Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
Tadej Pogacar assumiu a
liderança da corrida, numa altura em que entramos numa nova fase da Volta a
França 2025. A sexta etapa promete ser um dia traiçoeiro, com a meta instalada
no topo de uma colina em Vire. A chegada em subida, curta, mas íngreme, poderá
expor novas diferenças entre os candidatos à geral, num final que favorece
trepadores explosivos e puncheurs.
Antevisão
da 6ª etapa
O terceiro final em ligeira subida da primeira semana, agora na Normandia. É mais uma etapa de mais de 200 quilómetros, com um sprint intermédio inicial que poderá resultar em muitos ataques desde o quilometro zero para constituir a fuga do dia. Mais à frente alguns ciclistas da geral e os especialistas em clássicas, podem querer lutar para o sucesso no final do dia.
Depois do rompe pernas constante o pelotão entrará na fase final da etapa: a 11,5 quilómetros do final, há uma rampa de 750 metros a 9% abre as hostilidades. As equipas continuarão a lutar pelo posicionamento na frente do pelotão até ao início da subida seguinte (1,2 quilómetros a 7,2%, a 4 quilómetros do final), onde poderemos assistir a alguns ataques perigosos...
Depois temos uma descida muito
rápida e uma zona plana até aos últimos 700 metros onde apanharão uma subida
até à meta a 10%, onde poderemos ver puncheurs, homens da geral ou das
clássicas a tentar levar a vitória no dia.
Condições
climatéricas
Algum vento de nordeste.
Deveremos ter ventos cruzados na primeira hora de corrida, seguidos de algum
vento de costas. Nos últimos 30 quilómetros do dia, teremos sobretudo vento de
frente.
Os
Favoritos
Mathieu van der Poel – No papel, esta é outra etapa perfeitamente adequada ao holandês. Ainda que a rampa íngreme nos metros finais favoreça mais Pogacar, especialmente tendo em conta o que vimos na etapa 4, van der Poel continua a ser um candidato sério. A Alpecin-Deceuninck é a equipa com mais razões para assumir a perseguição, e com a presença de Silvan Dillier, certamente estará disposta a fazê-lo. Por outro lado, van der Poel já venceu uma etapa e vestiu a Camisola Amarela durante algum tempo. Não seria surpreendente vê-lo tentar integrar uma fuga, sobretudo se outros ciclistas fortes também o fizerem. Nesse cenário, a etapa poderá muito bem decidir-se na frente, pois será um dia complicado para controlar, e dificilmente outra equipa assumirá esse esforço.
Tadej Pogacar – A UAE Team Emirates - XRG tem agora a liderança da corrida, mas quererá realmente mantê-la neste momento? Muitas vezes, sim, porque é algo importante para o patrocinador, o que poderá levá-los a controlar durante muitos quilómetros apenas para segurar a Camisola Amarela. No entanto, não quererão desgastar demasiado os seus homens chave, pelo que poderão deixar que se forme uma fuga. Se essa fuga não for particularmente forte, então terão motivos para colaborar com a Alpecin na perseguição, uma vez que Pogacar será, muito provavelmente, o mais forte neste tipo de final. A rampa até à meta é explosiva, ideal para as suas características, e mesmo tratando-se de um sprint em subida, é o tipo de esforço em que pode superar claramente van der Poel e, naturalmente, os restantes trepadores.
Luta pela
liderança – Este será mais um final
rápido e explosivo. O dia, no geral, apresenta dificuldades, mas é sobretudo o
final que promete uma batalha intensa pela liderança. Espera-se uma luta
desenfreada na penúltima subida, onde as equipas começarão a posicionar os seus
líderes, e depois, num cenário semelhante, nova selecção na rampa final, com os
corredores que resistirem ao desgaste. Se for o pelotão a discutir a etapa, o
nível de Pogacar e van der Poel deverá ser demasiado elevado para que a vitória
surja de outro lado.
Mas é claro que, neste tipo de
final, teremos também à mistura nomes como Jonas Vingegaard, Remco Evenepoel, Matteo Jorgenson, Kévin Vauquelin, João
Almeida, Primoz Roglic, Florian Lipowitz, Mattias Skjelmose, Oscar Onley, Enric
Mas, Santiago Buitrago, Aurélien Paret-Peintre, Tobias Johannessen e Felix Gall.
Todos os candidatos à classificação geral quererão terminar o dia da melhor
forma possível e, acima de tudo, evitar perdas de tempo. Isso significa que
procurarão estar bem posicionados nos momentos decisivos, mantendo-se sempre na
frente do grupo para responder a qualquer aceleração.
Fuga? Sim, é perfeitamente possível. Trata-se de uma
etapa com mais de 200 quilómetros, repleta de colinas, ondulante e com dois
grandes favoritos. É verdade que, nas primeiras semanas das Grandes Voltas no
ciclismo moderno, as equipas tendem por vezes a ser excessivamente
conservadoras. No entanto, estamos já na sexta etapa e é natural que comecem a
surgir abordagens tácticas diferentes. Os puncheurs e os ciclistas habituados
às Clássicas, com perfil ideal para este tipo de terreno, sabem que não
conseguem bater Pogacar num final destes, nem surpreender com um ataque tardio.
Por isso, a fuga parece ser a única opção viável e cremos que a maioria das
equipas já chegou a essa conclusão. Caso contrário, continuarão a desperdiçar
oportunidades. É claro que se pode argumentar que nomes como Romain Grégoire ou
Julian Alaphilippe podem esperar e tentar a sua sorte, dado o excelente momento
de forma que têm demonstrado, mas fora isso, não há muito mais margem.
Poderemos ver a Team Visma |
Lease a Bike em acção. Wout van Aert pode tentar integrar a fuga. Esta é uma
jornada claramente talhada para ciclistas de clássicas: exige capacidades de
subir bem, mas também um motor potente e habilidade para rolar nas zonas
planas. Esses atributos podem ser determinantes numa corrida táctica,
especialmente se for um pequeno grupo a discutir a vitória na frente.
Ben Healy, Neilson Powless,
Alex Baudin (EF), Louis Barré (Intermarché), Lenny Martínez, Matej Mohoric
(Bahrain), Axel Laurance, Sam Watson (INEOS Grenadiers), Thibau Nys, Quinn
Simmons, Toms Skujins (Lidl), Quentin Pacher, Valentin Madouas (Groupama), Marc
Hirschi (Tudor), Mauro Schmid, Ben O'Connor (Jayco), Pablo Castrillo, Iván
Romeo (Movistar), Bastien Tronchon, Bruno Armirail (AG2R), Harold Tejada,
Clément Champoussin, Simone Velasco (Astana), Michael Woods, Alexey Lutsenko
(Israel), Andreas Leknessund (Uno-X), Lennert van Eetvelt e Jenno Berckmoes
(Lotto) são todos homens a ter em conta.
Previsão
6ª etapa da Volta a França 2025:
*** Tadej Pogacar, Mathieu van
der Poel
** Mauro Schmid, Quinn
Simmons, Alexey Lutsenko, Alex Baudin, Marc Hirschi
* Jonas Vingegaard, Remco
Evenepoel, Kévin Vauquelin, João Almeida, Oscar Onley, Wout van Aert, Neilson
Powless, Ben Healy, Axel Laurance, Quinn Simmons, Quentin Pacher, Pablo
Castrillo, Bruno Armirail, Simone Velasco, Michael Woods, Jenno Berckmoes
Escolha: Mauro Schmid
Como: Primeira vitória de uma
fuga.
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