quinta-feira, 1 de julho de 2021

“Cavendish está mais perto do recorde, mas nem quer ouvir falar de Merckx: «Não digas o nome dele»”


Ciclista britânico venceu a 6.ª etapa do Tour e fica a apenas dois triunfos de alcançar o registo do belga

 

Por: Lusa

Foto: Lusa/EPA

Mark Cavendish ampliou esta quinta-feira a sua lenda na Volta a França, ao vencer em Châteauroux, precisamente o local onde conquistou, há 13 anos, a primeira das suas 32 vitórias na Grande Boucle.

O idílio de Cav com Châteauroux conheceu esta quinta-feira um novo episódio, no final da sexta etapa da 108.ª edição do Tour, com o britânico de 36 anos a celebrar o 32.ª triunfo na Volta a França, e o terceiro naquela localidade, após os de 2008 e 2011, e a ficar a apenas duas vitórias do recorde de Eddy Merckx.

"Não digas o nome dele", interrompeu prontamente o ciclista da Deceuninck-QuickStep, antes mesmo de o jornalista o questionar sobre a possibilidade de alcançar (ou bater) o eterno recorde do belga, considerado o melhor de sempre da modalidade, até Paris, onde a prova termina em 18 de julho.

Depois de vencer a quarta etapa, o transfigurado Cavendish - o ciclista da ilha de Man é hoje um homem visivelmente feliz, mais empático, humilde e emocional do que quando era o rei incontestado dos sprints no Tour (2008-2016) - repetiu a proeza diante dos mesmos adversários, o belga Jasper Philipsen (Alpecin-Fenix) e o francês Nacer Bouhanni (Arkéa-Samsic), que esta quinta-feira trocaram de lugares e foram, respetivamente, segundo e terceiro na tirada.

"Tenho a impressão de que cada vez que chegamos a Châteauroux, a linha [da meta] é diferente. Faz 10 anos que ganhei aqui a última vez, é muito especial", disse o vencedor, que cortou a meta com o tempo de 03:17.16 horas.

A etapa menos emocionante da 108.ª edição da Grande Boucle percorreu 160,6 quilómetros desde Tour, e deu a oportunidade ao campeão olímpico em título, o belga Greg van Avermaet (AG2R-Citroën), e ao alemão Roger Kluge (Lotto-Soudal) para brilharem.

Os dois demoraram a formar a fuga do dia, juntando-se apenas ao quilómetro 41, depois de muita insistência do campeoníssimo Van Avermaet, e nunca conseguiram ameaçar o pelotão, liderado alternadamente pela Alpecin-Fenix do camisola amarela Mathieu van der Poel, pela Deceuninck-QuickStep de Cavendish e, inusitadamente, pela Movistar.

O duo, que teve uma vantagem máxima de dois minutos, foi apanhado a quatro quilómetros da meta, momento em que os tubarões da velocidade assomaram à dianteira do pelotão, para uma chegada clássica ao sprint, que não provocou alterações na geral.

Van der Poel, que até trabalhou para lançar Jasper Philipsen e Tim Merlier, continua brilhantemente de amarelo, com oito segundos de vantagem sobre o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), com o belga Wout van Aert (Jumbo-Visma) a ser terceiro na geral, a 30 do holandês.

"Não penso em vencer o Tour. Estou a viver uma boa semana de amarelo, mas ainda não começámos a subir e o que falta [de percurso] não tem nada que ver com o que já percorremos", vincou o holandês de 26 anos, que se converteu no novo herói dos franceses por ser neto do mítico Raymond Poulidor, o eterno segundo do Tour.

Com a Grande Boucle a aproximar-se dos Alpes - na sexta-feira, a acidentada sétima etapa liga entre Vierzon e Le Creusot ao longo de 249,1 quilómetros, a mais longa tirada do Tour em 21 anos -, Pogacar parece cada vez mais perto da amarela, embora o esloveno, de 22 anos, vá dizendo que está muito confortável na camisola branca da juventude e que quer "desfrutar de cada dia".

"As diferenças na geral são pequenas, tenho a certeza de que os adversários me vão atacar amanhã [sexta-feira]", prognosticou Van der Poel, líder de uma classificação em que Ruben Guerreiro (EF Education-Nippo) é o melhor dos portugueses.

O jovem de Pegões Velhos, de 26 anos, é 31.º a 04.47 minutos do 'MVDP', depois desta quinta-feira ter chegado integrado no pelotão, enquanto Rui Costa (UAE Emirates) perdeu 01.51 e é 94.º da geral, a mais de 16 minutos da amarela.

Fonte: Record on-line

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