a um
envolvimento e uma dinâmica, que assumimos já estarmos preparados, se nos derem
condições.
R - O que tem esta prova de
diferente das outras que se disputam em Portugal? Como e porquê se diferencia?
RV – Desde logo a envolvência
de 16 municípios que desde a primeira edição apoiam a organização com um
objetivo comum - conjugar a prática do ciclismo e a promoção territorial. Por outro lado, a "parceria chave"
constituída por várias instituições nomeadamente pela AMCB, ENERAREA, TURISMO
DO CENTRO e CIM Beiras e Serra da Estrela que tem contribuído para um melhor
planeamento na realização do evento bem como na promoção turística da região.
Esta cooperação entre entidades tem-se traduzido num bom espírito de
entendimento e estamos em crer que poderá ser considerado como motivador ao
investimento bem como um maior envolvimento da comunidade. E salientar o que
tenho referido, que é o custo sustentável da prova, ou seja, com um euro apenas
por cidadão, conseguimos promover a prova, o ciclismo, e o que a região tem de
melhor.
Fonte: Record on-line
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