A prova, que arranca na sexta-feira em Budapeste, terá, em teoria, um traçado e um elenco de ‘estrelas’ que fazem jus ao epíteto de mais imprevisível das três grandes Voltas
Foto: Photo by Luca BETTINI /
AFP
As ausências dos ‘canibais’ eslovenos Tadej Pogacar (UAE
Emirates) e Primoz Roglic (Jumbo-Visma), bem como do campeão de 2021, o
colombiano Egan Bernal (INEOS), tornam a 105.ª edição da Volta a Itália em
bicicleta uma corrida aberta.
Sem Pogacar e Roglic, que têm
dominado, respetivamente, a Volta a França e a Volta a Espanha nos últimos
anos, e que estão, novamente, concentrados no Tour, e sem o campeão em título
Bernal, a recuperar do grave acidente que sofreu em janeiro, a procura pelos
favoritos encontra mais de uma dezena de nomes.
Um dos inevitáveis tópicos é o
que poderá fazer o português João Almeida na nova equipa, depois de trocar a
Deceuninck-QuickStep pela UAE Emirates, em cima de um 2020 em que liderou 15
dias, e acabou em quarto, e de um 2021 em que foi sexto.
O jovem de 23 anos chega em
boa forma e será líder incontestado na formação dos Emirados Árabes Unidos, na
qual terá a companhia dos compatriotas Rui Costa, 27.º na única participação,
em 2017, e Rui Oliveira, um estreante.
O equatoriano Richard Carapaz
é um dos antigos vencedores a alinhar à partida, tendo triunfado em 2019, e
lidera uma INEOS ‘apetrechada’ com boas ferramentas para defender o líder e com
outra carta na manga, o britânico Tao Geoghegan Hart, outro jovem que ‘brilhou’
em 2020, como João Almeida, mas que levou a vitória final.
O britânico Simon Yates
(BikeExchange-Jayco) é outro dos nomes a ter em conta, assim como o
‘regressado’ Tom Dumoulin, com o neerlandês à frente da Jumbo-Visma e à procura
de repetir a rosa de 2017, numa formação que ainda tem um ‘trunfo’ no
norueguês Tobias Foss.
Outras duplas marcam o leque
de favoritos, este ano bem largo: Bauke Mollema e Giulio Ciccone encabeçam a
Trek-Segafredo, enquanto o italiano Vincenzo Nibali, único a já ter vencido as
três grandes Voltas, está ao lado do colombiano Miguel Ángel López na Astana,
com o australiano Jai Hindley e o neerlandês Wilco Kelderman de novo juntos,
como em 2020, agora na BORA-hansgrohe.
Ao longe surgem outros nomes,
menos cotados para a vitória final, mas certamente candidatos ao ‘top 10’, como os franceses Romain Bardet
(DSM) e Guillaume Martin (Cofidis), em boa forma este ano, o britânico Hugh
Carthy (EF Education-Easy Post) e o homem a quem alguns chamam ‘Deus’, o espanhol Mikel Landa, numa
Bahrain-Victorious que também conta com o neerlandês Wout Poels.
De fora das contas da geral
estão outras ‘estrelas’ da ‘corsa rosa’,
mas com objetivos diferentes: o espanhol Alejandro Valverde (Movistar) vai
retirar-se no final do ano e deve aqui ‘caçar’ etapas, enquanto o neerlandês Mathieu van der
Poel (Alpecin-Fenix) quer chegar à ‘maglia
rosa’ na primeira semana e
ficar em prova até ao fim.
Não faltam ‘sprinters’ puros
na lista de partida, entre o colombiano Fernando Gaviria (UAE Emirates), o ‘pocket
rocket’ australiano Caleb Ewan (Lotto Soudal) ou a ‘lenda viva’ britânica Mark
Cavendish (QuickStep-Alpha Vinyl), que já venceu 15 etapas no Giro e vestiu de
rosa duas vezes.
Outras figuras a ter em conta
são os velocistas Arnaud Démare (Groupama-FDJ) ou Cees Bol (DSM), além de nomes
mais completos como Giacomo Nizzolo (Israel-Premier Tech), num traçado repleto
de oportunidades para chegadas ao ‘sprint’,
pelo menos seis, e outras para especialistas em fugas e ‘puncheurs’.
Falando do traçado, este distingue-se
desde logo dos últimos 50 anos por ter apenas 26 quilómetros de contrarrelógio
ao todo: desde 1962 que não eram tão poucos, aqui espalhados entre 9.200 metros
na segunda etapa e os 17,1 quilómetros da última, em Verona.
Apesar da menor preponderância
do ‘crono’, uma das
especialidades de João Almeida, também não é que a ‘corsa rosa’ se tenha virado
para os escaladores puros, com pouca sequência entre grandes montanhas.
Entre o final da segunda
semana, e o início da terceira, surgem as etapas mais desafiantes, mas um dia
de descanso no meio retira dureza ao desafio, com vários dias ‘ondulantes’ mas
sem subidas que façam grandes diferenças.
O Etna, logo ao quarto dia, é
o primeiro teste real, com outros ‘passos’,
do Fedaia ao Pordoi e ao Mortirolo, além do Blockhaus, em Pescara na nona
etapa, na ‘ementa’, que conta
com um total de 3.445,6 quilómetros, com um acumulado de altitude total de
50.580 metros.
As distâncias mais curtas de
cada tirada são outra opção calculada pela organização, com um tríptico de
etapas, da 15.ª à 17.ª, como grande teste, pela dureza e altitude, antes do
20.º dia, que combina o Pordoi, a ‘Cima
Coppi’ desta 105.ª edição, e
o Fedaia, antes do ‘crono’ final.
Fonte: Sapo on-line
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