O modelo contribuiu para a vitória dos Aliados na Segunda Guerra MundialCar
Fotos: Stéphane Abrantes
A coleção de automóveis do
Museu do Caramulo foi reforçada com um Willys-Overland MB 1/4 Ton de 1944, um
veículo com um papel preponderante no desfecho da Segunda Guerra Mundial.
No início de 1940, o governo
dos Estados Unidos da América começou a tomar consciência do perigo crescente
que representava o avanço do III Reich de Hitler. A Europa dava sinais de
fraqueza e a América encetava os preparativos para qualquer eventualidade.
A máquina de guerra era posta em movimento pela primeira vez. Uma das principais carências americanas era ao nível de veículos ligeiros, equipados para o campo de batalha. Com apenas 30.000 viaturas contabilizadas, o exército estava gravemente submotorizado. Em relação aos veículos de quatro rodas motrizes, o cenário era ainda mais grave.
Em Junho de 1940, William
Beasley, presidente da Comissão Técnica do Estado-Maior, esboçou um caderno de
encargos para o desenvolvimento de um novo veículo de quatro rodas motrizes, na
categoria de ¼ de tonelada para equipar o exército. A distância ao solo deveria
ser no mínimo de 16 cm, enquanto o comprimento máximo da carroçaria teria que
respeitar o limite dos 2032 mm. A carga útil seria no mínimo de 272 kg (o
equivalente a três homens e uma metralhadora), e o peso total do veículo
deveria situar-se na casa dos 590 kg.
A Ford respondeu com o protótipo Pygmy, responsável pela forma de carroçaria a ser posteriormente adotada nos Willys MB, de chassis robusto e faróis integrados. No entanto, o Willys Quad, outro protótipo norte-americano, apresentou um trunfo imbatível. Apelidado de Go Devil, o pequeno motor de 2,2 litros de capacidade era uma evolução do Whippet dos anos 20, com uma performance bastante melhor que o motor da Ford, derivado do trator 9N Ferguson. A empresa Americana Willys-Overland conseguia assim assegurar o fabrico dos veículos todo-o-terreno para o exército, recorrendo a uma fórmula bem conhecida: um motor de quatro cilindros, com 60cv de potência, montado à frente em posição longitudinal e mantendo o peso do conjunto nos 1054 kg, o que permitia atingir cerca de 105 km/h de velocidade máxima, para um consumo entre os 12 e os 15 litros por cada 100 km percorridos.
Um dos adversários do Willys
MB “Jeep” durante a guerra foi o Volkswagen Kübelwagen, que
desempenhava funções militares semelhantes. No entanto, e ao contrário do carro
do exército americano, o Kübelwagen tinha tração traseira e motor refrigerado a
ar. Não sendo pioneiro como veículo de tração integral, o Jeep foi o primeiro a
ser fabricado em elevada escala. Como veículo militar, distinguiu-se dos
restantes pelas suas reduzidas dimensões e potente motor, que lhe permitiam
chegar rapidamente aos locais, levando ao mesmo tempo vários soldados e
armamento ligeiro. No final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, tinham sido
fabricados cerca de 640.000 modelos Jeep.
O Willys-Oerland reforça desta
forma o núcleo de veículos militares da Segunda Guerra Mundial na coleção
permanente do Museu do Caramulo, onde já se encontram presentes o seu eterno
rival Volkswagen Typ 82 Kübelwagen de 1944, bem como o Autocar M3 Half Track de
1943, além de um núcleo de motos e bicicletas alemãs e britânicas.
Fonte: Museu do
Caramulo/Parceria Revista Notícias do pedal
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