Por: Carlos Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
A 20ª etapa da Volta a França 2025 será um dia montanhoso e explosivo. A luta pela liderança da classificação geral pode já estar praticamente definida, mas é provável que assistamos a alguns ataques relevantes nas subidas do dia, enquanto os especialistas em clássicas estarão à procura de conquistar uma etapa na corrida.
Antevisão
da 20ª etapa
Com chegada a Pontarlier, é expectável que a fuga do dia tenha sucesso. Esta poderá incluir vários ciclistas habituados às clássicas, alguns sprinters, trepadores ou até homens da classificação geral que queiram deixar uma última marca na corrida.
Não é habitual que a penúltima
etapa do Tour apresente este formato, mas trata-se de uma novidade interessante
por parte da organização. A subida de 12 quilómetros logo no início do dia pode
tornar-se decisiva e à sua volta há várias ascensões de perfil variado que os
ciclistas em boa forma poderão aproveitar para endurecer a corrida.
A 63 quilómetros da meta, os corredores enfrentam a Côte de Thesy, uma subida suficientemente exigente para que mesmo os principais candidatos à geral possam considerar lançar um ataque tardio com vista a alterar o desfecho da classificação. Numa etapa deste género, o componente táctico pode assumir um peso enorme, caso a luta pela geral se reacenda, apesar de em teoria, estarmos perante um cenário ideal para o sucesso de uma fuga, com ciclistas de diferentes perfis a poderem marcar presença na frente da corrida.
Mesmo que não haja
movimentações na luta pela geral, esta será ainda assim uma etapa muito
interessante, com várias subidas concentradas na última hora de corrida. O
terreno favorece roladores e especialistas em clássicas, que poderão tentar
fazer a diferença nas ondulações finais. A última subida está a apenas 10
quilómetros da meta, o que poderá servir de trampolim decisivo para quem quiser
surpreender.
Condições
meteorológicas
O pelotão terá que enfrentar muita chuva e um vento forte de norte. Isto significa que a maior parte da etapa terá vento de frente até à última subida categorizada do dia. A partir daí terão vento de costas cruzado até à meta.
Os
Favoritos
Fuga - aposta segura, mas com
muitas condicionantes - Serão poucas as dúvidas de que a vitória deverá surgir
a partir da fuga, embora o vento possa dificultar bastante a tarefa de quem
tentar marcar presença na frente da corrida. A etapa arranca em subida e com
dureza considerável. Será essencial ser, no mínimo, um bom trepador, mas a
capacidade de rolar também será determinante. Ter um sprint eficaz pode ser uma
mais valia, uma vez que os ataques de longe correrão o risco de não vingar.
Embora não seja fácil fazer
diferenças significativas nas subidas finais, há corredores que podem aspirar a
um bom resultado se conseguirem endurecer a corrida nas zonas mais inclinadas.
Isso não significa que a etapa esteja exclusivamente reservada a trepadores
puros, mas são esses os que mais provavelmente vão dinamitar a corrida nas
rampas mais exigentes, tentando aumentar as suas hipóteses de sucesso.
Outsiders da classificação geral como Ben Healy, Primoz Roglic, Ben O'Connor ou
Jordan Jegat podem perfeitamente correr riscos na frente e lutar, pelo menos,
pela vitória da etapa.
Thymen Arensman, Frank van den
Broek, Andreas Leknessund, Gregor Muhlberger, Luke Plapp, Julian Alaphilippe
são certamente homens que têm boas razões para atacar. Tim Wellens e Jhonatan Narváez poderão ter
liberdade da UAE para atacar, e caso estejam na frente da corrida, serão nomes
a considerar.
Há também um conjunto de
ciclistas que, em teoria, poderão jogar as suas cartas ao sprint. Isto não
significa que vão adoptar uma abordagem conservadora, até porque numa etapa com
este perfil não há margem para passividade. No entanto, se um grupo reduzido
chegar compacto aos quilómetros finais, são estes nomes que podem emergir como
favoritos à vitória. Naturalmente, Wout van Aert enquadra-se neste perfil,
embora não se deva assumir que irá apostar tudo num sprint, especialmente tendo
em conta a forma como tem abordado algumas corridas esta temporada. Entre os
sprinters que podem sobreviver a este tipo de terreno, destacam-se Kaden Groves
e Arnaud De Lie, enquanto puncheurs como Axel Laurance, Alex Aranburu e Simone
Velasco também possuem características ideais para brilhar num final explosivo
como este.
E, pelo meio, há uma dúzia de
ciclistas que são especialistas em clássicas e rouleurs brilhantes. Aqueles que
podem fazer a diferença nas subidas, como Quinn Simmons, Romain Grégoire ou
Bruno Armirail, rouleurs como Victor Campenaerts e Nils Politt que estão numa
grande forma e muitos outros ciclistas de qualidade como Kasper Asgreen, Matej
Mohoric, Fred Wright, Valentin Madouas, Mauro Schmid, Iván Romeo e Raul García
Pierna.
Luta pela geral? Porque não.
Ainda há uma subida exigente no menu do dia e não há razão para Jonas
Vingegaard não tentar atacar. Ele não vai ganhar a classificação geral ficando
passivo no pelotão. É certo que a probabilidade de Tadej Pogacar ter um dia mau
é mínima, talvez uns 0,1%, mas após o desempenho de hoje, até essa ténue
esperança parece ter-se desvanecido por completo. Ainda assim, é plausível que
alguns ciclistas do top-10 tentem integrar a fuga do dia, marcando-se
mutuamente e procurando uma última oportunidade para subir posições na
geral.
Previsão
Volta a França 2025 20ª etapa
*** Quinn SImmons, Romain
Grégoire, Victor Campenaerts
** Frank van den Broek, Tim
Wellens, Bruno Armirail
* Tadej Pogacar, Ben Healy,
Ben O'Connor, Julian Alaphilippe, Luke Plapp, Jhonatan Narváez, Wout van Aert,
Matej Mohoric, Iván Romeo, Axel Laurance, Arnaud de Lie
Escolha: Quinn Simmons
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