Ciclista britânico venceu a 6.ª etapa do Tour e fica a apenas dois triunfos de alcançar o registo do belga
Por: Lusa
Foto: Lusa/EPA
Mark Cavendish ampliou esta
quinta-feira a sua lenda na Volta a França, ao vencer em Châteauroux,
precisamente o local onde conquistou, há 13 anos, a primeira das suas 32
vitórias na Grande Boucle.
O idílio de Cav com
Châteauroux conheceu esta quinta-feira um novo episódio, no final da sexta
etapa da 108.ª edição do Tour, com o britânico de 36 anos a celebrar o 32.ª
triunfo na Volta a França, e o terceiro naquela localidade, após os de 2008 e
2011, e a ficar a apenas duas vitórias do recorde de Eddy Merckx.
"Não
digas o nome dele", interrompeu prontamente o ciclista da
Deceuninck-QuickStep, antes mesmo de o jornalista o questionar sobre a
possibilidade de alcançar (ou bater) o eterno recorde do belga, considerado o
melhor de sempre da modalidade, até Paris, onde a prova termina em 18 de julho.
Depois de vencer a quarta
etapa, o transfigurado Cavendish - o ciclista da ilha de Man é hoje um homem
visivelmente feliz, mais empático, humilde e emocional do que quando era o rei
incontestado dos sprints no Tour (2008-2016) - repetiu a proeza diante dos
mesmos adversários, o belga Jasper Philipsen (Alpecin-Fenix) e o francês Nacer
Bouhanni (Arkéa-Samsic), que esta quinta-feira trocaram de lugares e foram,
respetivamente, segundo e terceiro na tirada.
"Tenho
a impressão de que cada vez que chegamos a Châteauroux, a linha [da meta] é
diferente. Faz 10 anos que ganhei aqui a última vez, é muito especial",
disse o vencedor, que cortou a meta com o tempo de 03:17.16 horas.
A etapa menos emocionante da
108.ª edição da Grande Boucle percorreu 160,6 quilómetros desde Tour, e deu a
oportunidade ao campeão olímpico em título, o belga Greg van Avermaet
(AG2R-Citroën), e ao alemão Roger Kluge (Lotto-Soudal) para brilharem.
Os dois demoraram a formar a
fuga do dia, juntando-se apenas ao quilómetro 41, depois de muita insistência
do campeoníssimo Van Avermaet, e nunca conseguiram ameaçar o pelotão, liderado
alternadamente pela Alpecin-Fenix do camisola amarela Mathieu van der Poel,
pela Deceuninck-QuickStep de Cavendish e, inusitadamente, pela Movistar.
O duo, que teve uma vantagem
máxima de dois minutos, foi apanhado a quatro quilómetros da meta, momento em
que os tubarões da velocidade assomaram à dianteira do pelotão, para uma
chegada clássica ao sprint, que não provocou alterações na geral.
Van der Poel, que até
trabalhou para lançar Jasper Philipsen e Tim Merlier, continua brilhantemente
de amarelo, com oito segundos de vantagem sobre o esloveno Tadej Pogacar (UAE
Emirates), com o belga Wout van Aert (Jumbo-Visma) a ser terceiro na geral, a
30 do holandês.
"Não
penso em vencer o Tour. Estou a viver uma boa semana de amarelo, mas ainda não
começámos a subir e o que falta [de percurso] não tem nada que ver com o que já
percorremos", vincou o holandês de 26 anos, que se converteu
no novo herói dos franceses por ser neto do mítico Raymond Poulidor, o eterno
segundo do Tour.
Com a Grande Boucle a
aproximar-se dos Alpes - na sexta-feira, a acidentada sétima etapa liga entre
Vierzon e Le Creusot ao longo de 249,1 quilómetros, a mais longa tirada do Tour
em 21 anos -, Pogacar parece cada vez mais perto da amarela, embora o esloveno,
de 22 anos, vá dizendo que está muito confortável na camisola branca da
juventude e que quer "desfrutar de cada dia".
"As
diferenças na geral são pequenas, tenho a certeza de que os adversários me vão
atacar amanhã [sexta-feira]", prognosticou Van der Poel,
líder de uma classificação em que Ruben Guerreiro (EF Education-Nippo) é o
melhor dos portugueses.
O jovem de Pegões Velhos, de
26 anos, é 31.º a 04.47 minutos do 'MVDP', depois desta quinta-feira ter
chegado integrado no pelotão, enquanto Rui Costa (UAE Emirates) perdeu 01.51 e
é 94.º da geral, a mais de 16 minutos da amarela.
Fonte: Record on-line
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