Por:
José Carlos Gomes
Henrique
Casimiro (Efapel) é o vencedor do Grande Prémio Internacional de Torres Vedras
– Troféu Joaquim Agostinho, depois de disputada a última etapa, com final no
alto de Montejunto, ganha por José Neves (Burgos BH).
A
viagem de 179,3 quilómetros, iniciada na Foz do Arelho, decidiu-se na dupla
subida final, com 7,3 quilómetros, até ao Avenal e depois para o Montejunto. O
pelotão iniciou compacto a escalada, mas rapidamente Henrique Casimiro e
Frederico Figueiredo (Sporting-Tavira) atacaram, deixando o grupo feito em
pedaços.
José
Neves não foi ao choque, mas conseguiu fazer a ponte para a frente da corrida.
Com o passar dos quilómetros em subida, só Casimiro e Neves se aguentaram na
frente da corrida. Na chegada, inverteram as posições da edição transata da
prova. José Neves cortou a meta em primeiro, deixando Henrique Casimiro a 1
segundo. Frederico Figueiredo foi terceiro, a 27 segundos.
“Hoje
estava nos planos fazer tudo para vencer a etapa. Disse logo de início que iria
atacar no Montejunto, como sempre faço. Comecei a corrida com azar, tendo de
mudar de bicicleta no prólogo, mas hoje queria dar uma vitória à equipa. Na
fase mais inclinada da subida não fui ao choque, porque sei que não consigo.
Fui no meu ritmo até encontrar a frente da corrida e vencer a etapa”, conta
José Neves.
Gustavo
César Veloso (W52-FC Porto) perdeu a camisola amarela ao ser o 12.º na tirada,
a 1m11s do vencedor. Henrique Casimiro conquistou, assim, o Troféu Joaquim
Agostinho, depois de, no ano passado, ter perdido a corrida por apenas 4
segundos. Desta feita, impôs-se por 30 segundos face a José Neves. O terceiro
foi Sérgio Paulinho (Efapel), a 1m02s.
“Esta
é a prova mais importante para mim, muito emotiva. É uma vitória que dedico à
família. Há seis anos, quando fiz terceiro, a minha esposa, que estava grávida,
perdeu a nossa filha. Ficou prometido que venceria o Troféu Joaquim Agostinho
para lhe dedicar. Mais do que um objetivo desportivo, este era um compromisso
pessoal”, revela, emocionado, Henrique Casimiro.
O
alentejano valeu-se do conhecimento da subida e dos adversários para rematar,
com chave de ouro, a corrida. “Hoje foi a continuação da edição passada da
corrida. Não queria perder o prémio por 4 segundos, podia perder um minuto ou
dois, mas iria arriscar tudo. Daí ter atacado tão cedo, até porque sabia que os
adversários se defenderiam melhor na fase menos inclinada. Tive de atacar muito
cedo, depois do trabalho extraordinário da equipa. Depois foi gerir o esforço”,
explica o vencedor da classificação geral individual.
A
etapa começou movimentada por múltiplas tentativas de fuga que não vingaram.
Foi preciso esperar pelo quilómetro 60 para que David de la Fuente
(Aviludo-Louletano), Dzmityr Zhyhunou (Equipo Euskadi), Urko Berrade (Euskadi
Basque Country-Murias), Afonso Silva (Rádio Popular-Boavista), Miguel Salgueiro
(Sicasal/Constantinos), Josu Zabala (UD Oliveirense/InOutBuild), Patrick
Videira (Fortunna/Maia) formassem a fuga do dia.
A
iniciativa durou menos de 100 quilómetros, sendo neutralizada a 25 quilómetros
da meta, com o pelotão a rolar compacto até ao sopé da serra de Montejunto.
Henrique
Casimiro conquistou três classificações: geral individual, pontos e montanha. A
Efapel impôs-se por equipas. José Neves foi o melhor jovem, depois de, há um
ano, ganhar a geral individual. O holandês René Hooghiemster (Alecto
Cyclingteam) venceu a classificação das metas volantes.
Fonte:
FPC