sexta-feira, 8 de agosto de 2025

“Triatlo João Pereira: “Continuo a competir, só que do outro lado da meta”


Após duas décadas a viver o triatlo ao mais alto nível, João Pereira troca o dorsal pelo cronómetro e começa uma nova etapa como treinador. Uma transição natural, mas carregada de intenção, paixão e uma missão clara: ajudar cada pessoa a acreditar que é capaz.

João Pereira é um nome incontornável do triatlo português. Atleta olímpico, competidor nato, colecionador de experiências e aprendizagens. Durante 20 anos, dedicou-se de corpo e alma a um desporto que o escolheu quase por acaso, mas que rapidamente se tornou a sua casa.

Hoje, João vive outro desafio: o de ser treinador. E não é apenas mais um treinador. Ao lado de Miguel Arraiolos, companheiro de percurso e agora sócio, lançou uma assessoria de treino: “Foi um processo giro e natural. Sempre quis criar algo mais do que planos de treino. Queria ajudar pessoas a conquistar os seus objetivos, com planos adaptados à sua realidade.”

A ideia nasceu quase por acaso, como o triatlo, mas foi amadurecendo com o tempo. Um curso na área da gestão juntou João e Miguel no mesmo projeto final e ali nasceu o embrião. “Convenci o Miguel a alinhar comigo”, conta. O que começou como um exercício académico rapidamente se tornou uma realidade profissional e uma paixão.

Na base, está uma filosofia simples: cada pessoa merece um plano de treino adaptado à sua vida. Não basta prescrever séries e distâncias. É preciso escutar, entender rotinas, sonhos, limitações. “Se a individualização do treino já é crucial entre os profissionais, entre os amadores é absolutamente essencial. Cada pessoa tem o seu trabalho, o seu histórico, a sua realidade. E o plano tem de refletir isso”, explica o triatleta olímpico.

 

Do Pódio para o papel de Treinador

 

A transição de atleta para treinador podia parecer um salto para o desconhecido, mas para João, é apenas uma nova forma de viver o desporto: “Sempre me vi ligado ao movimento. O objetivo era o mesmo: ajudar pessoas, transmitir a paixão e apoiar quem quer viver melhor.”

Mesmo sem ter tido um “trabalho normal” durante toda a vida, João encontrou nesta nova carreira um caminho natural de continuidade, um espaço onde pode canalizar tudo o que viveu: os erros, as vitórias, as dúvidas e certezas.

Hoje, acompanha atletas de todos os níveis: desde jovens promessas do alto rendimento até quem apenas procura reencontrar-se com o bem-estar. E fá-lo com o mesmo rigor, foco e paixão que levava para cada prova: “Já passámos por quase tudo. Temos uma base de dados real: vivências, erros, acertos. E isso dá-nos um arsenal enorme para ajudar em todas as fases do processo.”

João Pereira acredita que ser treinador é muito mais do que enviar planos de treino. É estar presente: ouvir, inspirar, motivar. Ser conselheiro e cúmplice. E acima de tudo, fazer com que cada atleta, independentemente do seu nível, se sinta valorizado e apoiado. “Costumo dizer que é aquela ajuda que procuras quando já tentaste tudo, mas falta-te aquele empurrão para voltares a acreditar que és capaz”, dispara.

Ao seu lado, está uma equipa multidisciplinar: fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, massagistas. A missão? Criar uma rede sólida de apoio que responda às necessidades reais de quem treina. Tudo com o mesmo nível de exigência que marcou a carreira de João.

 

Ainda com o Coração na Competição

 

Apesar de estar profundamente realizado com esta nova etapa, João Pereira ainda não fechou a porta à competição, mas a missão está a ser mais complicada do que poderia ter imaginado: “Sempre achei que ia conseguir conciliar Apulso e treino de alto rendimento, mas na prática é difícil.”

Entre consultas, avaliações, reuniões e feedbacks personalizados, sobra pouco tempo para os treinos exigentes a que se habituou. Mas a chama não se apagou. Pelo contrário: reacende-se cada vez que vê os seus atletas superarem-se. “Hoje, vibro com os resultados deles como se fossem meus. Sinto que continuo a competir, só que do outro lado da meta.”

Para João Pereira, um bom treinador é aquele que não impõe, inspira. Que não apenas orienta, mas acredita. Que respeita o tempo e as limitações do atleta, mas desafia-o a superá-las com confiança: “Um excelente treinador é como um excelente atleta: só descansa quando sente que o trabalho está feito.”

Seja na pista, na estrada ou no ginásio, João está lá. Agora, não com o fato de competição, mas com um caderno de notas e um olhar atento. A missão mudou, mas a paixão é a mesma.

Fonte: Federação Triatlo Portugal

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