Calor abrasador não desmotiva participantes e muita melancia refrescou os mesmos
Por: José Morais
Fotos: Arquivo Revista
Notícias do Pedal
O mês de julho encerrou com um grande evento de cicloturismo, e o concelho de Palmela foi o escolhido, onde se realizou o 35º passeio local, numa organização da Associação Desportiva Palmelense.
O Largo São João Batista foi o
local da concentração, bem cedo começaram a chegar os participantes, feitas as
confirmações, a organização tinha à disposição de todos os participantes
pequeno-almoço, constituído por sandes, sumos e café.
Um pouco antes das nove horas tudo preparado para dar início ao passeio, e antes da partida o presidente da Junta de Freguesia de Palmela, dava as boas-vindas a todos, com um agradecimento à organização, seguindo um momento alto, a celebração do 91 anos do José Rafael, onde vestiu uma camisola alusiva, ele que deixou a modalidade o ano passado, mas faz questão de marcar presença nos eventos.
Com o passeio na estrada, os participantes tinham pela frente cerca de 60 quilómetros para percorrer, com passagem por Lau, Poceirão e Fernão Pó, onde foi feita a paragem de abastecimento na Associação local, aqui, onde a melancia foi rainha, que satisfez os participantes, a mesma muito fresca saciou o forte calor que se fazia sentir, com os cicloturistas a ter ainda frutas bolos e águas à disposição.
De regresso à estrada, a caravana passou por; Bairro da Margaça. Agualva, Lagameças, Aires e a chegada a Palmela, temos de referir que o passeio, entretanto sofreu uma alteração no percurso, já que a organização por bem entendeu encurtar o passeio, motivado pelo imenso calor que se fazia sentir, que atingiu os 40º.
Com a chegada o local da partida, a organização fez algo inédito do que é habitual nestes eventos, os agradecimentos, e a entrega de lembranças, com o vereador do Município de Palmela a agradecer a presença de todos, e a enaltecer o trabalho da Associação Palmelense e do seu presidente Madail Claro.
Seguiu-se a entrega de flores
a todas as senhoras presentes, e mais uma vez inédito, foi chamado ao palco, um
elemento de cada equipa, juntando todos, e onde o vereador do Município,
entregou as lembranças alusivas do passeio.
Após as alusões ao evento e a entrega de lembranças, foi tempo de todos os participantes reconfortarem os estomago, já que havia ao dispor de todos, entremeadas e bifanas, bem como sumos e águas, para recompor do desgaste e muito calor que se fazia sentir.
Um
balanço do evento
Palmela este ano apresentou algumas novidades que não é hábito, a entrega de lembranças, porem seguiu também uma medida imposta no último ano, as inscrições antecipadas até à véspera da sua realização, onde é incluído um seguros a todos os participantes, tenham ou não o mesmo, já que é uma forma de garantir que se acontecer algo, todos possam estar abrangidos, e devidamente seguros, para depois não haver imprevistos, e ficarem prejudicados.
A segurança é sem dúvida uma
das coisas mais importantes, e apesar de muitos dizerem e terem seguro, não é a
primeira vez que esses seguros, não querem assumir as consequências, tentando
fugir às suas responsabilidades.
Isto quer dizer que a
organização acaba por ser responsável, já que a lei diz que assim o é, por isso
uma das coisas mais importantes de quando se organiza, é ter segurança, e nunca
fiar em que nada acontece, algo que a Associação Palmelense quer estar prevenida,
dando assim a segurança a todos.
E o que temos a dizer deste passeio, teve um velocidade controlada, uma organização a dar o seu melhor, antes durante e após o evento, com um abastecimento muito bom, onde referenciamos mais uma vez a melancia que refrescou todos, existiram ainda ao longo de todo o passeio mais três pontos de água, para refrescar todos, e onde enaltecemos a decisão de alterar o percurso, motivado pelo forte calor que se fez sentir, para não sacrificar que pedalava, este ano um trajeto mais plano, sem a tradicional subida livre no final.
Temos de reconhecer o trabalho
da Brigada de Trânsito da GNR feito ao longo do trajeto na segurança, e da Cruz
Vermelha que acompanhou, felizmente sem nenhuma intervenção.
Neste que foi um passeio diferente, a organização decidiu em conjunto, criar o “Mercadinho de Rua”, onde convidou artesãos, vendedores e lojistas, a exporem artesanato, legumes, frutas e doçarias, algo que acabou por ser positivo.
