quarta-feira, 9 de julho de 2025

“Antevisão da 6ª etapa da Volta a França 2025: Esperam-se ataques num dia com perfil montanhoso e explosivo”


Por: Carlos Silva

Em parceria com: https://ciclismoatual.com

Tadej Pogacar assumiu a liderança da corrida, numa altura em que entramos numa nova fase da Volta a França 2025. A sexta etapa promete ser um dia traiçoeiro, com a meta instalada no topo de uma colina em Vire. A chegada em subida, curta, mas íngreme, poderá expor novas diferenças entre os candidatos à geral, num final que favorece trepadores explosivos e puncheurs.

 

Antevisão da 6ª etapa

 

O terceiro final em ligeira subida da primeira semana, agora na Normandia. É mais uma etapa de mais de 200 quilómetros, com um sprint intermédio inicial que poderá resultar em muitos ataques desde o quilometro zero para constituir a fuga do dia. Mais à frente alguns ciclistas da geral e os especialistas em clássicas, podem querer lutar para o sucesso no final do dia.


Depois do rompe pernas constante o pelotão entrará na fase final da etapa: a 11,5 quilómetros do final, há uma rampa de 750 metros a 9% abre as hostilidades. As equipas continuarão a lutar pelo posicionamento na frente do pelotão até ao início da subida seguinte (1,2 quilómetros a 7,2%, a 4 quilómetros do final), onde poderemos assistir a alguns ataques perigosos...


Depois temos uma descida muito rápida e uma zona plana até aos últimos 700 metros onde apanharão uma subida até à meta a 10%, onde poderemos ver puncheurs, homens da geral ou das clássicas a tentar levar a vitória no dia.

 

Condições climatéricas

 

Algum vento de nordeste. Deveremos ter ventos cruzados na primeira hora de corrida, seguidos de algum vento de costas. Nos últimos 30 quilómetros do dia, teremos sobretudo vento de frente.

 

Os Favoritos

 

Mathieu van der Poel – No papel, esta é outra etapa perfeitamente adequada ao holandês. Ainda que a rampa íngreme nos metros finais favoreça mais Pogacar, especialmente tendo em conta o que vimos na etapa 4, van der Poel continua a ser um candidato sério. A Alpecin-Deceuninck é a equipa com mais razões para assumir a perseguição, e com a presença de Silvan Dillier, certamente estará disposta a fazê-lo. Por outro lado, van der Poel já venceu uma etapa e vestiu a Camisola Amarela durante algum tempo. Não seria surpreendente vê-lo tentar integrar uma fuga, sobretudo se outros ciclistas fortes também o fizerem. Nesse cenário, a etapa poderá muito bem decidir-se na frente, pois será um dia complicado para controlar, e dificilmente outra equipa assumirá esse esforço.


Tadej Pogacar – A UAE Team Emirates - XRG tem agora a liderança da corrida, mas quererá realmente mantê-la neste momento? Muitas vezes, sim, porque é algo importante para o patrocinador, o que poderá levá-los a controlar durante muitos quilómetros apenas para segurar a Camisola Amarela. No entanto, não quererão desgastar demasiado os seus homens chave, pelo que poderão deixar que se forme uma fuga. Se essa fuga não for particularmente forte, então terão motivos para colaborar com a Alpecin na perseguição, uma vez que Pogacar será, muito provavelmente, o mais forte neste tipo de final. A rampa até à meta é explosiva, ideal para as suas características, e mesmo tratando-se de um sprint em subida, é o tipo de esforço em que pode superar claramente van der Poel e, naturalmente, os restantes trepadores.


Luta pela liderança – Este será mais um final rápido e explosivo. O dia, no geral, apresenta dificuldades, mas é sobretudo o final que promete uma batalha intensa pela liderança. Espera-se uma luta desenfreada na penúltima subida, onde as equipas começarão a posicionar os seus líderes, e depois, num cenário semelhante, nova selecção na rampa final, com os corredores que resistirem ao desgaste. Se for o pelotão a discutir a etapa, o nível de Pogacar e van der Poel deverá ser demasiado elevado para que a vitória surja de outro lado.

Mas é claro que, neste tipo de final, teremos também à mistura nomes como Jonas Vingegaard, Remco Evenepoel, Matteo Jorgenson, Kévin Vauquelin, João Almeida, Primoz Roglic, Florian Lipowitz, Mattias Skjelmose, Oscar Onley, Enric Mas, Santiago Buitrago, Aurélien Paret-Peintre, Tobias Johannessen e Felix Gall. Todos os candidatos à classificação geral quererão terminar o dia da melhor forma possível e, acima de tudo, evitar perdas de tempo. Isso significa que procurarão estar bem posicionados nos momentos decisivos, mantendo-se sempre na frente do grupo para responder a qualquer aceleração.

Fuga? Sim, é perfeitamente possível. Trata-se de uma etapa com mais de 200 quilómetros, repleta de colinas, ondulante e com dois grandes favoritos. É verdade que, nas primeiras semanas das Grandes Voltas no ciclismo moderno, as equipas tendem por vezes a ser excessivamente conservadoras. No entanto, estamos já na sexta etapa e é natural que comecem a surgir abordagens tácticas diferentes. Os puncheurs e os ciclistas habituados às Clássicas, com perfil ideal para este tipo de terreno, sabem que não conseguem bater Pogacar num final destes, nem surpreender com um ataque tardio. Por isso, a fuga parece ser a única opção viável e cremos que a maioria das equipas já chegou a essa conclusão. Caso contrário, continuarão a desperdiçar oportunidades. É claro que se pode argumentar que nomes como Romain Grégoire ou Julian Alaphilippe podem esperar e tentar a sua sorte, dado o excelente momento de forma que têm demonstrado, mas fora isso, não há muito mais margem.

Poderemos ver a Team Visma | Lease a Bike em acção. Wout van Aert pode tentar integrar a fuga. Esta é uma jornada claramente talhada para ciclistas de clássicas: exige capacidades de subir bem, mas também um motor potente e habilidade para rolar nas zonas planas. Esses atributos podem ser determinantes numa corrida táctica, especialmente se for um pequeno grupo a discutir a vitória na frente.

Ben Healy, Neilson Powless, Alex Baudin (EF), Louis Barré (Intermarché), Lenny Martínez, Matej Mohoric (Bahrain), Axel Laurance, Sam Watson (INEOS Grenadiers), Thibau Nys, Quinn Simmons, Toms Skujins (Lidl), Quentin Pacher, Valentin Madouas (Groupama), Marc Hirschi (Tudor), Mauro Schmid, Ben O'Connor (Jayco), Pablo Castrillo, Iván Romeo (Movistar), Bastien Tronchon, Bruno Armirail (AG2R), Harold Tejada, Clément Champoussin, Simone Velasco (Astana), Michael Woods, Alexey Lutsenko (Israel), Andreas Leknessund (Uno-X), Lennert van Eetvelt e Jenno Berckmoes (Lotto) são todos homens a ter em conta.

 

Previsão 6ª etapa da Volta a França 2025:

 

*** Tadej Pogacar, Mathieu van der Poel

** Mauro Schmid, Quinn Simmons, Alexey Lutsenko, Alex Baudin, Marc Hirschi

* Jonas Vingegaard, Remco Evenepoel, Kévin Vauquelin, João Almeida, Oscar Onley, Wout van Aert, Neilson Powless, Ben Healy, Axel Laurance, Quinn Simmons, Quentin Pacher, Pablo Castrillo, Bruno Armirail, Simone Velasco, Michael Woods, Jenno Berckmoes

Escolha: Mauro Schmid

Como: Primeira vitória de uma fuga.

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