Ciclista esloveno somou mais um marco na carreira numa temporada verdadeiramente de sonho, em que venceu com larga margem a Volta a Itália e a Volta a França
Por: Lusa
Foto: AFP or licensors
Tadej Pogacar juntou este
domingo o título mundial de fundo ao seu já longo palmarés, com uma mais uma
exibição épica e com “um ataque estúpido”, como o próprio assumiu, a 100
quilómetros do final.
Pela primeira vez nos últimos
dias, o sol brilhou na zona de Zurique, na Suíça, e viu-se uma das mais épicas
exibições em Mundiais de ciclismo, com Pogacar a atacar no grupo dos favoritos
a 100 quilómetros do final e a pedalar a solo mais de 50 para conquistar pela
primeira vez a camisola arco-íris.
O esloveno terminou os 273,9
quilómetros entre Winterthur e Zurique em 6:27.30 horas, deixando o australiano
Ben O’Connor em segundo, a 34 segundos, e o neerlandês Mathieu van der Poel,
que defendia o título de 2023, em terceiro, a 58 segundos.
Vencedor da Volta a Itália e
da Volta a França, Pogacar, de 26 anos, fez algo que só dois ciclistas haviam
conseguido no passado, ao juntar essas duas vitórias ao título mundial,
imitando o belga Eddy Merckx em 1974 e o irlandês Stephen Roche em 1987.
Contudo, o esloveno
acrescentou-lhe ainda a vitória num dos monumentos, ao vencer a
Liège-Bastogne-Liège no mesmo ano, algo que nem Merckx nem Roche conseguiram,
passando a somar 23 vitórias esta temporada, nas quais está também a clássica
Strade Bianchi.
O estilo atacante de Pogacar é
bem conhecido de todos, mas ninguém esperaria um primeiro ataque a 100
quilómetros da meta, deixando para trás alguns dos principais favoritos, como
Van der Poel ou o belga Remco Evenepoel, já campeão do mundo de contrarrelógio
e medalha de ouro no ‘crono’ e na prova de fundo dos Jogos Olímpicos Paris2024.
Sem que nenhum dos seus rivais
o conseguisse acompanhar, ‘Pogi’ juntou-se ao grupo de fugitivos, no qual teve
o apoio do seu compatriota Jan Tratnik, mas, depois de alguns quilómetros,
voltou a atacar e apenas teve a companhia do francês Pavel Sivakov, seu
companheiro na UAE Emirates, que apenas o conseguiu acompanhar uma vintena de
quilómetros, com o esloveno a ficar sozinho a 51 quilómetros da meta.
“A corrida desenvolveu-se de
uma forma muito rápida e havia uma fuga perigosa na frente. Talvez tenha feito
um ataque estúpido, felizmente o Jan estava lá comigo e nunca desisti até ao
final. Foi um dia incrível, não acredito no que aconteceu”, disse.
Pogacar referiu que o ataque a
100 quilómetros da meta “não estava planeado”, mas assumiu que, “após uma
temporada perfeita”, era “um grande objetivo” vencer os Mundiais.
Já na última volta ao percurso
em Zurique, Pogacar foi perdendo algum terreno para os perseguidores, mas
acabou por conseguir segurar o triunfo, numa corrida muito acidentada logo
desde início.
Toms Skujins e Ben Healy foram
os que mais tentaram chegar a Pogacar, com o letão a cortar a meta na quarta
posição, a 58 segundos, menos dois segundos do que o irlandês (sétimo), e o
mesmo tempo de Evenepoel (quinto) e do suíço Marc Hirschi (sexto), o melhor
ciclista da casa.
O português João Almeida foi
forçado a desistir após uma queda nos quilómetros iniciais, que também levou
aos abandonos, entre outros, do francês Julian Alaphilippe e do espanhol Mikel
Landa, com outro luso, Afonso Eulálio, a também abandonar na sequência de
queda.
Rui Costa, campeão do mundo em
2013, foi o melhor português, na 42.ª posição, a 12.09 minutos de Pogacar, o
mesmo tempo de Nelson Oliveira, que terminou em 55.ª, enquanto Rui e Ivo
Oliveira não terminaram.
Fonte: Sapo on-line
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