As
palavras de Madail Claro
Para o presidente da Associação Palmelense, este foi um passeio muito positivo, correu bem, e todos estavam satisfeitos, onde existiram algumas coisas diferentes, este ano também com a criação do Mercadinho de Rua, veio ainda valorizar mais, todos estão satisfeitos, e apesar das dificuldades cada vez de levar para a estrada passeios e bicicleta, penso que voltaremos em 2026.
Tentamos dar o nosso melhor, pensamos na segurança de todos, pensamos no calor, além do abastecimento tivemos ainda mais três pontos de água, tivemos cerca de 1200 garrafas, o calor era imenso e pensamos nisso tudo, só queremos agradecer a participação de todos, os apoios que tivemos dos nossos patrocinadores, como da Câmara Municipal e Junta de Freguesia de Palmela, o nosso obrigado a todos.
E em final de reportagem, temos de dar os parabéns pela excelente organização, da nossa parte, um grande obrigado pela maneira como nos receberam mais um ano, e as condições que tivemos para recolher os melhores momentos, ficam os votos de podermos regressar em 2026, deixando mais uma vez os parabéns e o nosso obrigado, até lá ficam os, votos de bons passeios, boas pedaladas.
E como o
cicloturismo e a bicicleta e o turismo, agora um pouco da história de Palmela
A presença do homem na região que hoje é ocupada pelo município de Palmela remonta ao Neolítico superior, onde a sua presença é bastante notada, sobretudo durante a cultura do campaniforme, e cujo testemunho nos foi deixado sob a forma do mundialmente conhecido Vaso de Palmela. Ocupada por celtas, romanos e árabes, todos encontraram neste território um lugar estratégico para se fixarem.
O período áureo de Palmela
localiza-se nos primeiros anos da Nacionalidade, quando Palmela era a chave do
território entre o Sado e o Tejo. Esta importância estratégica deve-se a aspetos
conjunturais de natureza político-religiosas relacionadas com o processo de
conquista e consolidação do Estado português, e do qual a Ordem de Santiago e
Espada, (que recebeu Palmela como doação de D. Afonso Henriques por volta de
1172), não pode ser separado. Em 1147 foi conquistada por D. Afonso Henriques,
mas perdida para os muçulmanos em 1161. Em 1165 o primeiro rei português
conquistou a vila de Sesimbra após lhe ter constado que o seu castelo se
encontrava mal guarnecido e, ao saber do sucedido, o governador de Badajoz, que
administrava o território, partiu à cabeça de um exército para recuperar a vila,
mas foi derrotado pelos portugueses na Batalha de Palmela, após a qual Palmela
rendeu-se a Afonso Henriques. A povoação recebeu foral em 1185. Em 1191,
Palmela foi novamente perdida para o Califado Almóada, só vindo a ser
recuperada por D. Sancho I em 1201.
A Ordem de Santiago marca a
sua presença na sociedade portuguesa por ser senhora de um vastíssimo
território que ia do antigo município de Riba Tejo (que engloba os atuais
municípios do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete) até Mértola, no Baixo
Alentejo. O poder administrativo da Ordem passa a estar centrado em Palmela “já
em tempos do Infante D. João, filho de D. João I”. A importância desta escolha
não se prendeu apenas com a proximidade de Palmela face a Lisboa, onde a
congregação detinha o convento de Santos, entre outros, mas também devido ao
facto de Palmela ser a maior Comenda da Ordem e às características do seu
castelo, de grandes dimensões, com capacidade de albergar o conjunto monumental
da Ordem o Convento e a Igreja. Afastados os perigos das invasões – árabe,
inicialmente, e castelhana, numa época posterior a Ordem de Santiago começa a
perder a importância e o poder que detinha. Junto com ela, Palmela deixa também
de possuir o papel de guardiã avançada, um papel desempenhado anteriormente pelas
antigas sedes da Ordem Mértola e Alcácer do Sal.
Após a extinção das Ordens
Militares e Religiosas, Palmela já não possuía qualquer tipo de importância,
nem estratégica, nem económica, nem política, a tal ponto que a Reforma
Administrativa de Mouzinho da Silveira, em 1855, extingue o seu município integrando-o
no de Setúbal, onde permanecerá até 1926. Aproveitando o movimento militar
decorrente do 28 de Maio de 1926, as elites locais pressionam a Junta Militar a
aceder à restauração do município de Palmela, facto que é consumado em Novembro
desse mesmo ano.
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