Com a retirada anunciada para 15 de junho, após a derradeira etapa do Critério do Dauphiné, a corrida ‘nacional’ que escolheu para despedir-se, o corredor de 34 anos parece estar a viver uma segunda juventude nesta sua estreia em Portugal
Por: Lusa
Foto: AFP or licensors
Romain Bardet quis descobrir a
Volta ao Algarve no seu último ano no pelotão e a opção tem corrido bem ao
ciclista francês, que é quarto da geral da 51.ª edição, após surpreender no
alto da Fóia.
“É uma corrida que queria
descobrir, é uma região muito simpática. Muitas equipas querem vir cá, porque é
uma corrida bem equilibrada e queria conhecê-la”, justificou à agência Lusa.
Com a retirada anunciada para
15 de junho, após a derradeira etapa do Critério do Dauphiné, a corrida
‘nacional’ que escolheu para despedir-se, o corredor de 34 anos parece estar a
viver uma segunda juventude nesta sua estreia em Portugal.
“É a minha primeira vez aqui.
É um pelotão muito forte. Vai ser um grande teste perceber como corre a
semana”, resumiu.
Para já, e depois de ter sido
12.º classificado no arranque da época, na Clássica da Figueira, o teste está a
correr bem: foi quarto no alto da Fóia, à frente de Jonas Vingegaard
(Visma-Lease a Bike) ou Primoz Roglic (Red Bull-BORA-hansgrohe), e está a 18
segundos do camisola amarela, o suíço Jan Christen (UAE Emirates).
“Não fiquei surpreso [com a
prestação na Fóia]. Enquanto correr, espero estar sempre com os melhores. Para
primeira corrida da temporada, estou satisfeito. É um bom começo”, avaliou.
Melhor francês do século XXI
na Volta a França, onde foi vice-campeão em 2016 e terceiro no ano seguinte,
além de outras quatro classificações no top 10 (em 11 participações) e da
conquista da camisola da montanha na edição de 2019, o ciclista da Picnic PostNL
diz não saber “honestamente” se vai estar na luta pelo triunfo final na Volta
ao Algarve no domingo.
“Só posso controlar quão
rápido vou e espero ser rápido no contrarrelógio, mas não posso controlar a
velocidade dos outros. Não penso nisso”, analisou relativamente ao exercício
individual da última tirada, que termina no alto do Malhão.
Apesar de considerar que João
Almeida (UAE Emirates), o português que é segundo da geral a quatro segundos do
seu companheiro suíço, demonstrou ser o mais forte entre os favoritos na Fóia,
Bardet não exclui ainda Vingegaard ou Roglic na luta pela amarela final.
“Não estão muito longe, vai
ser interessante”, acrescentou.
A liberdade que o anúncio da
retirada parece ter dado a Bardet, e que foi já bem visível no passado Tour,
quando entrou numa fuga ‘condenada’ e acabou por vestir pela primeira vez na
sua carreira a amarela, propagou-se agora à ‘Algarvia’, que hoje cumpre a sua
terceira etapa, numa ligação entre Vila Real de Santo António e Tavira.
Mas, ao contrário de Geraint
Thomas (INEOS), outro futuro ex-ciclista, que diz estar a tentar “absorver
tudo” na sua última temporada como profissional, Bardet garante não pensar
muito na despedida.
“Estou concentrado na corrida
e em dar o meu melhor”, vincou o também vice-campeão mundial de fundo em 2018.
Após o Dauphiné, o francês vai
encerrar uma carreira de 14 anos como profissional, na qual se destacam ainda
duas presenças no top 10 da Volta a Itália e uma vitória numa etapa da
Vuelta2021, num balanço para 17 participações em grandes Voltas.
Quando encostar a bicicleta de
estrada, Bardet, que é um dos poucos ‘resistentes’ da linhagem antiga do
ciclismo – é acessível, dispensa assessores e disponibiliza o seu tempo para
aqueles que com ele querem falar –, vai dedicar-se a um novo desafio, o de
preparar-se para o Mundial de gravel, marcado para Nice, em França.
Fonte: Sapo on-line
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