Por: Ivan Silva
Em parceria com: https://ciclismoatual.com
O terceiro dia da Volta ao
País Basco marcou a transição para o terreno que realmente define a corrida:
explosivo, sinuoso, e repleto de pequenas armadilhas táticas. Foi também o
palco de uma das exibições mais intensas da semana até agora, com João Almeida
a ser protagonista de um verdadeiro carrossel de emoções.
O português da UAE Team
Emirates - XRG, que começou o dia no segundo posto da classificação geral,
esteve em todo o lado — atacou, perdeu terreno, recuperou com classe e ainda
terminou entre os melhores, mostrando a sua habitual resiliência e uma forma crescente.
“Foi um dia louco, estava a
sentir-me bem”, admitiu Almeida no final, em declarações ao CyclingPro.net. E
isso notou-se logo nas primeiras movimentações sérias da etapa. A UAE decidiu
endurecer a corrida cedo, e Almeida, juntamente com Brandon McNulty, aproveitou
uma das descidas para se juntar à frente com força. Durante vários quilómetros,
em conjunto com a Movistar, o pelotão foi colocado sob enorme pressão,
partindo-se em vários grupos.
Mas a ofensiva foi
neutralizada e, pouco depois, Marc Soler lançou mais um ataque em nome da
formação da Emirates. No entanto, foi na penúltima subida que Almeida acabou
por ser temporariamente deixado para trás, numa altura em que Florian Lipowitz
e Max Schachmann se escapavam com um grupo muito perigoso. A diferença abriu
rapidamente para 30 segundos, e parecia que a UAE poderia perder o comboio
decisivo.
A resposta da equipa foi
notável. Com apoio dos colegas de equipa — especialmente importante foi a
colaboração de Soler e Del Toro — conseguiram fechar a vantagem já na
aproximação à última subida. A partir daí, Almeida voltou à carga. “Queríamos
tornar o dia difícil, e toda a equipa esteve muito bem, especialmente no final
para reduzir a diferença. Fizemos um bom trabalho e podemos estar orgulhosos de
nós próprios”, sublinhou.
No topo da última subida,
Almeida ainda conseguiu lançar mais um ataque, e quando alcançou Álex Aranburu
numa pequena secção de falso plano, parecia que a luta pela vitória da etapa
era possível. No entanto, uma curva mal calculada a dois quilómetros do fim
obrigou-o a desacelerar ligeiramente — momento que Aranburu aproveitou para
lançar um contra-ataque fulminante e seguir isolado para a vitória.
Apesar de não ter vencido, o
português confirmou a sua excelente forma e o seu estatuto de candidato firme à
geral, mostrando-se combativo num terreno que, apesar de não ser o seu
favorito, soube ler, interpretar e dominar. A classificação geral permanece em
aberto, e com a etapa rainha ainda por vir, Almeida mantém-se com sérias
hipóteses de vencer a geral.
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